Talento, garra e redenção

• 0

Kobe Bryant agitou a camisa mostrando o nome dos Estados Unidos como se fosse um jogador de futebol marcando um gol em final de Copa do Mundo. Alguns de seus companheiros de equipe pulavam de alegria, outros caíram no chão com as mãos no rosto, emocionados. No fim, todos se reuniram no meio da quadra em um abraço coletivo no qual pularam feito crianças.

O impassível técnico Mike Krzyzewsky, ficou com os olhos marejados de emoção. Essas foram algumas das cenas protagonizadas pela seleção norte-americana masculina de basquete depois de conquistar a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim ao vencer a Espanha por 118 a 107.

O Redeem Team, ou o time da redenção, cumpriu a missão que havia estabelecido para os Jogos: recolocar os Estados Unidos no topo do basquete mundial. Segundo Kobe Bryant, que havia comemorado seu aniversário no dia anterior à final, a Olimpíada mostrou outra faceta dos atletas do basquete americano: aqueles que têm amor à camisa.

"As pessoas dizem que os jogadores da NBA são egoístas, mas enfrentamos a adversidade e a transformamos em vitória." Outro aspecto importante ressaltado pela equipe foi a união de um grupo, que, depois do fiasco da Olimpíada de Atenas, fez um compromisso de trabalhar junto para levar o time americano ao lugar mais alto do pódio olímpico. "Nós estivemos no ponto mais baixo do basquete americano em 2004. Estar aqui, na frente de vocês, sabendo que fizemos um bom trabalho para deixar o basquete onde ele deve estar, no topo, é uma benção para mim", complementou Carmelo Anthony.

O diretor do US Basketball, Jerry Colangelo, diz que a meta da entidade é tentar manter esse grupo atuando pela seleção pelo menos nos próximos dois anos. Há muito tempo que um time americano não encarava uma partida internacional com tanta seriedade. E não sem motivos, pois a Espanha, comandada por Pau Gasol, cumpriu a promessa do técnico Aito Garcia e não entregou a partida com a mesma facilidade com que foi derrotada na fase de classificação.

Foi necessário trabalho duro e respeito para que a seleção americana saísse da quadra com uma vitória. "A Espanha foi inacreditável. Cada posse de bola era importante", disse LeBron sobre a resistência do adversário, que nunca deixou a vantagem ser muito superior a dez pontos. Faltando 2min33 para o fim, a Espanha estava apenas quatro pontos atrás do marcador. Dwyane Wade foi o cestinha do jogo, com 27 pontos. A Argentina ficou com o bronze ao vencer a Lituânia por 87 a 75.