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A temporada esportiva – com início amanhã, na abertura do Paranaense 2011 – reserva muito mais do que emoções dentro de campo para Atlético, Coritiba e Paraná. Fora das quatro linhas, nos bastidores dos três clubes da capital, a movimentação será intensa no campo político, visando as eleições marcadas para dezembro. Naturalmente, a primeira pergunta não poderia ser outra: quem assumirá o trio em 2012? Marcos Malucelli, no Furacão; Vilson Ribeiro de Andrade, no Coxa; e Aquilino Romani, no Tricolor, têm a intenção de permanecer na condição de principais mandatários? Conciliar bola e política será o desafio dos três times até o fim do ano. Perder em campo – a começar pelo Estadual – é abrir terreno para mudanças na urna.

Atlético terá disputa quente

No Atlético, Marcos Malucelli já avisou, ainda em 2010, que não tem a intenção de se reeleger – pode, no máximo, apoiar um sucessor. O atual presidente foi além e "proibiu" a discussão do tema nos cor­­redo­­res da Petit Carneiro até que se aproxime o pleito que escolherá os novos cabeças dos conselhos Administrativo, presidido por Malucelli, e Deliberativo, comandado por Gláucio Geara.

Dois motivos farão a disputa nas urnas ser acir­­rada. O primeiro é o projeto em curso de conclusão da Are­­na. Quem assumir entrará para a his­­tória como o presidente que entregou o estádio con­­cluído para a Copa do Mundo de 2014.

A outra razão é a participação maciça dos sócios. Aquele que tiver vida associativa superior a três anos na data da eleição, em novembro, estará apto a votar – cerca de 20 mil atleticanos.

Três nomes são especulados. O primeiro e mais forte deles é o de Yara Eisenbach, há 14 anos integrando a direção atleticana, hoje 2ª vice-presidente do Administrativo. "Eu vou estar sempre à disposição do clube. Não preciso de nenhuma posição. Mas acho prematuro", declara Yara. Outro nome é o do vice-presidente Enio Fornea. Am­­bos seriam candidatos de Malucelli.

O terceiro concorrente seria de oposição, lançado pelo ex-presidente Mário Celso Petraglia, oriundo da Assocap [a associação de sócios do Atlético, projeto do ex-dirigente]. Ele nega que esta possibilidade exista, mas... "A Assocap não foi criada para isso e sim para representar um segmento dos associados. A associação terá um desempenho maior esse ano, vai trabalhar mais para buscar adesões. Agora, se os sócios definirem por algum caminho político, são soberanos", afirma Petraglia, que diz não ter nenhuma intenção de retornar. "Zero chance".

Coxa desfruta de calmaria

O Coritiba apresenta o panorama mais previsível para as eleições ao término do ano. No momento, Vilson Ribeiro de Andrade é um nome para ser praticamente aclamado pelas urnas – algo raro em se tratando do Coxa e suas disputas nas urnas normalmente, tumultuadas.

Atual vice-presidente, mas o homem-forte da gestão do presidente Jair Cirino, Andrade prefere não lançar-se como candidato. Mesmo assim, o dirigente está à disposição e mantém o sonho de assumir o principal cargo do clube do coração.

"Quero viver o presente. O futuro? Não sei se estarei vivo. Mas uma coisa eu posso dizer: o Coritiba é a razão da minha vida. Larguei tudo para me dedicar ao clube", declarou Andrade em entrevista à Gazeta do Povo, em dezembro.

Para o presidente do Verdão, Jair Cirino, o importante é que o grupo atual permaneça no comando: "Se eu vou continuar ou não é uma questão de menos importância. O que me preocupa é que o clube seja dirigido pelas pessoas que estão no clube. O nome é o que menos conta, mas sim a filosofia", diz.

Movimentos de oposição, pelo menos até agora, não mostraram a cara no Alto da Glória. Sempre requisitado nas eleições alviverdes, o ex-presidente Giovani Gionédis revela não ter intenção de voltar ao clube que dirigiu de 2002 a 2007: "Não vou me candidatar".

Dessa maneira, a indefinição maior no Coxa se dá por conta das mudanças no estatuto do clube. O Conselho Deliberativo traçou alterações que serão aprovadas ou não em assembleia geral de conselheiros e sócios no dia 28 de fevereiro.

Entre as mudanças, estão a de eleições diretas, redução do G9 (grupo que administra o clube) para cinco integrantes e aumento do mandato para três anos (atualmente são dois anos).

Tricolor planeja escolha indireta

Na Vila Capanema, o atual presidente Aquilino Romani diz não ter disposição para continuar à frente do cargo mais importante do Tricolor. "Eu vou cumprir a minha gestão, estou há oito anos no clube, preciso cuidar da minha empresa", diz.

Entretanto, Romani considera muito cedo para qualquer definição. "Não estamos pensando muito nisso. É início de ano ainda e não quero que nada atrapalhe. Nós temos que nos concentrar em voltar para a Primeira Divisão, a sucessão fica para depois".

O novo diretor de futebol Paulo César Silva é especulado como uma opção. No entanto, ele nega que possa candidatar-se ao cargo de Romani. "Não serei candidato. Não tenho tempo e a minha família não vai permitir", diz. Ao final do ano passado, Silva também rechaçou qualquer chance de permanecer na Vila Capanema.

Cenário de indefinição que pode ser modificado por um aspecto dentro de campo. Caso a equipe embale na Série B, candidatos certamente não irão faltar. Afinal, o retorno à elite do futebol brasileiro significa exposição e verba de televisão muito maiores, o suficiente para transformar o Tricolor em um clube administrável.

Ficariam para trás boa parte das dificuldades financeiras que atormentaram a gestão atual. No primeiro ano de Aquilino falta de pagamento de salários, greves de jogadores e revelações deixando o clube na Justiça foram temas recorrentes no Durival Britto. Situação capaz de intimidar até o mais corajoso dos candidatos.

Outro ponto que pode movimentar a disputa na sede da Av. Kennedy é uma possível mudança no estatuto paranista. Prevista para acontecer ainda este ano, a alteração prevê uma eleição aos moldes do Atlético. Os sócios do Paraná escolheriam o conselho e este definiria o presidente.

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