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A série de explosões que atingiu Londres (Inglaterra) no último dia 7 de julho, deixando 56 mortos, aumentou o medo do terrorismo na Europa, resultou no assassinato pela polícia inglesa de um brasileiro inocente e provocou uma mudança na programação de um paranaense que pode ser o segundo surfista do estado a disputar o World Championship Tour (WCT), a primeira divisão da modalidade.

Jihad Khodr, de 21 anos, excluiu a etapa britânica do World Qualifying Series (WQS), a divisão de acesso das ondas, de uma turnê que vai fazer a partir de hoje, pelos Estados Unidos, Japão e Europa. Motivo: ele teme ter problemas para entrar e permanecer no Reino Unido por causa de sua origem muçulmana.

"A etapa da Inglaterra não compensa. Além do terrorismo, as datas coincidem com uma etapa mais importante no Japão" afirmou. "Esses ataques têm de acabar. É um absurdo pessoas inocentes morrerem. Deus está olhando isso e não está gostando."

O surfista que viaja o planeta há quatro anos como profissional demonstra orgulho de seus ancestrais que vieram do Líbano, mas já sofreu com alguns problemas que a herança do Oriente Mmédio causou. Em 2001, pouco depois dos atentados terroristas de 11 de setembro, o competidor deixou o Brasil para disputar uma etapa do circuito mundial no Havaí. Porém, foi barrado quando desembarcou para uma conexão em Washington (que teve o Pentágono como alvo da organização Al Qaeda) por causa da sua origem.

"Realmente, tive problema nos Estados Unidos. Sou muçulmano e do mesmo jeito que um monte de inocente acaba morrendo, eu, como esportista, querendo alcançar meu objetivo fui parado. Tomei a maior dura, me mandaram de volta e não me deixaram competir", lamentou.

Competindo nos Estados Unidos a partir de hoje, o paranaense não teme novos problemas. "Agora está tudo tranqüilo. Eles já têm meu cadastro na alfândega e sabem que só quero competir. Não desejo morar e nem trabalhar nos Estados Unidos", afirmou.

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Atualmente, Jihad ocupa a 17.ª colocação no WQS. Os 16 melhores ao término da temporada se classificam para o WCT do próximo ano. A promoção do paranaense pode ser confirmada depois das cinco etapas que ele vai disputar no exterior.

O retrospecto recente do surfista indica que a mudança de divisão é possível. Há duas semanas, ele chegou em terceiro na etapa de Durban (África do Sul). O desempenho no seis estrelas (nível máxima de uma escala que começa em um) lhe garantiu 1.825 pontos e aumentou o seu total na temporada para 4.840.

O maior desafio da carreira do atleta de Matinhos, litoral do estado, começa hoje nas agitadas praias da Califórnia, passa pelo litoral do Japão e termina nas ondas da França (dois eventos) e de Portugal. Tudo isso em pouco mais de um mês, com um total de 44 mil quilômetros percorridos.

"É a seqüência mais importante da minha vida. São cinco eventos seis estrelas. Espero conseguir bons resultados e a classificação para entrar na elite do surfe. Essa série vai decidir a minha vida", afirmou ele, que, em último caso, poderá selar a classificação, nas etapas de Florianópolis, em outubro, e do Havaí, em dezembro.

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