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O apoio veio até de onde pouco se esperava. Ao saber do afastamento de Vicélia Florenzano da presidência da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), por uma determinação judicial, a técnica carioca Georgete Vidor esqueceu antigas rusgas e veio a Curitiba prestar solidariedade.

A visita reforçou um dia de manifestações contra a saída da dirigente. Atletas, técnicos e funcionários se reuniram, ontem à tarde, na sede da Confederação, pedindo a permanência da presidente à frente da modalidade.

"Ninguém melhor do que eu, que enfrentei várias brigas com a Vicélia, para dizer o quanto ela representa para a ginástica brasileira. Hoje, o Brasil está onde está por causa dela", afirmou Georgete.

Antiga técnica de alguns nomes importantes do esporte, como Daniele Hypólito, ela entrou em guerra com a CBG há três anos, quando foi determinada a transferência dos atletas dos clubes (no caso, o Flamengo) para Curitiba.

"Depois de 9 anos, eu não queria abrir mão da ginasta para outro técnico, lógico. Era ciúmes, muitas vezes. Mas a Vicélia criou uma estrutura que ninguém conseguiria ter", elogiou a antiga desafeto.

A estrutura também foi a bandeira levantada pelos ginastas para defender a presidente afastada. "A evolução é palpável. Antes ninguém sabia o que era a ginástica no país. E se hoje temos resultados, não é só por talento e treino, mas sim por uma boa gestão", disse Mosiah Rodrigues, que serviu de porta-voz ontem das seleções permanentes.

"Essa é uma questão que será resolvida nos bastidores. Os atletas não podem fazer nada. Só mostrar apoio a ela e continuar treinando para que os resultados continuem aparecendo e mostrem que estávamos no caminho certo", afirmou Diego Hypólito.

A técnica ucraniana Irina Ilyashenko era a mais emocionada. "Logo que chegamos, há sete anos, fomos disputar uma competição internacional e não deixaram a nossa equipe nem aquecer no tablado. Hoje, somos respeitados", comentou.

No comando da CBG desde 91, Vicélia comemorou a conquista de dois títulos mundiais no solo – Daiane dos Santos (2003) e Diego Hypólito (2005) –, o bicampeonato pan-americano e 44 medalhas em etapas da Copa do Mundo.

Futuro incerto

GeorgeteVidor teme que o afastamento de Vicélia comprometa a continuidade do projeto da ginástica brasileira. "Ela é uma referência internacional. Esses técnicos estrangeiros estão aqui porque confiam nela e os patrocinadores também", comentou.

Segundo a assessoria de imprensa da CBG, para evitar polêmicas (até mesmo com patrocinadores), há determinações, inclusive do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), para que Vicélia evite se manifestar nesse momento.

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