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"Vou estar sempre torcendo pelo Paraná. Isso não é um adeus, é apenas um até logo." Nem mesmo o atacante Borges esperava que a sua frase dedespedida do Paraná, na terça-feira passada, se transformasse em realidade.

Três dias após o anúncio da sua venda para o Real Betis, da Espanha, o artilheiro paranista voltou a treinar ontem à tarde. Frustrado, chegou à Vila Capanema com a mesma sacola em que havia guardado tudo o que estava no seu armário, na terça-feira. "Não sou moleque, sou profissional. Me falaram uma coisa e não aconteceu. Tenho contrato com o Paraná e por isso estou aqui para treinar", afirmou, resignado.

O sonho europeu de Borges – e a desejada independência financeira – desmoronar graças a um equívoco de seu empresário, Márcio Rivellino, filho do ex-jogador Roberto Rivellino, campeão mundial pela seleção em 70.

O agente, inclusive, vetou a participação do atacante na partida de quarta-feira, contra o Goiás, desagradando à diretoria paranista.

Mesmo com o presidente José Carlos de Miranda negando a existência de uma proposta concreta, para o empresário, proprietário de 40% dos direitos federativos do atleta, tudo já estaria acertado e Borges deveria embarcar imediatamente para Sevilla. O valor, não confirmado: 2,5 milhões de euros (R$ 7,2 milhões). Não valeria a pena colocá-lo em campo com a cabeça na Espanha, foi o argumento usado pelo procurador.

Borges demonstrou arrependimento por ter acreditado em tudo que lhe foi passado. "Como sempre, o jogador de futebol é o último a saber. Estou sem entender nada. Várias pessoas erraram. Me falaram que a passagem iria chegar na quarta-feira e até agora nada. Estou evitando falar muito. De cabeça quente a gente faz muita besteira", disse ele, que sequer saiu de Curitiba.

Luís Alberto Martins, proprietário da L.A. Sports, parceira do Paraná e detentora dos outros 60% dos direitos federativos do jogador, tentou explicar a confusão. "A negociação não foi encaminhada por nós. O Márcio nos passou um valor e quando chegou aqui era outro", afirmou. "O Borges tem contrato de mais três anos com o Paraná e irá ficar no clube", garantiu.

O episódio fez o técnico Lori Sandri perder a paciência. O treinador não economizou nas críticas a quem conduziu a transferência. "Quem deveria estar se explicando aqui é o procurador dele e não o Borges. Ele (Márcio Rivellino) foi infantil em todos os aspectos."

Ainda abatido, o camisa 9 tenta se reerguer jogando bola. Participou integralmente do treino de ontem e deve enfrentar o São Paulo, amanhã, em Maringá. "Eu só quero pensar nesse jogo."

A reportagem tentou entrar em contato com Márcio Rivellino, mas o empresário não atendeu às ligações.

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