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Tristeza não tem fim, felicidade sim. Os dois primeiros versos da música "A Felicidade" – de Vinicius de Moraes e Tom Jobim – resumem a situação dos coxas-brancas nesta reta final de Campeonato Brasileiro. A partir da 29.ª rodada, quando o Coritiba foi derrotado pelo Paraná por 3 a 2, os alviverdes não conseguiram desfrutar uma semana sequer de felicidade. Após a derrota no clássico estadual, passaram-se intermináveis 32 dias de tristeza, com a equipe perdendo sete partidas consecutivas. A vitória sobre o Figueirense por 4 a 1 (36ª rodada) pôs um sorriso tímido no rosto do torcedor, alegria contida que durou apenas quatro dias.

As rodadas seguintes (empate com o Brasiliense por 1 a 1 e a derrota para o Corinthians por 1 a 0) entristeceram novamente os coritibanos, agora com o time entre os sérios candidatos à Segundona em 2006. Foram mais dez longos dias olhando de lado, querendo não ver a realidade. Veio então a vitória sobre a Ponte Preta (2 a 1), e o Coritiba reviveu embalado pela esperança. Mais uma vez, durou muito pouco.

Outros quatro dias e o que se viu foi choro e desilusão na derrota para o Atlético-MG por 1 a 0. Uma semana depois, o sentimento que apertava o peito foi prorrogado. Com o empate em São Caetano do Sul, o torcedor foi jogado em mais sete dias de incerteza.

E agora? Como vai ser? O time conseguirá escapar do rebaixamento? Para o estudante Eduardo Tesserolli não tem jeito. Contar com os resultados de outros times é muito complicado, e o Coxa já está condenado à Segundona. "Depois de ontem (domingo) eu perdi as esperanças. Como torcedor, a gente sempre acredita, mas não dá pra fechar os olhos". Para ele, tudo começou com a teimosia de Antônio Lopes, e descambou na experiência com o filho do Delegado, Lopes Junior. "Mas não vejo problema em cair. Grandes times já passaram por isso. O orgulho de ser coxa-branca não muda", disse Tesserolli, resignado.

Da mesma maneira, Luiz Fernando Calmon, jornalista, não enxerga o Coritiba livrando-se da degola. Alimenta um fio de esperança, é verdade, mas só por amor ao time do coração. "Nós que sempre vivemos o Coxa não conseguimos nos acostumar com essa situação. Mas é inevitável", revela.

Se milagres acontecessem, bastava ficar em casa e esperar o dinheiro bater à porta. É assim que o taxista Osni Pereira Santana encara a chance de o Coritiba manter-se na elite. "Milagres não existem, lamentavelmente estamos na Segunda Divisão".

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