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Ari Marques, 55 anos, já se aventurou na suburbana curitibana e agora se destaca à frente do Cuiabá, um dos times que avançaram da Série D para a Terceirona | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Ari Marques, 55 anos, já se aventurou na suburbana curitibana e agora se destaca à frente do Cuiabá, um dos times que avançaram da Série D para a Terceirona| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

A Copa do Mundo foi considerada um impulso para que os clubes de cidades com menos tradição possam ocupar um lugar de destaque no futebol brasileiro. Cuiabá, por exemplo, mira a Série B do Brasi­­leiro até o ano de 2014. A agremiação que está mais perto de cumprir a missão é o Cuiabá, treinado por Ari Marques, 55 anos, conhecido por trabalhos na base do Paraná e também na Suburbana com o Urano. O clube acabou de garantir o acesso à Série C do Brasileiro.

Toda a estrutura, no caso a Arena Pantanal, está servindo de combustível. E o técnico acha que o planejamento pode ser acelerado. "Estão fazendo um estádio lindíssimo e estão todos empolgados. Querem ter até 2014 um time na Série B. Que seja o Cuiabá, então. Nosso plano é subir já no ano que vem. Não pode uma cidade com um milhão de habitantes não estar pelo menos na Segundona", disse o treinador que, nascido em Piraju, interior de São Paulo, veio para Curitiba com 20 anos para jogar no Colorado, atual Paraná, e na capital paranaense criou raízes.

Subir de divisão, inclusive, tem sido algo difícil para os times paranaenses de fora do Trio de Ferro. Desde que foi instituído o sistema de acesso e descenso no Brasileiro, em 1988, eles têm sofrido para galgar degraus.

O último foi o Malutrom, em 2000, que ganhou a final dos Mó­­dulos Verde e Branco da Copa João Havelange, mas não disputou a Série B de 2001 por julgar deficitária. Antes disso, o currículo estadual é magro, com o Londrina garantindo vaga na Série B de 1994 ao se classificar numa seletiva e Matsu­­bara e Operário, via Série C em 1992, alcançando um acesso para a Segundona que não foi realizada no ano seguinte. Isso en­­grandece a façanha de Marques num centro ainda mais distante do pólo principal do futebol brasileiro.

Ari Marques assumiu a equipe do Cuiabá no começo de 2010 e vem fazendo um trabalho de reformulação no jovem clube de apenas 10 anos e que trocou de dono em 2009. O acesso para a Série C representa uma marca que os clubes paranaenses perseguem sem sucesso. O treinador aponta a principal causa. "É problema de competência. Tem de ter gente competente trabalhando nos clubes. A grande maioria dos times paranaenses tem um departamento de futebol profissional falho. Desse jeito e sem estrutura, não tem como fazer futebol profissional", afirmou Marques.

E o investimento no estádio por parte do governo estadual não é o único que colabora com o Cuiabá. O clube está investindo em estrutura própria para treinamentos. "Aqui estamos construindo um CT e, a partir do ano que vem, estaremos com campos e alojamentos necessários para qualquer equipe", revelou o treinador.

A aposta num trabalho de longo prazo do treinador também é considerada fundamental para o sucesso dele. O ano e meio no Mato Grosso garantiu um título da Copa Governador do Estado e um Es­­tadual, além do acesso.

"Conseguimos montar uma base forte e reforçamos o time com alguns jogadores de vários centros que eu já conhecia. Enquanto isso, temos um time B com jovens atletas que chegou à decisão da Copa Go­­vernador deste ano", explicou Marques. A aposta nos conhecidos também se estendeu à comissão técnica, que tem os preparadores fí­­sicos Alexandre Schimdlin e Ro­­drigo Rezende, ambos ex-Paraná e homens de confiança do treinador.

O Cuiabá enfrenta hoje, às 17 horas, em Rondonópolis, o Santa Cruz, pelas semifinais da Série D. A equipe precisa reverter a derrota de 1 a 0 do jogo de ida.

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