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Em meio à crise instalada em Angola por causa da emboscada à delegação do Togo, país está em festa com a realização da Copa Africana de Nações | Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Em meio à crise instalada em Angola por causa da emboscada à delegação do Togo, país está em festa com a realização da Copa Africana de Nações| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Entre sábado e ontem, a seleção do Togo desistiu de disputar a Copa Africana de Nações, voltou atrás de sua retirada, mas recebeu ordem de seu governo para deixar Angola. Agora, cogita voltar ao torneio, mas não sabe se poderá.

Neste domingo, o ministro dos Esportes togolês, Christophe Tchao, disse que "os jogadores estão indo com os corpos de seus irmãos mortos (para o Togo) e nós pedimos à CAF (confederação africana) que encontre uma maneira de entrarmos mais tarde na competição".

O ministro deseja que o Togo volte após os três dias de luto oficial, que começa hoje. O time estrearia no torneio justamente nesta segunda-feira, contra Gana, em Cabinda, província em que o ônibus da delegação foi atacado na sexta.

Na manhã de ontem, atletas e comissão técnica, que diziam não ter clima para jogar no torneio, mudaram de ideia.

"Pessoas morreram por conta desta Copa e outras estão feridas. Ficaremos aqui por causa deles e também para que os rebeldes não fiquem por cima", disse Romao, meio-campista do francês Grenoble, que até a noite anterior era um dos articuladores da desistência.

O governo togolês intercedeu. "A equipe tem de voltar. Entendemos a posição dos jogadores, mas seria irresponsabilidade das autoridades togolesas deixá-los continuar", afirmou o primeiro-ministro Gilbert Fossoun Houngbo.

Emmanuel Adebayor, já resignado com a retirada política, declarou. "Decidimos fazer uma coisa boa por nosso país ao jogar, para prestar uma homenagem aos que morreram. Infelizmente, o chefe de Estado e as autoridades de nosso país tomaram uma decisão diferente, então arrumaremos nossas malas e iremos para casa", afirmou o atleta do Manchester City e principal estrela da equipe.

Na sexta-feira, o ônibus que levava a delegação do Togo sofreu um ataque perpetrado pela Flec (Força de Libertação do Estado de Cabinda).

Logo após o atentado, Romao se transformou em porta-voz do boicote: "Se podemos boicotar a Copa Africana de Nações, temos que fazê-lo. Só pensamos em voltar para casa". Sábado, o atleta queria que a iniciativa do Togo fosse ampliada. "Estamos conversando com as outras seleções do nosso grupo (Burkina Faso, Costa do Marfim e Gana) para tentar convencê-los a boicotar também", disse ao jornal francês L’Equipe.

Autoridades togolesas mostravam sintonia com a primeira decisão dos jogadores. "O governo pediu à equipe que regressasse. Não podemos continuar nessas circunstâncias dramáticas", disse o porta-voz Pascal Bodjona.

Agora, o Togo aguarda decisão da Confederação Africana de Futebol, que já havia aceitado a saída do time na Copa.

Goleiro internado

O goleiro Kodjovi Obilale continua internado em Johannesburgo, na África do Sul, para onde foi transferido em estado grave por ter sido atingido por um tiro de fuzil. "Ele está consciente e sua condição é estável. Está totalmente receptivo e entende onde está. Nós o levaremos novamente à sala de cirurgia porque sofreu alguns ferimentos internos", disse o médico Richard Milpark. Informações sobre o estado de saúde do atleta serão divulgadas em dois ou três dias.

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