Se o Paraná continua vivo no Brasileiro é graças a Jumar. Ele mesmo, o volante do qual pouquíssimos torcedores haviam ouvido falar antes dos últimos quatro jogos.
Se não bastasse ter dado a consistência que o meio-de-campo da equipe precisava na arrancada para tentar se livrar do rebaixamento, o jogador ainda decidiu o confronto direto de ontem com o Goiás ao acertar um belíssimo voleio no ângulo esquerdo, que reduziu de 85% para 75% o risco de rebaixamento do clube.
O gol aos 36 minutos do segundo tempo acabou com a agonia dos mais de 12 mil paranistas que foram ontem à Vila Capanema e sofriam com um jogo truncado e as defesas do goleiro Harlei nos chutes de fora da área do Tricolor, além de alguns sustos em contra-ataques e bolas cruzadas sobre a área pelo adversário.
Com o 1 a 0, o Paraná alcançou o próprio Goiás nos 41 pontos. Só perde no número de vitórias (12 a 11), permanecendo na zona de rebaixamento. Ultrapassou o Corinthians, que tem a mesma pontuação, mas apenas 10 vitórias. Hoje, numa situação inusitada, a ordem na Vila é torcer para que o rival Atlético vença em São Paulo e segure o Timão.
Não fará mal uma secadinha também em Sport, Internacional e Atlético-MG, que ainda correm risco. Outro adversário direto, o Náutico, já perdeu ontem para o Fluminense e está apenas dois pontos na frente do representante paranaense.
Mas nenhum resultado ajudaria se não fosse o golaço de Jumar, completando cruzamento à meia-altura de Léo Matos num jogo em que o Paraná pouco conseguiu entrar na área adversária.
Se o duelo terminasse empatado, como tudo levava a crer, o Tricolor precisaria vencer as três partidas restantes no campeonato (Botafogo, Santos e Vasco) para se manter com chances de escapar da degola. Mesmo com o triunfo, ainda se fala em 100% de aproveitamento na reta final, mas para não correr o menor risco e quem sabe ainda conquistar uma vaga na Sul-Americana.
Uma situação maravilhosa perto do inferno no qual se encontrava o time há três rodadas, sete pontos mergulhado na zona de rebaixamento. Redenção não muito diferente da do herói do jogo, de apenas 21 anos, que há menos de um mês estava no ostracismo e cheio de dúvidas sobre o futuro de sua carreira.
Talvez por isso ele dedique aos céus o momento ímpar pelo qual está passando. "Agradeço a Deus por estar aqui jogando. Agradeço ao (técnico) Saulo pela oportunidade. A melhor maneira de retribuir é assim...", discursou um emocionado Jumar ao fim da partida. Mesmo que não faça outro golaço, mais duas vitórias e um empate e ele terá de vez o nome gravado na galeria de heróis tricolores pela contribuição providencial para evitar o rebaixamento.
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Em CuritibaParaná 1 x 0 Goiás
ParanáGabriel; Léo Matos, Nem, Neguete e Paulo Rodrigues; Adriano, Jumar, Batista (Jefferson) e Róbson (Giuliano); Vandinho (Toninho) e Josiel. Técnico: Saulo de Freitas.
GoiásHarlei; Vítor, Amaral, André Leone e Luiz Henrique; Fábio Bahia, Cléber Goiano, Harison (Cristiano) e Élson; Wendell e Fabiano Oliveira (Rinaldo). Técnico: Márcio Araújo.
Estádio: Vila Capanema. Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ). Gol: Jumar (P), 36/2.°. Amarelos: Adriano (P); Élson (G). Público pagante: 12.067. Renda: R$ 81.790,00.
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