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Até 1923, o futebol brasileiro era exclusivamente branco, praticado por jovens de classe alta das metrópoles. Clube de origem popular, com sede em um bairro periférico do Rio de Janeiro, o Vasco foi o primeiro time a escalar jogadores mestiços e negros. Acabou conquistando o título estadual daquele ano. A iniciativa vascaína acabou seguida por São Cristóvão (1926) e Bangu (1933). Revoltados com a atitude dos "portugueses", Botafogo, Flamengo e Fluminense se revoltaram e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea) e um campeonato à parte, sem a presença da equipe de São Januário. A briga só foi resolvida na década de 30, com a profissionalização do futebol e a abertura da porta dos grandes clubes para os afrodescendentes.

Tradicional time da elite carioca, o Fluminense, porém, continuou a camuflar o racismo. Os negros da equipe eram obrigados a se "pintar" de branco passando pó-de-arroz no rosto – apelido que acompanha até hoje o time das Laranjeiras.

Após a luta para poderem jogar bola, os goleiros de cor foram obrigados a conviver com o estigma de que não eram confiáveis. Tudo por causa da Copa de 50 e o seu Maracanazzo, quando o Brasil perdeu o título para o Uruguai em pleno Maracanã. Eleito o causador da desgraça brasileira, o camisa 1 Barbosa, que era negro, teve que conviver até o fim da vida com uma culpa que não era apenas dele. Desde então, apenas Dida, no Mundial de 2006 na Alemanha, conseguiu romper a escrita, apesar dos olhares atravessados das "viúvas do Maracanazzo". (CEV)

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