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Estádio olímpico de Londres, palco da abertura dos Jogos Olímpicos, no próximo dia  27 de julho | Toby Melville/ Reuters
Estádio olímpico de Londres, palco da abertura dos Jogos Olímpicos, no próximo dia 27 de julho| Foto: Toby Melville/ Reuters

Medalhas

Nuzman subverte o critério do COI

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, colocou como meta a classificação do Brasil entre os dez maiores medalhistas nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Mas ignora a forma pela qual o Comitê Olímpico Internacional (COI) contabiliza as delegações e diz que vai apenas considerar o total de medalhas conquistadas e não o número de medalhas de ouro.

"Nossa meta é a de estar entre os dez países a receber o maior número de medalhas", declarou Nuzman, ontem, em Genebra. O presidente do COB participou de um evento promovido pelo Brasil na Organizações das Nações Unidas (ONU) debatendo a relação entre os esportes e a paz.

Nuzman, porém, insiste que a forma pela qual irá contabilizar a posição do Brasil em 2016 no ranking não será a que o COI utiliza. Na entidade internacional, a classificação final de um país depende do número de medalhas de ouro conquistadas. Se esse método fosse considerado, o Brasil seria hoje a 37ª potência no esporte mundial, contabilizando as 91 medalhas olímpicas conquistadas pelo país desde os primeiros Jogos. Para Nuzman, essa forma não é a mais justa, já que a diferença entre um primeiro colocado e o terceiro pode ser mínima em uma competição.

Em 2009, quando o Rio de Janeiro conquistou o direito de sediar os Jogos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou como um dos objetivos o de transformar o país em uma "potência olímpica" também dentro de quadra. Para 2012, o COB quer apenas a repetição do desempenho do Brasil em Pequim, em 2008. Na China, a delegação brasileira teve a maior delegação de sua história: 469 integrantes, sendo 277 atletas em 32 modalidades. Ao todo conquistou 15 medalhas. Mas apenas três delas apenas foram de ouro. Acabou terminando na 23ª posição. Em Atenas, com cinco pódios a menos, o Brasil acabou na 16ª colocação, com cinco medalhas de ouro.

A exatos 150 dias da abertura dos Jogos de Londres, em 27 de julho, o Brasil tem 162 atletas classificados para a disputa olímpica. A delegação tem até 1.º de julho para superar a marca de Pequim, na China (2008), quando enviou 277 competidores. Mas um recorde os brasileiros po­­dem comemorar desde já: o nú­­mero de torcedores.

Conforme dados divulgados ontem pela agência oficial de turismo no país, 26.831 entradas haviam sido compradas para competições das 39 disciplinas esportivas. A quantia é 40% maior do que os 18 mil bilhetes vendidos na edição da China. Em Atenas (2004), foram 12 mil.

A modalidade mais procurada para o evento londrino é o vôlei (27,4% do total), seguido de vôlei de praia (17%) e basquete (8,8%).

A maior parte da carga foi comprada por empresas, que oferecerão os bilhetes em promoções aos clientes ou a funcionários, coisa bastante comum em se tratando de competições deste nível. A proporção de vendas entre pessoas jurídicas e físicas não é revelada pela Tamoyo Internacional, empresa autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a vender os tíquetes no Brasil.

Os valores dos bilhetes va­­riam entre 25 e 750 libras esterlinas (entre R$ 67 e R$ 2 mil, respectivamente). A operadora de turismo afirma ter um novo lote de 10 mil ingressos e estima chegar a 50 mil vendas.

Falta de entradas não será um problema para os brasileiros montarem sua torcida em Londres. O principal entrave é o financeiro. "Ainda há disponibilidade de pacotes com boas tarifas. No entanto, é preciso apressar-se para comprar as passagens aéreas. Julho é a alta temporada na cidade. Os hotéis estão com tarifas até 80% acima do normal", explica a diretora executiva do Grupo Interlaken Turismo, em Curitiba, Lucia Fontoura.

Ainda há vagas tanto nos hotéis mais luxuosos quanto nos de menos estrelas. O investimento de um pacote com passagem aérea e estadia varia entre R$ 15,9 mil (seis dias em um hotel duas estrelas) e R$ 83,3 mil (18 dias em locais de luxo).

A compra feita no Brasil possibilita a escolha do evento a acompanhar. Mesma sorte não tiveram os brasileiros que vivem em Londres. Os ingressos destinados aos ingleses foram vendidos via internet em dois lotes (um terceiro deve ser lançado em abril). Mas tinham de indicar os eventos que gostariam de assistir e esperar um sorteio eletrônico, por causa da alta demanda.

"Fiquei um pouco decepcionada com a organização. Os sorteios mudaram de datas várias vezes e o sistema travou. Fui sorteada para ver um dia do judô, apenas uma das minhas opções. A maioria das pessoas aqui esta criticando o processo, pois o Comitê Olímpico diz o tempo todo que a festa é dos londrinos, mas são os que mal conseguiram tickets", diz a consultora em treinamento Bár­­­bara Campos, 34 anos, londrinense que mora nos arredores de Londres.

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