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Memória

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"Chegou, enfim, o grande dia", estampou a Gazeta do Povo como manchete da "Décima Sexta Página" da edição de domingo, 25 de junho de 1950. Era grande a expectativa na cidade pelo duelo entre a favorita Espanha e os Estados Unidos no Durival Britto e Silva, primeiro jogo de Copa do Mundo realizado por estas bandas.

A Gazeta alertava "Impreterivelmente as 15 horas será o prélio iniciado. Importa em desclassificação, o atraso de uma das equipes". Alguém imagina na Copa de 2014 a possibilidade de desclassificação de uma das seleções por atraso?

Em uma página salpicada de fotos dos principais destaques dos dois times, tiradas já em Curitiba, o texto do jornal anunciava "O sensacional choque Estados Unidos x Espanha, polarisa as atenções do público desportivo de todo o sul do Brasil – um acontecimento inédito e invulgar, que deve se constituir na mais brilhante página da história do nosso esporte".

Na capa da edição, uma espécie de enquete com dois jogadores de cada lado dizendo o que esperavam da partida. Algo como se os atuais craques espanhóis Iniesta e Xavi fossem entrevistados com exclusividade para dar suas impressões de uma hipotética estreia da Espanha em Curitiba na próxima Copa.

Na quinta-feira anterior a Gazeta publicou um texto editorial pedindo civilidade aos torcedores, para que evitassem levar bombas ao estádio, algo que parecia ser normal na época: "Vamos evitar demonstrações pouco recomendáveis, como por exemplo, os célebres ‘bombardeios’. Será uma maneira de dar demonstração de elevado nível de civilização, ensejo em que muitos incidentes graves consequências poderão ser evitados, uma vez que grande será a multidão presente ao estádio".

O jogo na Vila Capanema lotada não foi o que se esperava. Pelo menos as linhas do jornal de terça-feira – não havia edição na segunda – deixaram isso claro. Abaixo do título "Grande espetáculo e mau futebol", a crônica sentenciava: "Deixando de lado os 90 minutos do prélio em que os espanhóis derrotaram os norte-americanos por 3 x 1, tudo o mais que se desenrolou na Vila Capanema, foi verdadeiramente monumental e empolgante – decepcionaram os bascos, que só alcançaram a vitória nos minutos finais, quando o cansaço liquidou o seu adversário – fraco o pelotão de Tio Sam, mas atuando como se esperava – boa arbitragem de Mario Viana".

A partir daí as atenções já estavam voltadas para o confronto entre Suécia e Paraguai, um "choque de gigantes", que fariam na quinta-feira a segunda – e até agora última – partida de Copa em Curitiba.

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