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Imbituba, SC – Pelo terceiro dia seguido, as baterias da etapa brasileira do WCT, na Praia da Vila, em Imbituba, foram canceladas. Dessa vez, porém, a ondulação irregular não foi a única razão para o adiamento. Algumas ondas chegaram a se formar no início da manhã. Insuficiente para convencer os surfistas a cair na água.

Até agora, só a primeira fase e metade da repescagem foram realizadas, o que se explica pela cautela de todos. Mesmo com o título já decidido, o Brasil abre uma espécie de "prorrogação" para os surfistas que tentam permanecer na elite. Quem ainda não conseguiu garantir lugar no WCT de 2007 tem aqui a última boa chance de se fazer um bom resultado, já que depois restará apenas o Pipe Masters, no Havaí, onde tudo sempre é mais difícil.

"Os atletas pediram para não recomeçar e eu atendi. Como temos tempo, vamos esperar. Eles não querem por em risco a carreira. Ninguém quer se arriscar sem ter as condições ideais no mar", afirmou Xandy Fontes, o diretor de prova da etapa brasileira.

A espera, se depender dos surfistas, vai até domingo, para quando está prevista uma melhora sensível nas condições do mar. O limite para o término da competição é dia 8, quarta-feira, mas a organização garante que dois dias e meio são suficientes para finalizar a etapa com tranqüilidade.

No WCT competem 42 surfistas, dos quais 27 são mantidos e 15 rebaixados a cada temporada. Assim, são promovidos os 15 primeiros do WQS (a divisão de acesso). Entre eles poderá estar, por exemplo, o nome dos mesmos surfistas rebaixados, que muitas vezes participam das duas categorias como uma forma de garantia.

Neste ano, muitos brasileiros estão em situação limite. O país tem oito atletas na elite do surfe, mas apenas um deles garantiu vaga no ano que vem: Adriano Mineirinho, 18.º no ranking. Victor Ribas, já classificado para a terceira fase em Imbituba, está quase garantido.

Peterson Rosa, Marcelo Nunes, Paulo Moura, Raoni Monteiro, Pedro Henrique e Youri Sodré precisam chegar pelo menos à semifinal no Brasil para permanecer na Primeira Divisão sem depender do resultado em Pipeline.

"Agora é a hora da experiência", completa o paranaense Peterson Rosa, o último a vencer uma etapa do WCT no Brasil, em 1998, quando a competição ainda era realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Para o Bronco, há 17 anos na elite, a péssima campanha brasileira é resultado da desunião. "Vai cada um para o seu lado. Todo mundo se dá bem, mas você percebe diferenças do pessoal da nova geração com o da velha", diz ele.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.

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