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Ainda na primeira semana de janeiro, Muricy Ramalho, então técnico do Fluminense, apontou o Santos como favorito ao título da Copa Libertadores. Mas foi só depois que o treinador deixou o Flu e desembarcou na equipe paulista que o Santos encerrou as desconfianças da torcida, a aparente provável eliminação precoce e galgou seu caminho até o seu terceiro título continental.

Na estreia na Libertadores, em 15 de fevereiro, contra o Deportivo Táchira, o empate de 0 a 0 foi justificado pelo cansaço e pela falta de entrosamento da equipe. E não era para menos. Neymar, Danilo e Alex Sandro haviam jogado pela seleção brasileira sub-20 no Peru dois dias antes e voado diretamente para a Venezuela.

Já sem Adilson Batista, demitido dias antes, o Santos voltou a tropeçar na segunda rodada, empatando em casa com o Cerro Porteño, por 1 a 1. Nem a torcida parecia acreditar no time, tanto é que pouco mais de seis mil torcedores compareceram à Vila Belmiro. A equipe continuava dando razões para a desconfiança. Contra o Colo Colo, no Chile, o Santos saiu na frente, levou três gols no final do primeiro tempo e, mesmo com a volta de Ganso, chegou ao terceiro jogo sem vitória na Libertadores.

No Fluminense, Muricy Ramalho ia ainda pior. Nos mesmos três jogos, também havia conquistado só dois empates e uma derrota, com a diferença que a equipe carioca só tinha mais um jogo em casa a realizar. O desempenho pífio, as críticas da torcida e a falta de estrutura fizeram o treinador pedir demissão nas Laranjeiras e ficar livre para acertar com o Santos.

Vitórias nas três últimas partidas da fase de grupos eram obrigatórias se o Santos queria seguir sonhando com o tri. A primeira delas veio ainda sob o comando de Marcelo Martelotte, mas já com Muricy Ramalho observando e torcendo no camarote da Vila Belmiro. Vitória heroica por 3 a 2 sobre o Colo-Colo, com direito a expulsão de Neymar, Elano e Zé Eduardo.

Mesmo com os três desfalques importantes, Muricy armou bem a equipe que foi ao Paraguai, venceu o Cerro por 2 a 1 e ficou muito perto da classificação à fase final, vaga que veio com um tranquilo 3 a 1 sobre o Deportivo Táchira, no primeiro jogo levado ao Pacaembu. A torcida, empolgada, já adiantava: "Vamos ser tri, Santos".

Com 11 pontos, o Santos não terminou na liderança da sua chave e foi apenas o segundo melhor segundo colocado geral, o que o colocou diante do América do México. Começava aí a série de decisões da equipe, que venceu na Vila Belmiro por 1 a 0, gol de Paulo Henrique Ganso. Antes de viajar ao México, eliminou o São Paulo e se garantiu na final do Paulistão. Já no jogo de volta contra o América, Rafael foi o herói de um suado empate em 0 a 0 que colocou o time santista nas quartas de final da Libertadores.

Sem Ganso, machucado, Muricy Ramalho recorreu a Alan Patrick no primeiro jogo contra o Once Caldas, na Colômbia. E o meia deu conta do recado, fazendo o gol da vitória por 1 a 0, resultado que deu tranquilidade para a equipe faturar o título paulista com uma vitória sobre o Corinthians na Vila Belmiro. Na partida de volta contra os colombianos, Neymar chegou a perder um pênalti, mas o empate em 1 a 1 pôs o Santos na semifinal.

Pela frente, mais uma vez o Cerro Porteño. Agora, porém, o Santos, bem fechado na defesa e atacando com consciência, não deu sopa para o azar. Venceu no Pacaembu por 1 a 0, gol de Edu Dracena, e foi para o Paraguai precisando de um empate. Fez 2 a 0 - contando um frango incrível de Benítez -, levou o 2 a 1, ampliou para 3 a 1, mas deixou o Cerro empatar. A vaga só não foi perdida no fim porque Cáceres acertou o travessão de Rafael aos 47 minutos do segundo tempo. O Santos estava na final.

Depois de um empate em 0 a 0 no jogo de ida, a vitória por 2 a 1 nesta quarta-feira garantiu ao Santos o seu terceiro título da Libertadores.

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