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Tite, 51 anos, caminha sozinho pelo campo vazio do CT do Corinthians. Chuta bolas, olha para o chão e para o céu, respira e fecha os olhos. Em pouco tempo ele poderá ser o treinador que, enfim, dará ao Corinthians o troféu da Libertadores. "Eu estou fervendo, a adrenalina está a milhão. Nós somos humanos", disse ontem, na última entrevista antes da final contra o Boca Juniors, amanhã, às 21h50, no Pacaembu. "Só de falar já começa a revirar o estômago", brincou. Novo empate leva a decisão para a prorrogação. Novo empate e pênaltis. Os ingressos estão esgotados.

E ninguém parece estar tão ansioso para o duelo derradeiro quanto o treinador. Como ele diz, já queimou na carne e lambeu feridas nas outras seis edições disputadas do torneio continental. Assim como o Corinthians, esta é sua primeira decisão, e Tite exibe no semblante a pressão dos torcedores. "Não podemos pensar naquilo que o jogo poderá nos trazer. Temos que ficar concentrados no trabalho e nas ações do jogo", afirmou.

"É fundamental manter a naturalidade, fazer o que tu sempre fez, responder as perguntas do mesmo jeito, seja com dois ou com 150 repórteres", disse o treinador, para uma sala cheia de jornalistas.

Mas o discurso equilibrado, a fuga das respostas polêmicas e a polidez em quaisquer circunstâncias escondem a tensão de Tite. Entre os funcionários do clube, é conhecido pela pilha: em jogos importantes, ele só fica um pouco mais calmo horas após a partida.

E segue um ritual: sozinho, ora nos vestiário, conversa com a mãe, esposa e filhos e espera passar a adrenalina. Às vezes demora mais de uma hora para falar com jornalistas. No empate contra o Boca Juniors, só deu entrevista no dia seguinte, no hotel. E, após os jogos, a impressão é que ele esteve em campo, tamanho o esgotamento.

"Caipirinha? Tomara que eu tenha condições de responder na quinta-feira [após o jogo]", brincou sobre o drinque preferido para o pós-jogo. Tomou a bebida após eliminar o Santos.

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