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Bruno Prata e Robert Scheidt mantêm a tradição brasileira de conquistas na vela. Dupla já pensa em Londres-2012. | Pascal Lauener/ Reuters
Bruno Prata e Robert Scheidt mantêm a tradição brasileira de conquistas na vela. Dupla já pensa em Londres-2012.| Foto: Pascal Lauener/ Reuters

Robert Scheidt disse que estava faltando sorte, um sinônimo encontrado pelo velejador para classificar a falta de vento. Ele falava a verdade.

Em dois dias com ventos, abundante ontem, quando havia muita chuva, ele e seu proeiro, Bruno Prada, 37, reverteram resultados adversos e faturaram a medalha de prata da categoria star, prova que fechou o torneio olímpico de vela.

Foi a quarta medalha consecutiva de Scheidt, 35, em Olimpíadas, nas quais ele havia ganho dois ouros e uma prata na classe laser. Já Prada realizou em Qingdao sua estréia nos Jogos.

"Qualquer uma [medalha] está ótimo. Fizemos uma regata muito boa. E levar bronze ou prata é uma grande vitória. Lavamos a alma", disse Scheidt ao sair do barco, com dúvida sobre o resultado final.

Em seguida, beijou a namorada, a lituana Gintare Volungevi-civte, que levara prata na classe laser radial. Eles se conheceram em Qingdao, há um ano, durante o Pré-Olímpico, vencido por Scheidt e Prada.

"Comemoramos um ano de namoro com duas pratas", disse Gintare. Sobre o namoro, Scheidt brincou dizendo que agora só falta chamarem de "casal de prata". A Lituânia conquistou só três bronzes e a prata de Gintare na Olimpíada.

A princípio, os seis pontos do terceiro lugar assegurariam o bronze para o Brasil, com o ouro para Grã-Bretanha (Iain Pickel e Ingo Borkowski), que chegou em quinto, garantindo a liderança após as 11 regatas.

Aí, um segundo fez a diferença para a prata mudar de barco e ficar com os brasileiros.

Foi esse o tempo da vantagem do barco francês (Xavier Rohart/Pascal Rambeau) para cruzar a linha em nono, à frente do sueco (Fredrik Loof/Anders Ekstrom), que entrara na última regata com a maior vantagem para chegar ao ouro.

Na regata de ontem, chamada de Medal Race (conta pontos em dobro e dela participam só os dez barcos mais bem posicionados nas dez regatas anteriores), a dupla brasileira largou na frente e cruzou a linha final em terceiro, superada pelos barcos de Polônia e Suíça.

"Largamos marcando o francês e tivemos um início de prova muito bom. Montamos a primeira bóia na frente. E tivemos um momento muito tenso na segunda volta, quando o polonês começou a recuperar muito pelo lado direito. E a gente ficou com medo porque, se chegasse em primeiro e a gente em quinto, o bronze seria deles. Ainda conseguimos passar três barcos no final", declarou.

Para Scheidt, foi um dia muito bom, com vento. Sobre as 11 regatas, ele disse que sempre esteve otimista. "Foi emocionante. Começamos mal, o que faz a moral cair. Mas a gente seguiu acreditando que poderia ganhar uma regata. Em nenhum momento a gente baixou a cabeça. E acreditamos, por mais difícil que estivesse."

Na véspera, com três terceiros lugares, a dupla voltou à condição de disputar medalha. "A gente estava em oitavo lugar e acordou com tudo, dizendo: 'Ainda vamos levar uma medalha para o Brasil'. Por is-so, teve gosto muito especial, e mostramos nosso valor mais uma vez."

Com a mudança do tempo, a dupla optou por voltar a utilizar a vela das primeiras regatas, para ventos mais fortes. Decisão que deu certo.

Agora, quer chegar a Londres-2012. Em 2009, Scheidt quer atuar nas grandes regatas oceânicas. Só para variar, pois a star, onde pode voltar a duelar com Torben Grael, é o objetivo. "Sempre respeitei o Grael. Será uma boa disputa. Além disso, poderemos treinar com ele e com Marcelo Ferreira. Ótimo."

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