Umuarama - Sem poder jogar na cidade e com a folha de pagamento atrasada em dois meses, o Tigrão, time que representa Umuarama na Terceira Divisão do Campeonato Paranaense, vai se superando para continuar vivo na competição. O primeiro desafio foi se classificar para a segunda fase com seis empates, duas vitórias e duas derrotas. "Mesmo sem salários e sem estrutura o time está motivado", diz o técnico Edvaldo Júnior, que hoje comanda a equipe no primeiro jogo da segunda fase da Terceirona, em Pinhais, contra o Andraus.
Os problemas do Tigrão aumentaram com a proibição de uso do Estádio Municipal Lúcio Pipino, no começo do campeonato, devido à falta de vários itens de segurança e sanitários. Com isso, o time teve de mandar cinco jogos em Cascavel, distante 160 quilômetros, com custo de aproximadamente R$ 2 mil cada um. Nesta semana, a diretoria pediu nova vistoria da Polícia Militar e espera a aprovação para poder receber os jogos desta segunda fase em casa.
Para não deixar Umuarama sem um time de futebol profissional, o técnico e alguns amigos praticamente pedem "esmolas" na cidade, já que o time não conta com um patrocínio forte. "Foi o maior suador conseguir R$ 5 mil para custear a viagem de hoje [ontem] até Curitiba", conta o técnico.
O jogador mais experiente é o volante Zardete, de 24 anos, que começou a jogar aos 14 e já ficou oito anos na Europa. Ao todo são 26 atletas inscritos e uma folha salarial de aproximadamente R$ 15 mil, segundo a diretoria. Edvaldo Júnior é também o principal dirigente do clube. Ele diz que é só o time voltar a jogar em casa e os patrocínios e renda deverão melhorar. "Essa é a esperança do elenco".
Além de ir ao comércio pedir dinheiro de porta em porta, quando não está treinando a equipe o técnico também sai em busca de alimentos. Os atletas moram no alojamento que fica dentro do Estádio Lúcio Pipino. "Pelo menos comida a gente não deixa faltar".
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