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Maringá – O levantador e capitão da seleção brasileira de vôlei, Ricardinho, está em Maringá descansando e curtindo o título de pentacampeão da Liga Mundial que o Brasil conquistou no último domingo. A seleção venceu Sérvia e Montenegro na final, em Belgrado, por 3 a 1 e foi campeã com uma campanha com 14 vitórias e uma derrota.

Este foi o primeiro campeonato de Ricardo Bermudez Garcia, 29 anos, como capitão da seleção e ele gostou do novo desafio na carreira. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o atleta revelou que os jogadores fizeram um pacto para ganhar tudo o que disputarem pela seleção até a Olimpíada de Pequim, em 2008.

Ricardinho está na seleção brasileira há 14 anos e faz parte do grupo de 11 atletas que têm pontuação máxima no ranking oficial de atletas para a Superliga, que lista os 152 melhores jogadores e visa a nivelar as equipes brasileiras. Ele também foi eleito pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) como o melhor levantador da Olimpíada de Atenas, no ano passado. O atleta renovou contrato com o time italiano Modena que, na última temporada, ficou em oitavo lugar no Campeonato Italiano. Antes de retornar para a Europa, Ricardinho retoma os treinamentos com a seleção brasileira na próxima semana, em preparação para a Copa América, entre 2 a 7 de agosto, em São Leopoldo (RS). A agenda deste ano é completada com o Sul-Americano, entre 13 a 19 de setembro, também no Brasil e a Copa dos Campeões Mundiais, entre 22 a 27 de novembro, no Japão.

Gazeta do Povo – Por quanto tempo você acha que o Brasil vai continuar como melhor do mundo no vôlei?

Ricardinho – Tive uma conversa com o Giba antes da final da Olimpíada e falamos que íamos ser campeões até Pequim, em 2008. O Gustavo também falou que quer ganhar tudo até Pequim. É um grupo consciente de que vai manter unida esta geração. Depois das Olimpíadas, cada um deve seguir mais os caminhos dos clubes. Eu, como levantador, ainda acho que posso jogar até a Olimpíada de Londres, em 2012.

– Falta aprimorar alguma coisa nesta seleção?

– Tem que desenvolver mais o lado psicológico. O importante é mantermos o bloqueio que é o nosso grande diferencial. O Brasil sempre foi muito ataque. Na fase final desta Liga, no primeiro jogo contra a Servia, marcamos 20 pontos de bloqueio.

– O que fazer para ganhar da seleção brasileira?

– Eu sempre me pergunto isso. Perguntei para o nosso auxiliar técnico de que maneira ele me marcaria se fosse de outro time e ele disse que é muito complicado. Nós temos um jogo muito variado.

– O que mudou no voleibol da época que os Estados Unidos e Rússia dominavam para hoje com o Brasil sendo o melhor do mundo?

– Na década de 80 não tinha muita velocidade. Hoje é pura velocidade e raciocínio. Também tem a tecnologia com uso de computadores durante os jogos e filmadoras filmando.

– Como foi sua temporada no Modena, da Itália?

– O time não foi muito bem, mas eu renovei por mais dois anos. Fiz uma boa adaptação lá, que tem o melhor vôlei do mundo. Vamos ver se na próxima temporada ficamos em melhor posição porque o nosso time tem três jogadores da seleção italiana.

– Quais as diferenças entre ser um jogador parte do grupo e o capitão da seleção?

– Existe um peso maior, precisa de uma disciplina maior. Tive que aprender a parte burocrática de conversar com o árbitro, ir na coletiva para imprensa, os protocolos. Também tem a atitude dentro da quadra, porque antes eu podia explodir e agora não posso estourar. E tenho que segurar quem estoura [risos]. É um amadurecimento.

– Aumenta a emoção em ser campeão como capitão?

– Não pensava isto antes da final e aí me dei conta que ia levantar a taça [risos]. É uma emoção diferente, sim, porque penso na família, na ralação dos treinos e nos brasileiros que estão assistindo e penso "É pra vocês!"

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