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Torcedor do Arapongas exibe a camisa do time no Estádio dos Pássaros: comparecimento em bom número dos torcedores na primeira metade do Estadual deixou os dirigentes animados | Rodrigo Czekalski
Torcedor do Arapongas exibe a camisa do time no Estádio dos Pássaros: comparecimento em bom número dos torcedores na primeira metade do Estadual deixou os dirigentes animados| Foto: Rodrigo Czekalski

No vermelho

Tabela prejudica o Iraty

O Iraty não desfrutou da mesma rotina dos concorrentes na bilheterias e acumulou um prejuízo solitário. Peculiaridades da tabela esvaziaram a arrecadação da equipe e o déficit foi de R$ 3.177,40. O Azulão foi quem menos jogou em casa, com apenas quatro partidas. O Cascavel jogou seis e todos os demais, cinco vezes.

"Levamos um pouco de azar porque dois desses quatro jogos foram na quarta-feira à tarde, quando o pessoal trabalha. Também não recebemos os grandes Coritiba e Atlético. Só o Paraná jogou aqui, mas está em má fase", tenta justificar Geraldo Campanholi, diretor de futebol do clube.

Apesar da fraca campanha paranista, o jogo contra o Tricolor foi o único a dar lucro ao Iraty: R$ 1.773,65. Os outros duelos foram contra Roma, Arapongas e Corin­­thians-PR. "Quando vier a dupla Atletiba, essa média sobe. Já estamos fazendo uma campanha para atrair a torcida", adianta o dirigente.

Fraco de público, bom de resultado. O Iraty segue invicto em casa, com um empate e três vitórias. Resultados que ajudaram a deixá-lo na quinta colocação na tabela. Desempenho que pode melhorar no returno, quando será o único a atuar sete vezes em seus domínios.

"E, com tudo isso, ainda estamos bem colocados. Acredito que se o time fizer a mesma pontuação jogando todas essas partidas em casa, dá para incomodar", afirma o presidente do clube, Sérgio Malucelli.

O primeiro turno do Paranaense termina hoje no azul. As torcidas responderam ao novo regulamento – sem o malfadado supermando – e garantiram um pequeno reforço de caixa aos clubes. Com maiores ou menores cifras, ao menos nas bilheterias, as equipes tiveram lucro. Os borderôs confirmam a contabilidade positiva e servem para aliviar os demais – e altos – custos para a manutenção dos departamentos de futebol. Em dez rodadas, o valor total chegou a R$ 1.285.233,12, em 60 jogos. A exceção entre as 12 equipes foi o Iraty (veja reportagem nesta página), que amargou prejuízo na me­­tade inicial do torneio.

"Respeitando os nossos outros parceiros, temos dito que o torcedor é nosso maior patrocinador", afirma o presidente do Operário, Carlos Roberto Yurk. O tom é de agradecimento. Afinal, a torcida dos Cam­­pos Gerais colocou a equipe na vice-liderança entre as bilheterias mais polpudas, com R$ 271.778 em cinco jogos no Germano Krüger. A equipe ponta-grossense supera até o Atlético e seus R$ 257.719,74 an­­gariados no turno.

"[Esse valor] representa, seguramente, a garantia de metade das nossas despesas. É a torcida quem dá aquele algo a mais para mantermos nossas obrigações rigorosamente em dia", reforça o dirigente do Operário.

O mon­­tan­­te acumulado em Ponta Gros­­sa fica atrás apenas dos R$ 293.107,60 arrecadados pelo líder de pontos e de renda Coritiba. Vale a ressalva de que o Atletiba da semana passada, no Couto Pe­­rei­­ra, garantiu 80% desse total. Foram R$ 235.889,95 so­­­mados no jogo decisivo do último do­­mingo, contra R$ 184.266,99 do primeiro clássico de 2010, disputado na Are­­na.

Os números aliviam algumas aberrações vistas no Estadual do ano passado. Sem poder mandar as partidas no seu estádio, o Engenheiro Beltrão, por exemplo, jogou em Rolândia. E chegou ao ápice do abandono ao enfrentar o Toledo diante de quatro "testemunhas" e um rombo de R$ 4.948,60 no Erick George.

O maior déficit em uma partida até agora foi registrado pelo Arapongas. Ainda sem o laudo ne­­cessário para estrear como mandante na segunda rodada, a equipe "recebeu" o Cianorte em Para­­navaí e sofreu um prejuízo de R$ 4.661,10.

"Se não fosse isso, estaríamos bem melhores. Já no ano passado, mesmo na Divisão de Acesso, fizemos um levantamento e ficamos atrás apenas de Atlético, Coritiba e Operário. Esse interesse todo da torcida não é uma surpresa. Gos­­tam muito de futebol aqui", ga­­rante Ernesto Silveira, gerente administrativo do clube quarto colocado em arrecadação, com R$ 165.596,55.

Para manter a boa média, a equipe contratou uma empresa especializada em gramados para fugir do risco de ter de abandonar sua casa. O Estádio dos Pás­­sa­­ros tem o campo mais lastimável do campeonato, foi motivo de reclamação de todos os adversários e corre o risco de ser vetado para o jogo contra o Atlético, dia 6. "Faltam quase dez dias, es­­tamos trabalhando com urgência porque não queremos perder esses 10 mil ingressos que serão vendidos com certeza", complementa.

Refresco

Além dos papões de bilheteria Operário e Arapongas, e de Co­­ri­­tiba e Atlético vivendo uma situação à parte graças aos seus programas de sócios, o restante das equipes festeja ter se livrado do vermelho. A situação está longe de resolver o apertado or­­çamento dos clubes, mas é me­­lhor do que no Estadual 2010.

"Estamos felizes. Ano passado não foi assim. Muito jo­­gos não cobriram sequer as despesas. Só não foi melhor agora pois temos uma limitação de 1.700 pagantes. Mas já está em andamento um projeto de am­­pliação do estádio", conta Adir Kist, gerente de futebol do Cia­­norte, clube que embolsou R$ 29.270,75 na primeira fase.

"Melhorou em relação ao último campeonato, mas estou de­­cepcionado com a torcida, pelo alto nível da competição", cobra Nivaldo Mazin, presidente do Paranavaí, que completa. "Acre­­dito que pode melhorar bastante no returno." O desafio começa na próxima rodada.

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