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  • Ney Franco no túnel de entrada das equipes do Couto Pereira. Treinador veste a camisa da seleção em busca da vaga olímpica

Enquanto o Coxa conta as rodadas para confirmar o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, uma outra contagem de tempo corre em paralelo. Depois de 27 de novembro, quando ocorre a última rodada da Série B (Coritiba x Guaratinguetá), o técnico Ney Franco assumirá de vez o cargo de coordenador das categorias de base da Confederação Bra­­­sileira de Futebol (CBF) e de técnico da seleção sub-20. Enquanto concilia as atividades, num rápido intervalo, Franco atendeu a Gazeta do Povo para falar da mudança em sua carreira.

Na última semana, você "estreou" como técnico da seleção sub-20 e coordenador da base da CBF, ao receber o técnico Mano Menezes para apresentar seu projeto. Como foi o encontro?

Foi uma ótima conversa. Depois da minha confirmação, eu desenvolvi um projeto para as seleções de base, pedi um tempo para isso. Mostrei o organograma, como vão funcionar as convocações, as redes de contato para elas... passei tudo a ele [Me­­­­nezes], para que acrescentasse ou modificasse o que entendesse por bem. Ele praticamente aprovou o projeto por inteiro, gostou muito. Vamos ter uma reunião no Rio, depois que ele voltar com a seleção [joga hoje com a Ucrânia, em Londres], para que a gente possa fechar, definir a data para a convocação da sub-20. Vou para o congresso técnico [do Sul-Americano Sub-20, que dá duas vagas a Olimpíada de Londres, em 2012] dia 17, no Paraguai. Pode ter cidade-sede que tenha altitude, pois o torneio será no Peru, e faremos um trabalho para pensar nisso. A conversa foi muito boa, começamos com o pé direito.

Já definiu sua comissão técnica?

O [preparador físico] Alexandre Lopes e a comissão técnica que está comigo no Coritiba, ainda estamos fechando, mas eles vão juntos.

Muito tem se falado que você, depois do Sul-Americano deixará de ser técnico para ser só coordenador. Vai largar o cargo ou não?

Vou ser técnico, sim! Continuo como técnico da sub-20. Tem muitas competições internacionais nessa categoria. Todo torneio com relação à sub-20 eu dirijo como treinador e aliado a isso, coordeno as outras categorias. Já participei de um congresso da sub-14, fui à Granja Comary para conhecer e avaliar a estrutura. Foi um fim de semana que eu conciliei muito bem o Coritiba, com a vitória no sábado, e no domingo e segunda fiquei por lá.

Falando nisso, você ainda tem um projeto no Coritiba. Está conseguindo levar os dois?

Está tranquilo, até porque essa primeira parte é feita no hotel, na concentração, com contatos, depois dos treinamentos. Quem está sofrendo mais é a família, até porque tem trabalho sempre e estou com nenê novo... mas a gente está conseguindo concentrar o trabalho dentro do Coritiba e, nos momentos livres na concentração, tenho tratado de seleção.

A família vai fixar residência onde a partir de dezembro?

Vamos morar no Rio. Até porque o projeto, se der tudo certo, é até 2016. Vamos ficar lá pelo menos até 2016, tem muitos eventos que eu vou participar ativamente nas seleções de base, como a Olimpíada de 2012, se a gente classificar. Já estamos classificados antecipadamente para 2016 e eu vou trabalhar junto com o Mano nesses projetos. Vou mudar com a família para lá e, se Deus quiser, vamos fechar esse projeto bem.

Você já esteve mais na mídia, quando trabalhava no eixo esportivo do país, dirigiu o Flamengo, time de maior torcida do Brasil. Mas só foi lembrado para o cargo agora. Por quê?

Acho que é o trabalho de um tempo. Desde a minha formação, as oportunidades em categorias de base com projetos consistentes, resultados em campo e revelação de muitos jogadores. Conheci bem o mercado, como funciona a base. Depois, no profissional, entendi bem como funciona a transação da base para se profissionalizar. Isso se completa agora com a seleção brasileira. Então, hoje eu posso dizer que sou um treinador que tem uma formação. Trabalhei na base, disputei profissionalmente todos os Campeonatos Brasileiros, a Série C pelo Ipatinga, agora a B pelo Coritiba, já trabalhei na A por vários clubes. Joguei Libertadores, Copa do Brasil... tudo isso somado fez com que o pessoal chegasse ao meu nome e eu tenho que fazer o meu melhor para corresponder a essa expectativa da CBF e da torcida brasileira.

Você recusou três propostas [Goiás, Cruzeiro e Corinthians] para seguir no Coritiba. Acha que essa sua postura pesou na escolha da CBF?

Eu acho que não existe certo ou errado nisso. Cada um toma suas decisões. O [ex-técnico do Atlético, Paulo César] Carpegiani, por exemplo, já falou isso, que pesou o projeto do São Paulo, a questão financeira. Mas para mim acho que foi indiferente a minha posição. A CBF já me queria, inclusive para começar o trabalho agora, mas eu quis terminar o projeto no Coritiba. Não acho que isso pesou não. Para mim, foi mais determinante o que eu disse antes, sobre a carreira, a formação.

Já deu para perceber maior assédio pelo cargo novo? Especialmente dos meninos da base, o pessoal está alvoroçado com você?

Sem dúvida. É a figura do treinador, aliás, do coordenador, né? Estive na Granja, você percebe que os olhares mudam, que se você estiver na lateral do campo os moleques olham mais, muda o comportamento. Acho que isso é bom, porque a gente sempre vai querer dar oportunidade para os garotos.

O que você vai levar contigo do Coritiba para esse novo desafio?

Vou levar a marca, especialmente da gestão desse ano, de um clube organizado, que soube dar autonomia para o treinador trabalhar. Neste ano não tivemos momentos turbulentos, mas os poucos que passaram, eles [a diretoria coxa-branca] souberam dar respaldo. Levarei comigo muito respeito pelo Coritiba e acho que a recíproca é verdadeira. Acho que vai ficar carinho pelo profissional Ney Franco, da torcida do Coritiba, e vice-versa.

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