Roma - César Cielo nasceu com o corpo pronto para a natação. Mas foi um especializado programa de treino, aliado a trabalho psicológico e tranquilidade que fez o brasileiro se tornar um dos melhores velocistas do mundo. O nadador tem porte físico ideal para atletas de provas rápidas, é alto e tem ótima envergadura. Com 1,95 m, mede 2,06 m de uma mão a outra com os braços abertos. A distância é maior do que a do corpo de Michael Phelps, 2,03 m.
A equação perfeita para se desenvolvier Cielo encontrou em Auburn (EUA). Primeiro, encontrou calma. Auburn é uma cidade pacata, sem muitas opções de lazer e com pouco assédio ao atleta, bem diferente do que o brasileiro encontraria em São Paulo.
Lá, encontrou um programa de treino feito especialmente para velocistas, comandado pelo técnico Brett Hawke. É o australiano também quem ajuda Cielo a cuidar da cabeça. Estudioso de psicologia do esporte, Hawke soma os estudos à experiência de ex-nadador para sempre buscar artimanhas para tirar o melhor de seus nadadores.
A competitividade no treino é uma delas. Com alguns dos melhores do mundo na mesma piscina, cada treinamento é como uma final de Mundial. E ele faz questão de incentivar essa sensação. Com isso, mantém viva nos nadadores a necessidade de sempre melhorar. O australiano sabe também como provocar ou emocionar seus atletas. Em Roma, mergulhou os óculos de Cielo em água benta na Basílica de São Pedro.
O trabalho físico também ajudou a fazer de Cielo o melhor do mundo em provas de velocidade na piscina. Na sala de musculação, Cielo trabalha com muita carga e faz poucas repetições, com isso, não ganha muita massa muscular, mas fica com uma estrutura que lhe ajuda a ter mais explosão, essencial para suas provas.
A técnica de Cielo também é muito apurada, principalmente na largada. Ele tem um dos melhores tempos de reação do mundo. Ontem, foi o mais rápido ao deixar o bloco em 0s68.
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