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Oslo – No vestuário, a mudança foi radical. No estilo de jogo do time, foi parcial. No tabu diante da Noruega, ela não existiu.

Foi assim a estréia de Dunga na seleção brasileira. No lugar dos surrados agasalhos de Luiz Felipe Scolari, Zagallo e Carlos Alberto Parreira, ele vestiu camisa de botão (idêntica a que usou quando acertou sua ida para a equipe nacional), calça de sarja bege e sapato social (sem estampar as marcas dos patrocinadores da CBF). Assim, viu o time empatar com os escandinavos em Oslo por 1 a 1.

O Brasil segue sem ganhar da Noruega (são agora duas vitórias dos europeus e dois empates). O time mostrou uma vibração e um poder de reação que não teve na Copa. "Os atletas mostraram amor à camisa e determinação", elogiou Dunga.

Mas sua equipe também lembrou em alguns pontos a triste trajetória da seleção nos últimos meses. Mais uma vez o camisa 10, de quem mais se esperava, não funcionou (dessa vez Robinho foi a frustração que coube a Ronaldinho no Mundial). "Ele teve de sair da área por causa da força física dos zagueiros da Noruega", justificou o treinador.

O gol sofrido foi quase um replay daquele que eliminou o time nacional na Alemanha.

Até o corintiano que se especializou em invadir gramados na Europa estava lá – dessa vez fantasiado com um chapéu viking e sem conseguir tocar em qualquer jogador antes de ser interceptado pela segurança.

Dunga começou o jogo sem se esgoelar na beira do gramado, como havia prometido. Mas, com o passar do tempo, o estilo xerife falou mais alto e ele discutiu com a arbitragem e incentivou seus jogadores.

A partida até que foi movimentada, mesmo com jogadores em início de temporada. No primeiro tempo, as melhores chances brasileiras aconteceram com Fred. Do outro lado, o time da casa insistia nos cruzamentos, mas a retaguarda brasileira, que treinou esse tipo de jogada na véspera, se safou em todos os lances.

Dunga não mudou o time no intervalo. Só que a defesa não mostrou a mesma eficiência. Logo aos 6 minutos, Pedersen bateu falta pela lateral (como fez Zidane). Ninguém tocou a bola e nem foi preciso um Henry para marcar – a bola entrou direto.

A vantagem escandinava, no entanto, durou pouco. Aos 17, Daniel Carvalho, que fazia sua estréia na seleção principal, recebeu de Fred e chutou cruzado para empatar.

"Celebrei de forma tímida. É meu jeito. Espero que o gol me ajude a voltar à seleção", disse o jogador, um dos que deixaram o time antes do final da partida – como prometido, Dunga fez o máximo de testes que pôde.

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Em OsloNoruega 1 x 1 Brasil

NoruegaMyhre; Haestad, Hagen (Waeheler), Stromstad (Grindheim) e Riise; Hangeland, Andresen, Rambekk e Pedersen (Arst); Solskajer (Iversen) e Carew (Braaten). Técnico: Age Hareide.

BrasilGomes; Cicinho (Maicon), Juan (Alex), Lúcio e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson (Dudu Cearense), Elano (Júlio Baptista) e Daniel Carvalho (Vágner Love); Fred e Robinho. Técnico: Dunga.

Estádio: Ullevaal Stadion. Árbitro: Stuart Dougal (Fifa-Escócia). Gols: Pedersen (N), aos 5, e Daniel Carvalho (B), aos 16 do 2.º tempo. Amarelos: Rambekk e Arst (N); Edmílson (B).

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