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Jogadores do Iguaçu na preparação para o duelo decisivo de hoje contra o Grêmio Metropolitano. Depois da derrota em Maringá, Pantera do Vale precisa da vitória | Luciano Queiroz
Jogadores do Iguaçu na preparação para o duelo decisivo de hoje contra o Grêmio Metropolitano. Depois da derrota em Maringá, Pantera do Vale precisa da vitória| Foto: Luciano Queiroz

Paranaense 2011

Vistorias começam segunda-feira

Na segunda-feira, a Comissão de Inspeção da Federação Paranaense de Futebol inicia as vistorias dos estádios para o Estadual de 2011 da Primeira Divisão, que iniciará em 16 de janeiro. A primeira visita será ao Caranguejão, em Paranaguá. No dia 13, o processo se encerra com a avaliação das praças esportivas de Curitiba.

"No arbitral da competição, em outubro, deixamos claro que essa vistoria seria a última e eles aprovaram, 30 dias antes do início da disputa. Neste ano, alguns clubes não jogaram em casa porque não tinham condições. Mas estou esperançoso que estará tudo certo", diz Reginaldo Cordeiro, presidente da Comissão.

Serão exigidos quatro laudos técnicos. O de segurança é emitido pelo Batalhão da Polícia Militar da cidade. Há também o documento de prevenção e combate de incêndio, de responsabilidade do Corpo de Bombeiros. A Vigilância Sanitária elabora o laudo de higiene e condições sanitárias. Por fim, será feita a vistoria de engenharia por profissionais habilitados pelo CREA/PR.

O confronto entre Iguaçu e Grê­­mio Metropolitano, hoje, às 17h30, marca o encerramento do ano do futebol profissional jogado no Paraná, na decisão do título da Terceira Divisão – os dois clubes já estão classificados para a Divisão de Acesso em 2011. Além disso, é mais uma amostra das dificuldades da bola no estado.

"É um campeonato para quem ama mesmo o esporte e quem precisa sobreviver, pois não é nada fá­­cil trabalhar. Só isso para explicar a participação", diz o preparador de goleiros Pardal, técnico-interino do representante de União da Vi­­tória, que atuará diante de sua torcida, no Estádio Antiocho Pe­­reira.

Mesmo com o sucesso na competição, o Iguaçu, conhecido como Pantera do Vale, se acostumou a driblar as bilheterias quase inexistentes e os problemas financeiros. Tão graves que, em alguns momentos, foi preciso recorrer até ao cartão de crédito do preparador.

"Algumas vezes tive de pagar coisa no meu cartão pessoal. Ou dar dinheiro, R$ 100, R$ 150 para os jogadores que estavam sem grana. Tivemos até de deixar funcionário do clube de ‘garantia’ em ho­­tel, pois não tinha dinheiro para pagar a hospedagem", conta Par­­dal, que já trabalhou no Coritiba.

Do outro lado da decisão, o ce­­nário é idêntico. "Passamos por dificuldades, mas a diretoria conseguiu reverter, tirou dinheiro do bolso, obteve patrocínios. Até rifa fizemos para pagar os atletas", de­­clara Ivair Cenci, o técnico do Grê­­mio Metropolitano, outra tentativa de reencarnação do velho Alvi­­negro da Cidade Canção, o Grêmio Maringá.

Na Terceirona, os salários estão a léguas de distância do trio da ca­­pital, por exemplo. Os vencimentos das "estrelas" não ultrapassam R$ 1.500. Para a turma do escalão intermediário, cerca de R$ 1 mil.

E a massa ganha em torno de R$ 600 por mês. Isso se receber, afinal, há pouco "rigor" para se quitar as dívidas.

"Eu mesmo aceitei trabalhar por 40% do que ganho normalmente, já que é um time da minha cidade. É uma realidade bem diferente do que as pessoas pensam", revela Cenci, treinador manjado no futebol paranaense, com passagens por diversas equipes da Pri­­meira Divisão.

Como não poderia deixar de ser, em se tratando de Federação Paranaense de Futebol, tem confusão no regulamento. Cada equipe interpretou de maneira diferente os critérios de desempate pa­­ra ver quem ficará com a taça. O Grêmio Metropolitano achava que merecia vantagem pela me­­lhor campanha em toda a competição. No final das contas, porém, o que valerá é a superioridade do Iguaçu na terceira fase. Por isso o time decide em casa e só precisa devolver a derrota do jogo de ida (2 a 1). Um empate levará o troféu para Maringá.

Há também o lado folclórico, no estilo do futebol à moda antiga. Na Primeirona, jogador tem nome e sobrenome. Dois andares para baixo, ainda vigoram os apelidos. Vestem a camisa do Grêmio Kucau, Sorbará, Magrão e Cabixi. De­­fen­­dem o Iguaçu Carlão, Giba, Cuia, Baiano, Rodrigo Gasolina, Kiki, Fábio Buda, Tiagão e, como sempre acontece nos bons times da vár­­zea, Pelezinho.

"Eu jogava entre os grandes quan­­do era pequeno e o apelido pegou. Também jogo com a 10 e sou parecido com o Pelé. Mais na aparência, claro. No futebol, ainda estou tentando", diz a versão do Rei de União da Vitória.

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