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Brasileiros observam o abraço de Leandro Damião e Neymar na vitória sobre o Egito, em Cardiff | Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo
Brasileiros observam o abraço de Leandro Damião e Neymar na vitória sobre o Egito, em Cardiff| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo

Cotidiano

Cerveja só tem restrição no número de copos

Proibida nos estádios brasileiros desde 2008 pela CBF, a cerveja é vendida normalmente nas instalações olímpicas. Incluindo o futebol, como ocorreu ontem durante a estreia do Brasil contra o Egito, em Cardiff, no País de Gales. Nas dependências do Millennium Stadium, as únicas restrições diziam respeito ao número máximo de quatro pints (tradicional copo utilizado na Inglaterra e na Alemanha) por comprador – cada um, vendido por 4,60 libras, cerca de R$ 16 – e o consumo obrigatório na área do bar.

"Futebol e cerveja sempre estiveram juntos. Para mim é fundamental", comenta Laurence Dammers, torcedor inglês que foi ao jogo apoiar a seleção brasileira, trajando, orgulhosamente, uma amarelinha de Ronaldo Fenômeno.

O brasileiro Hamilton Silva, residente em Londres, também aprova a combinação banida na terra natal. "Eu até entendo a proibição. Mas é uma pena que todos paguem por causa de alguns que não sabem aproveitar", diz.

A única polêmica em relação ao comércio da bebida alcoólica nos Jogos atingiu a origem do produto. A cervejaria holandesa Heineken é patrocinadora do evento e a única fornecedora. Ao ser anunciado, o acerto desapontou o parlamentar britânico Greg Mulholland. Em um artigo de jornal, o político defendeu as "maravilhosas cervejas do Reino Unido" e afirmou que elas não poderiam ser ignoradas.

Em jogos da Premier League (a Primeira Divisão da Inglaterra), o líquido é liberado parcialmente nos estádios. Pode ser comercializado apenas em determinados períodos e locais.

Enquanto isso, ainda não há uma definição sobre presença da cerveja nas partidas do Mundial no Brasil, em 2014. Em junho, a presidente Dilma Roussef sancionou a Lei Geral da Copa proibindo a venda – o que contrariou o desejo da Fifa –, mas deixando uma brecha para a discussão no âmbito dos governos estaduais e municipais.

Neto

Alçado à condição de titular de última hora, com a contusão de Rafael, o goleiro Neto considerou satisfatória a sua estreia. Mesmo tendo levado dois gols do Egito, um dos coadjuvantes desta edição dos Jogos. "Nenhum goleiro gosta de levar gols, claro. Ainda mais no primeiro jogo, quando se está pegando confiança. Só que acontece. Mas acho que fui bem", declarou o arqueiro da Fiorentina, revelado pelo Atlético. Segundo ele, não foi um problema o fato de ter ganhado a posição de última hora. "Eu vinha treinando com o grupo, fiz todo o período de preparação. Estava e estou pronto", finalizou.

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Um susto no momento certo. Dessa maneira, os jogadores do Brasil encararam a vitória por 3 a 2 sobre o Egi­­­­to, ontem, em Cardiff, no País de Gales. Depois de abrir uma vantagem de três gols no primeiro tempo, por pouco a equipe não amargou um empate constrangedor, logo na estreia olímpica.

"Foi bom para gente tomar um susto já no jogo inicial, pois a tendência é que fique cada vez mais difícil, especialmente quando chegar a fase eliminatória", resumiu o zagueiro e capitão Thiago Silva, na zona mista (local de entrevistas) do Millennium Stadium.

A tarde de quinta-feira foi mesmo de lições no torneio de futebol masculino. As outras seleções favoritas ao ouro olímpico, Uruguai e Espanha, também apresentaram dificuldades diante de oponentes inexpressivos.

Os sul-americanos tiveram de virar o placar contra os Emirados Árabes (2 a 1). A situação dos europeus, entretanto, não foi possível reverter: derrota para o Japão, por 1 a 0.

As principais justificati­­vas dos brasileiros para o triunfo que acabou apertado foram um relaxamento na etapa final e o que o técnico Mano Menezes definiu como "irresponsabilidade tática" dos egípcios.

"Eu já tinha advertido que o adversário possuía uma boa dose de irresponsa­­bilidade tática e isso aumentou ainda mais com o 3 a 0 contra. Eles deixaram a gente atacar e ficaram com vários jogadores na frente, esperando a bola chegar", comentou o treinador.

O meia Oscar – um dos melhores da equipe com duas assistências – tratou da falta de concentração. "É até normal no futebol, mas não pode acontecer. Voltamos relaxados, errando coisas que não costumamos errar, e o time deles cresceu com o primeiro gol. Faltou segurar mais a bola. Se fizéssemos isso, teria sido diferente", analisou o ex-atleta do Internacional, agora parte do grupo do Chelsea.

De acordo com os jogadores, pesou também a estreia. Antes do embate de ontem, e após, a palavra "ansiedade" esteve sempre presente no discurso. No entanto, daqui para a frente, eles garantem que o receio não fará mais parte da rotina.

Os gols brasileiros foram marcados pelo lateral-direito Rafael e os atacantes Leandro Damião e Neymar, em somente 29 minutos de bola rolando. Aboutrika e Salah descontaram. Um público de 26.812 torcedores acompanhou o sufoco nacional, a imensa maioria de verde e amarelo.

Menos mal, o Brasil volta a campo já no próxi­­mo domingo, às 11 horas (de Brasília), para pegar a Bielo-Rússia. O adversário da vez estreou superando a Nova Zelândia, por 1 a 0, em Coventry. O confronto está marcado para o tradicional Old Trafford, em Manchester, casa do Man­­ches­­ter United.

O jogo

Depois de uma pressão inicial dos egípcios, de cerca de 10 minutos, o Brasil fez prevalecer o seu jogo e marcou três vezes até os 29 minutos. Um relaxamento no segundo tempo, no entanto, quase pôs tudo a perder.

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