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Moscou (Folhapress) – A moda dos quartetos ofensivos pegou nas seleções nacionais, mas falta para os treinadores combinar isso com os jogadores. A menos de cem dias para o início da Copa do Mundo de 2006, os grandes favoritos ao título penam com a falta de entrosamento de seus esquemas ultra-ofensivos.

Prova disso ocorreu quarta-feira, na única jornada de amistosos em datas Fifa antes de a bola rolar na Alemanha a partir de 9 de junho. Argentina, Alemanha, Brasil e Inglaterra, os entusiastas da tática com muitos atletas ofensivos, tiveram atuações medianas ou ruins. Todos eles optaram pela mudança do esquema há pouco tempo e agora sofrem para ensaiar com todos os integrantes.

Na magra vitória contra a Rússia (1 a 0), o Brasil mais uma vez não conseguiu escalar Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano juntos. Desde que Carlos Alberto Parreira resolveu optar pelo quarteto e seus integrantes, os quatro atletas começaram só um jogo juntos, contra a Venezuela (3 a 0).

"Teremos mais de 15 dias de treinos antes da estréia na Copa", afirma, otimista, o treinador.

Muito pior é a situação da Argentina. Anteontem, na derrota para a Croácia (3 a 2), José Pekerman pela primeira vez escalou o time com Riquelme como meia-ofensivo e três atacantes – Tevez, Crespo e a sensação Messi.

No início, a idéia até funcionou, mas logo o time caiu de produção e a defesa ficou bastante vulnerável. "Não gosto dessa maneira. Precisamos trabalhar mais", disse Pekerman, que desde a goleada para o Brasil na final da Copa das Confederações viu seu time perder o rumo – fez sete jogos, com três vitórias e quatro derrotas.

A derrota argentina elevou a confiança dos croatas, que serão os primeiros rivais do Brasil na Copa.

"Mostramos que temos jogadores qualificados e que não estamos no Mundial por acaso. Provamos que somos um dos favoritos para ganhar a Copa", disse Zlatko Kranjcar, técnico da Croácia, em entrevista ao site da Fifa.

Ao mesmo tempo, o resultado despertou a atenção de Parreira. "Não concordo quando dizem que o grupo (F, com Brasil, Austrália, Japão e Croácia) é fácil. É um grupo traiçoeiro."

Nenhum resultado, porém, abalou tanto quanto o da Alemanha. Com um ex-atacante como técnico, Jürgen Klinsmann, o time apostou em Scheneider e Ballack, dois meias ofensivos, e os atacantes Klose e Podolski. O resultado foi trágico: uma histórica derrota para a precavida Itália por 4 a 1.

Com só duas vitórias nos últimos seis amistosos, Klinsmann, que mora nos EUA, virou alvo da imprensa alemã. O sensacionalista "Bild" disse em sua manchete que a Alemanha é ruim demais.

A Inglaterra, ainda mais radical, também não consegue engrenar. O sueco Sven Goran-Eriksson, técnico do time, já escalou os cinco atletas mais talentosos de que dispõe, todos com vocação ofensiva. Mas Lampard, Gerrard, Beckham, Rooney e Owen não conseguiram mais treinar juntos. Isso porque Owen está machucado e não joga desde o começo do ano. Em campo, o time suou para bater o Uruguai, de virada, por 2 a 1.

A Holanda, de Van Basten, outra que joga com três atacantes e meias ofensivos, também teve placar magro na rodada de amistosos – bateu o Equador por 1 a 0.

Se terão êxito em suas apostas, ninguém sabe, mas Parreira e outros técnicos poderão compartilhar idéias nos próximos dias, quando participarão de conferência de treinadores na Alemanha.

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