• Carregando...
UFC injeta US$ 13 milhões na economia de cidade que sedia o evento, diz estudo | Jon Kopaloff / AFP
UFC injeta US$ 13 milhões na economia de cidade que sedia o evento, diz estudo| Foto: Jon Kopaloff / AFP

Médicos canadenses abrem fogo contra o MMA

O Ultimate Fighting Championship (UFC) entrou na mira de médicos canadenses. Por acreditar que as artes marciais mistas podem trazer grande risco de trauma na cabeça e outras lesões sérias, a Associação Médica do Canadá pediu o banimento do esporte no país.Em comunicado, os médicos do país do campeão dos meio médios, Georges St. Pierre, afirmam que pretendem impedir a prática do esporte porque "diferentemente de outros esportes, como hóquei ou esqui, a intenção dos participantes é tornar o seu oponente incapaz de reagir". Com ironia, o diretor-gerente de desenvolvimento internacional, do UFC, Marshall Zelaznik, respondeu à iniciativa. "As pessoas devem praticar o esporte que querem. Todo campeonato há casos de jogadores de futebol que quebram as pernas. Seria ridículo sugerir que banissem o futebol", afirmou, citando dados que colocam o esporte com menos riscos de lesões graves do que o boxe, hóquei, ski, futebol americano e automobilismo.

Dana White e os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta podem rir à toa. Em 2001, o ex-instrutor de ginástica e a dupla de empresários do ramo de cassinos fizeram o mais lucrativo negócio de suas vidas. Compraram, pela bagatela de US$ 2 milhões, um campeonato de artes marciais mistas (MMA) criado pelo brasileiro Rorion Gracie oito anos antes.

No prazo de nove anos, transformaram o Ultimate Fighting Championship (UFC) no maior torneio de lutas do mundo - desbancando o boxe no espaço da mídia - e em uma imensa máquina de dinheiro, que hoje vale 500 vezes seu valor de compra.

De acordo com estimativa da revista Fortune, a marca UFC já ultrapassou o valor de US$ 1 bilhão. O evento, que acontece em média 12 vezes por ano, é transmitido para 140 países e atinge quase 500 milhões de lares ao redor do planeta. Nos Estados Unidos, por exemplo, seis milhões de pacotes televisivos foram vendidos no ano passado. Uma cidade que abriga uma edição faz cerca de US$ 13 milhões girarem em sua economia em um único fim de semana.

"Os donos do UFC sempre acreditaram que esse esporte, se promovido como tal, não só como espetáculo, poderia se tornar um dos maiores do mundo. Era só questão de tempo para as pessoas prestarem atenção e perceberem o quanto nossos atletas treinam duro e quanto esse esporte é grande", disse o diretor-gerente de desenvolvimento internacional do UFC, Marshall Zelaznik, à Gazeta do Povo.

O sucesso em escala mundial do UFC teve duas grandes chaves. A primeira, implantada desde 2001, foi a implantação de regras rígidas. Ao contrário dos primeiros anos, quando puxar o cabelo do adversário e golpear a coluna vertebral era permitido, ataques desse tipo foram banidos e 31 regras criadas. A segunda chama-se "The Ultimate Fighter (TUF)", reality show que forma novos atletas e conta com participação de ídolos do MMA na função de técnicos.

"O verdadeiro grande ponto de virada veio em 2005, com nossa série de televisão. Através dela, as pessoas que normalmente não assistiriam ao UFC, nos deram uma segunda chance. Muitos entenderam que por trás do show estão grandes atletas e pessoas. A partir daí ficamos cada vez mais fortes", explicou Zelaznik, que garantiu a intenção de exportar o reality para outros países, inclusive ao Brasil.

Fórmula 1 da luta

Apesar ser essencialmente norte-americano, o UFC vem ganhando o mundo nos últimos três anos. Canadá, Inglaterra e Irlanda do Norte tornaram-se sedes regulares de eventos. Alemanha, Austrália e Emirados Árabes Unidos também já abrigaram o campeonato. Ao todo, 15 torneios já foram realizados longe dos Estados Unidos. Essa rápida expansão faz o diretor de desenvolvimento internacional comparar a principal competição mundial de MMA ao automobilismo.

"O UFC é a F-1 do MMA. É internacionalmente conhecido e tem fãs por todos os cantos do mundo. Nosso plano é continuar esse movimento e levar o campeonato a todos os continentes", declarou.

"Todo mundo, em qualquer cultura, entende o que é uma luta. É um esporte universal. Fora dos EUA, ninguém entende a NFL (Liga de futebol americano). Aqui, 16 anos depois da Copa do Mundo, a maioria das pessoas não se importa com futebol. Mas no UFC, com artes marciais diversas partes do mundo, todo mundo entende. Lutar está no nosso DNA", concluiu.

Serviço:Neste sábado (28), em Boston, a partir das 23h, o torneio chega à sua edição de número 118. Destaque para o confronto entre Randy Couture, 47 anos, e o ex-pugilista campeão mundial James Toney, que fará sua estreia no MMA. No grande duelo da noite, BJ Penn terá sua revanche contra Frank Edgar, na disputa pelo cinturão dos leves. O canal Combate transmite o evento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]