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Estádio Waldemiro Wagner, em Paranavaí, sofre com a drenagem deficitária do gramado. O problema se repete em outras praças esportivas que, em menos de uma semana, receberão o Campeonato Paranaense | Cuvva Fabiano Vaz Fracarolli/Diario do Noroeste
Estádio Waldemiro Wagner, em Paranavaí, sofre com a drenagem deficitária do gramado. O problema se repete em outras praças esportivas que, em menos de uma semana, receberão o Campeonato Paranaense| Foto: Cuvva Fabiano Vaz Fracarolli/Diario do Noroeste

Arapongas

Pior de 2011 garante melhora

O Arapongas afirma que este ano o gramado do Estádio dos Pássaros não será problema. O clube conta com o aval da Federação Paranaense de Futebol, que classificou o campo como o que mais melhorou para 2012.

Com o piso esburacado e cheio de areia, a casa do Arapongas acabou interditada no fim do primeiro turno da temporada anterior. "Foi complicado jogar, praticamente não tinha grama", relembra Pereira, zagueiro do Coritiba

De acordo com o presidente do Arapongas, Adir Leme, ninguém precisará se preocupar. "O gramado era novo e choveu muito. A grama soltou. Agora tudo foi resolvido. Essa semana mesmo choveu bastante e continuou impecável", garante Leme. (MR)

"Se chover, não jogue" embala Regional 2012

Em um dia ensolarado, é possível que os gramados paranaenses passem na avaliação do torcedor. O problema é se começar a chover. Dos sete campos classificados como regulares pela FPF, quase todos sofrem por falta de drenagem ou irrigação adequada.

Na análise de Reginaldo Cordeiro, as sedes de Arapongas, Cianorte e Irati estariam ligeiramente melhores do que Paranaguá, Ponta Grossa, Paranavaí e Apucarana. A diferença de classificação é basicamente sobre estes dois pontos.

Quando há drenagem, falta um sistema de irrigação. O resultado é a grama amarela, rala em partes do gramado, por falta de umidade no solo. Sem drenagem, a grama é verde, pois é plantada direto no terreno. Mas assim, com chuva, o campo vira um banhado.

"Este é o maior problema dos gramados", afirma Cordeiro – a descompactação foi outro defeito encontrado nas vistorias.

Falta de drenagem e irrigação não é novidade do Estadual. E deverá continuar incomodando por um bom tempo ainda. Para resolver o problema seria necessário refazer os gramados. Para isso o custo é alto. De acordo com a empresa Grasstecno, em torno de R$ 130 mil.

"É caro. Um bom sistema de drenagem sai em torno de R$ 60 mil a 70 mil. A irrigação, R$ 50 mil a 60 mil. E não adianta fazer apenas um deles", afirma Osmar Nechi, um dos proprietários da Grasstecno, a empresa responsável por fazer o gramado do Janguito Malucelli.

O Janguito Malucelli é o único estádio que teve o gramado aprovado pela Federação Paranaense de Fu­­tebol. O piso do Ecoestádio – classificado como "excelente" na avaliação da entidade – será assim uma espécie de oásis na edição de 2012 do Paranaense.

Na vistoria realizada pela entidade, em dezembro, os outros três campos da capital foram considerados em, no máximo, boas condições – Arena e Vila Capanema, no entanto, estão fora da competição.

Já no interior do estado apenas Londrina e Toledo tiveram desempenho semelhante. Os outros sete palcos, mais de 60% das praças que serão utilizadas na competição, ga­­nharam o rótulo de "regular" na avaliação envolvendo buracos, escoamento da chuva e possíveis pragas.

Em outras palavras, isso significa dizer que os velhos fantasmas estarão de volta: campos desnivelados, duros, que sofrem pela falta de drenagem e irrigação.

O caso do Caranguejão, em Pa­­ranaguá, é um exemplo: há um mês lutava contra uma infestação de formigas. Com a proximidade da competição, para acabar com o problema, foi necessário tocar fogo em par­­tes da grama. Aparentemente, o problema foi sanado.

"Gramado ruim mesmo não temos nenhum. Ano passado tinha o Arapongas e o Operário. Este ano eles estão muito melhores", atenua Reginaldo Cordeiro, o presidente da comissão de inspeção de estádios da FPF, com uma ressalva. "Claro, a vistoria no começo de dezembro, já faz mais de um mês. Então isso depende se estão fazendo a manutenção adequada ou não."

Na edição anterior da competição, Cordeiro foi muito criticado por liberar o Estádio dos Pássaros, em Ara­­pongas. Reformado, com gramado novo, havia sido aprovado com louvor pela FPF. Ele passou despercebido quase todo o primeiro turno da competição. Duas partidas televisionadas, entretanto, para todo o estado bastaram para a interdição. Bura­­cos contra o Coritiba e um areião contra o Paraná.

"Quando fiz a vistoria, a grama estava alta e com chuva. Disseram que iriam cortar, mas não cortaram para esconder os buracos. Quando cortaram, depois do jogo com o Coritiba, tiveram de encher os buracos de areia, mas botaram insumo demais", lembra Cordeiro, sobre a partida contra o Paraná, que parecia estar sendo jogada na praia. "Desta vez, os gramados, graças a Deus, estão bem. Ponho minha mão no fogo."

Na prática, no entanto, a história tende a ser diferente – e pior. O Cori­­tiba, considerado o segundo melhor gramado da competição, vai contra a análise da FPF e classifica o estado atual do gramado do Couto Pereira como precário. Jogos de futebol americano e as melhorias recentes seriam as causas do problema.

"Só estará bom para o Brasileiro. Precisa de tempo, sol, e água para voltar a ser o que era", afirma Osmar Nechi, que cuida do campo do Couto há 17 anos. O Coxa, com essa alegação, não quer "emprestar" o Alto da Glória para o rival Atlético, atualmente sem casa.

Nessa situação estão os gramados de várias outras praças esportivas. O Estádio do Café, em Londrina, o Bom Jesus da Lapa, em Apucarana, e o Germano Krüger, em Ponta Grossa, são casos de campos mexidos após a vistoria.

No campo do Londrina, mesmo que os problemas de irrigação sejam visíveis, o campo passou no teste seco (sem chuva), ao abrigar dois amistosos do Flamengo. Já as casas de Operário e Roma são incógnitas. Até serem conhecidas no decorrer da competição, farão as partidas serem marcadas por uma característica intrínseca ao Paranaense: o chutão.

"Quando temos um campo ruim pela frente, não há muito o que fazer. Tem de jogar o mais simples possível. Concentrado, e sem conduzir muito a bola", aconselha Carlos Paiva, técnico do Operário.

Paiva garante, no entanto, que só precisará lançar mão da estratégia para os jogos fora.

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