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"Ei! Você aí. Avisa a Série A, que o Verdão tá vindo aí". Cento e cinquenta pessoas entoando uma modificada modinha de carnaval que era ouvida já na sala das esteiras do Aeroporto Afonso Pena, acabaram com o suspense que rondou o voo do Coritiba de volta para casa. Eram cerca de duas horas da tarde quando o time alviverde reencontrou os torcedores pela primeira vez após garantir matematicamente o retorno à elite do Brasileiro.

Caneta e papel em punho, má­­quinas fotográficas, abraços, apertos de mãos e muitos gritos de obrigado foram ouvidos no saguão do prédio. A festa, embora pequena, trouxe à mente de muitos atletas o contraponto da queda, e fez com que os atletas que participaram da derrocada se desvencilhassem da segurança da polícia e fi­­cassem por quase 20 minutos em contato direto com o torcedor.

"Queira ou não, volta o filme [da briga generalizada após o jogo da queda]. Mas conseguimos dar a volta por cima em um campeonato desgastante, com muitas viagens. Mas o grupo se uniu, foi uma grande família. E mereceu a redenção", discursou o ca­­pi­tão Jéci.

Outro jogador bastante assediado foi o goleiro Édson Bastos. O jogador fez questão de exaltar o "verdadeiro torcedor do Coritiba", mesmo que muitos deles, naquele momento, estivessem usando vestes de torcidas organizadas.

"É muito gratificante ser recebido assim. O verdadeiro torcedor está junto da gente. Foi um campeonato de muita dificuldade; e esse grupo provou ser merecedor desta vaga. É um momento especial, mas vamos atrás do título", disse o arqueiro.

Entre o fiéis torcedores que fo­­ram receber a equipe coxa, muitos também eram pessoas comuns que deixaram o trabalho ou a escola de lado por algumas horas para comemorar o retorno com o time.

"Vim simplesmente para reconhecer a dificuldade que eles passaram e conseguiram superar. Co­­mo eu quase não frequento os jogos, me senti na dívida", revelou Lenon Bueno, de 35 anos, promotor técnico. Ele estava trabalhando em São José dos Pinhais e acabou estendendo em uma hora o almoço.

Este foi o ápice da festa alviverde que, depois da vitória por 3 a 2 sobre o Duque de Caxias, se estendeu pela noite carioca. Liberados pelo clube, alguns atletas foram a restaurantes à beira da praia. Outros saíram com amigos. Con­­tudo, o único que faltou ao voo de volta a capital paranaense – hora de descontração dos atletas jogando truco – foi logo quem acabou indo dormir mais cedo: o técnico Ney Franco. O comandante ficou no Rio de Janeiro para se reunir com representantes da CBF e acertar detalhes da convocação da seleção sub-20, que deve ser feita no dia 30.

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