• Carregando...
Tatiane Berger não disputou mais provas no ano por falta de patrocínio. Agora foi convidada a participar da Hornet 600 | Luiz Pires / Vipcomm
Tatiane Berger não disputou mais provas no ano por falta de patrocínio. Agora foi convidada a participar da Hornet 600| Foto: Luiz Pires / Vipcomm

A advogada Tatiane Berger, 32 anos, vai trocar o terninho que usa todos os dias para trabalhar por um traje bem mais radical neste fim de semana. Única mu­­lher entre os 60 pilotos do Racing Festival, competição de automobilismo e motociclismo que ocorre no Autódromo Inter­­na­­cional de Curitiba (AIC), em Pi­­nhais, a paranaense de Coronel Vivida não reclama. Para ela, vestir macacão, luvas e capacete significa se preparar para o que mais gosta: velocidade em duas rodas.

Convidada pela Honda a participar das duas baterias da Hornet 600, Tati, como é conhecida, agradece a chance de "sacudir a poeira". Sem patrocínio, ela disputou apenas etapas esporádicas de alguns campeonatos pela equipe XRace Team neste ano. Na temporada de 2009, ao contrário, foi segunda colocada na Copa Mercosul da Associação de Pilotos de Superbikes (APSBK) em seu ano de estreia em competições oficiais.

"Se tivesse patrocínio, teria disputado [a temporada], com certeza. Mas, só de custo, sem grandes estruturas, um fim de semana fica em R$ 3 mil. Isso sem treinos", explicou Tatiane, que cumpre expediente de se­­gunda à sexta-feira em um banco de Curitiba.

Vidrada por motos desde a infância, a advogada começou a competir por acaso. Em 2008, pouco depois de tirar a habilitação, comprou uma Harley-Davidson. "Não tinha a mínima noção. Caí com ela parada várias vezes e depois não conseguia nem levantá-la", lembrou. Após a tentativa com uma moto de grande porte, decidiu passar para uma esportiva, que tem cerca de metade do peso. "Não conseguia nem tirar da garagem", contou, às gargalhadas.

A situação só mudou quando, seguindo o conselho de um amigo, decidiu fazer um curso de pi­­lotagem no AIC. Comprou todo o material de segurança, passou pela parte prática e se apaixonou. Quando viu, já estava fazendo tempos de competição nos track days (dias em que a pista é alugada para quem quer praticar). Então, decidiu tentar a sorte em uma prova oficial. "Corro porque amo velocidade e adrenalina. Mas só faço porque me sinto segura", garantiu.

Paraquedista há 15 anos, Ta­­tiane não teve problemas para se adaptar ao mundo da velocidade. Até a indiferença inicial dos outros pilotos já foi superada – a advogada é a única brasileira a participar de provas oficiais de motovelocidade. Difícil mesmo é não causar espanto no dia a dia.

"É até engraçado. No trabalho algumas pessoas se surpreendem quando me veem de terninho e descobrem que corro de moto. No autódromo é o contrário. Quando me veem de macacão e digo que trabalho em um banco as pessoas não acreditam."

Serviço:

Racing Festival, no Autódromo Internacional de Curitiba.

Hoje: treinos livres 660 Hornet, Formula Future Fiat e Trofeo Linea, das 9 h às 12h40; treinos classificatórios das três categorias a partir das 13h45.

Ingressos: podem ser retirados gratuitamente nas revendas Fiat, nas concessionárias Honda e nos postos Shell.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]