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O velejador Torben Grael, maior medalhista olímpico do Brasil (dois ouros, uma prata e dois bronzes), não deverá competir em Pequim. Aos 47 anos, ele aceitou o convite para comandar o barco sueco Ericsson na Volta ao Mundo, uma das regatas mais importantes do esporte, que começará no dia 4 de outubro, em Alicante, na Espanha, e terminará no dia 4 de julho de 2009, em São Petersburgo, na Rússia. Torben, que comandou o Brasil 1 na edição de 2005/06 da competição, já está treinando com a equipe nas Ilhas Canárias, e pensa em desistir de disputar os Jogos Olímpicos pela sétima vez.

Companheiro de Torben na classe Star há mais de 20 anos, Marcelo Ferreira, também bicampeão olímpico, já procura um novo timoneiro. Para ele, a parceria com Torben não está totalmente descartada, mas será difícil conseguir a liberação do time sueco, favorito ao título da regata, para a disputa das Olimpíadas.

- Eu só vou ter certeza sobre alguma coisa quando o Torben voltar ao Brasil, no fim do mês. Há duas semanas, ele me liberou para procurar um novo parceiro. Deixei bem claro que quero fazer uma campanha bem feita, o que só seria possível se ele conseguisse as liberações para as eliminatórias (em fevereiro) e para as Olimpíadas (em agosto). Mas acho muito difícil isso acontecer, eles (Ericsson) não têm interesse em ter um campeão olímpico no time, preferem fazer uma preparação mais adequada, já que a Volta ao Mundo começa já em setembro - explica.

Questão financeira pesa na escolha do velejador

Marcelo ainda não sabe quem será o novo parceiro - vários nomes estão sendo analisados -, mas reconhece que a mudança a menos de um ano de Pequim pode prejudicar a preparação para a competição. Mesmo porque, há concorrentes de peso na briga brasileira por uma vaga nas Olimpíadas: Robert Scheidt, bicampeão olímpico na Laser, trocou de barco em 2006 e é o atual campeão mundial da categoria Star, ao lado de Bruno Prada.

- Os adversários são o Robert (Scheidt) e o Bruno (Prada), não poderíamos fazer a eliminatória só por fazer. O Torben queria se preparar para competir em cima da hora, mas não dá para fazer isso. A prioridade dele não é mais disputar as Olimpíadas -lamenta Marcelo Ferreira, ressaltando que, apesar do apoio ao esporte no Brasil, é difícil optar entre as Olimpíadas e competições como a Volta ao Mundo, quando os ganhos financeiros são bem maiores.

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