• Carregando...
O técnico Gilberto Pereira diz ter aberto mão de seus salários para deixar o pagamento dos jogadores em dia | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
O técnico Gilberto Pereira diz ter aberto mão de seus salários para deixar o pagamento dos jogadores em dia| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

O comprometimento do elenco acima de qualquer esquema tático. Para o técnico Gilberto Pe­­reira, esta é a principal razão para o Londrina ter renascido na Série D e estar, agora, a apenas quatro jogos da promoção à Terceira Divisão nacional. O próximo passo é superar a Chapecoense. O primeiro jogo ocorre domingo, em Chapecó. O segundo, uma semana depois, no Estádio do Café.

"Hoje, no nosso elenco, não estamos apenas formando profissionais. Mas sim homens, íntegros, de caráter, que não fugiram à luta. São – somos, na verdade – vitoriosos hoje pelo esforço e pela luta que enfrentamos", co­­mentou o treinador, que não es­­quece do apoio da torcida. Para ele, a cidade acolheu o grupo e comprou a briga.

"A torcida abraçou a nossa causa e tem sido fundamental até aqui", comentou. "O mérito de todo esse reconhecimento é dos jogadores. Eles, com luta e seriedade em campo, conseguiram resgatar a paixão do torcedor pelo clube. Isso não tem preço."

A união se fortaleceu em meio ao momento mais delicado do clube no Brasileiro. Derrotado nas duas primeiras rodadas, o Londrina teve de conviver com uma ameaça de greve dos jogadores, por causa do atraso de quase três meses nos salários. A situação financeira foi aliviada pela rifa de um televisor de plasma que bancou a viagem até Porto Alegre, para enfrentar o São José, sábado, e o reforço no patrocínio da Sercomtel. Ontem, a prefeitura anunciou um acréscimo de R$ 5 mil no repasse mensal ao clube.

"Sabíamos que com o início da Série D o dinheiro ia começar a entrar. O bom desempenho do time se reflete nos cofres. Os patrocinadores aparecem e as coisas se tornam mais viáveis. Temos trabalhado incansavelmente para acertar as coisas. Os torcedores corresponderam e conseguimos pagar os atrasados", disse o presidente Peter Sil­va. Ele garantiu que o clube pretende pagar nos próximos dias pelo menos 50% do valor dos salários que venceram em 10 de agosto.

O sacrifício tem sido grande mesmo. Segundo o técnico Gil­berto Pereira, o corte, no seu caso, foi no próprio bolso. "Esse mês recebi 30% do meu salário de maio. Decidi abrir mão dos meus vencimentos, para que os jogadores pudessem receber em dia. Quando você vê um filho com fome, sempre prefere dar-lhe de comer antes. Eu dependo deles para manter meu emprego e por isso temos que fazer sacrifícios", disse, encarnando o espírito de união que impulsiona o LEC no torneio.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]