• Carregando...

Rio – Após anos de ensaio, a vela oceânica pode tornar-se em breve o único cenário de Torben Grael. A possibilidade de uma reedição do Brasil 1 na Volvo Ocean Race ameaça a participação dele nos Jogos de Pequim, em 2008.

O velejador estaria disposto a encampar uma segunda – e melhor – versão da mais ousada iniciativa náutica do país e participar novamente da tradicional regata de volta ao mundo. A largada será no mesmo ano da Olimpíada.

Alia-se a isso a dedicação do iatista à America’s Cup, lucrativa e mais antiga disputa dos mares, com 158 anos de existência.

Agenda suficiente para o país ter de se despedir do seu principal nome olímpico, dono de cinco medalhas nos Jogos, sendo duas de ouro.

"Certamente (a Volvo) compromete (a campanha olímpica). Conciliar as duas coisas seria muito difícil. Ninguém faria hoje em dia. Ainda mais com uma America’s Cup no meio", admitiu.

Semana passada, ele disputou sua última prova antes de se dedicar exclusivamente por seis meses à America’s Cup, o Match Race Brasil, no Rio de Janeiro. Em janeiro chega o novo barco do sindicado Luna Rossa.

"Cheguei depois por causa da Volvo (encerrada em junho), mas a equipe já treina há dois anos", explicou o tático da embarcação comandada pelo jovem James Spithill. Eles (e outros tripulantes) aproveitaram a semana na capital carioca para afinar o entrosamento.

Volvo

Com o fim da America’s Cup, Torben Grael teria então de mergulhar na preparação para a Volvo. "Tenho a intenção de participar se for um projeto interessante mais competitivo", avisou.

O Brasil 1 terminou na terceira colocação. O vencedor foi o ABN 1 (Holanda) seguido pelo Piratas do Caribe (EUA). Na última edição, a construção do barco demorou oito meses e foi concluída em junho de 2005, quatro meses antes da largada. "Quanto mais tempo tiver para trabalhar com o barco melhor", acrescentou.

Mesmo com tudo isso, Torben não crava o adeus. Não deixaria o caminho livre para o seu mais novo concorrente na classe Star, Robert Scheidt.

"Vou deixar as portas abertas (na vela olímpica). Não vou falar uma coisa agora para aparecer na mídia como aconteceu com o Scheidt", brincou, sobre o anúncio oficial da migração de categoria na semana passada. "Ele decidiu isso há dois anos", reforçou, esquentando a mais nova rivalidade da vela. Talvez motivo para segurá-lo mais um pouco na ativa. As seletivas da Star para Pequim já são apontadas como uma disputa de medalha antecipada.

A jornalista viajou a convite da Vela Brasil

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]