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| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Dois projetos para abrir a nova década tricolor

O advogado José Alves Ma­­cha­do, da Chapa Coração Para­­nista, e o empresário Aquilino Romani, da Revolução Tricolor, disputam, na próxima quarta-feira, a presidência do Paraná para o biênio 2010/2011. O eleito será o responsável por co­­man­­dar o clube no início da sua terceira década de existência, com a missão de reconduzir o futebol à Primeira Divisão do futebol brasileiro e revitalizar o setor social.

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Como pretende conciliar futebol e social?

O Paraná Clube é um só. Não tem como separar. Há anos as contas são todas separadas. Se alguém falar que vai dividir, está falando bobagem.

Como fazer para que, no mínimo, as duas áreas se paguem ao fim de cada ano?

Temos bem dividido no nosso organograma como trabalhar. Quem vai cuidar do futebol é uma pessoa com bastante experiência, o Aramis (Tissot). Ele vai levar o marketing, que vai trabalhar muito forte no aporte de recursos. Atrás disso temos algumas metas para angariar sócios.

Na sua gestão, a L.A. está fora?

Nenhum empresário de jogador está descartado. Se forem atletas importantes, não importa de qual empresário venha, vamos tentar acertar. Já falei com o Luiz Alberto. Ele disse que vai levar os jogadores para o Avaí. Seria importantíssimo segurar, mas acho difícil. O primeiro passo é trabalharmos para manter nosso treinador e fortalecer o elenco atual, que é um baita de um elenco. Arrumamos o time muito tarde.

O Paraná é totalmente refém dos empresários?

O futebol brasileiro é refém dos empresários. Temos de negociar bem é que fique um porcentual para o clube. Refém é muito forte. Dentro dos negócios, vivemos de parcerias, então temos de trabalhar em cima disso.

Como manter Base e L.A. sob o mesmo teto?

Essas picuinhas são arestas que têm de ser arrumadas. A Base é um negócio que é importantíssimo para os dois lados. Não diria que o trabalho está sendo mal feito. Temos de analisar o que está errado. Perdemos tudo neste ano nas categorias de base. Dentro do nosso contrato, contempla dois gestores do Paraná Clube. Nós não te­­mos os gestores lá dentro. Eu assumindo, esse gestor vai estar lá.

Gostaria de ter o Vavá Ribeiro de volta?

O Vavá é amigo da gente, bastante ligado à L.A, fez um grande trabalho. Acertou bastante, errou bastante. Acredito que ele tem de nos ajudar como sócio, quem sabe pa­­ra frente a gente o aproveite. Hoje, é o Aramis quem vai montar a equi­­pe, deve trazer um profissional para conduzir, gestionar o futebol.

Quão sólido está o projeto do fundo de investimento que daria uma base financeira para o Pa­­raná?

Não é um fundo de investimento. É contrato de patrocínio. Não posso passar detalhes aqui, mas tenho uma confiança muito grande no sucesso do projeto. Tem grande empresas, grandes varejistas, e o modelo de patrocínio de 24 meses colocado é especial para nós, porque seriam exatamente os nossos dois anos de trabalho. Acredito bas­­tante nisso e foi um dos motivos pelos quais aceitei esse desafio.

Qual a estratégia para trazer o torcedor de volta ao estádio?

Temos um grupo de marketing que vai trabalhar. É frustrante ver que quando jogávamos no Pinhei­­rão, a média de público era a mesma: 4 mil pessoas, no quinto lugar no Campeonato Brasileiro. Aí viemos para a Capanema e acho que lo­­tamos o estádio duas ou três ve­­zes. Conheço quase todas as ca­­ras. São sempre os mesmos. Não é uma crítica aos que vão ao campo, mas é um chamamento para que o pessoal nos ajude. Para vol­­tar­­mos à Primeira Divisão precisamos, pe­­lo menos, de 8 mil pessoas por jo­­go.

Que tipo de autonomia pretende dar ao seu treinador?

Professor é contratado para chegar à sala e dar aula. Acho que a gente pode pedir uma opinião sobre o jogador, mas não podemos dar au­­tonomia nenhuma para contratar. Vamos ter um diálogo, avaliar. Não vamos contratar jogador por vídeo.

O que fazer com a Vila Capanema?

Tenho contato já com grande empresas. Não penso pequeno. Já estive com a WTorre, por exemplo. Estamos trabalhando em cima do projeto da Vila, por que não? A grande estrutura que Curitiba tem de mexer é a área do Palácio (Iguaçu) até a Linha Verde. Tem de se fazer um projeto grande de ciclovia para unir Jardim Botânico, PUCPR, Shopping Estação, Shop­­ping Mueller, toda essa área. Tem de descongestionar toda aquela região próxima à Vila, onde está a Ro­­doferroviária. Ali existe área para se construir grandes prédios comerciais. A saída da Vila das Tor­­res é inevitável. Acredito em um grande projeto que beneficia o Paraná Clube. Um grande estádio é um sonho, mas estamos trabalhando em cima. Para um projeto desse tamanho, o problema jurídico da Vila não é nada.

Não é incoerente pensar em um projeto de grandes proporções para uma torcida que hoje não comparece?

Talvez seja, mas temos de olhar para frente, não para trás. A partir do momento que você tem um estádio confortável, vai ter grandes patrocinadores e recursos para um grande time.

O senhor confirma as dívidas de cerca de R$ 7 milhões, e a dificuldade de pagar o 13.º salário?

Já tínhamos uma previsão de chegar ao fim do ano faltando dinheiro, sempre na aposta de negociar algum jogador. O valor é abaixo disso, em torno de R$ 3 milhões. É um problema, mas tem time da capital que vai fechar com R$ 17 milhões de prejuízo. Para o porte do Paraná Clube é bastante dinheiro, mas temos condições de resolver isso.

Se o Machado vencer, o Paraná estará em boas mãos?

Falta muita experiência, equipe, projeto, um modelo de gestão. Hoje temos de passar para o eleitor coisas factíveis, viáveis. Falar em bingo? É um negócio ilegal. Chur­­rascaria é para se fazer no estádio. Temos de trabalhar com coisas reais. Alternativas que levem ao crescimento do Paraná, não pensar em brincadeira de separar o clube.

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