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Osmar: com o futuro nos pés | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Osmar: com o futuro nos pés| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Contratado na segunda-feira pelo Paraná, graças aos dois gols no jogo-treino contra o Iguaçu, o atacante Osmar chega na Vila Capanema diante de desafios tão grandes que, para um rapaz de apenas 21 anos, parecem quase intransponíveis. A começar pelo maior deles, o de recomeçar a vida.

Agora de compromisso assinado por dois anos com o Tricolor, e já cheio de planos, há cerca de dois meses ele perdeu tudo. Osmar nasceu e morava em Itajaí, a cidade mais atingida pelas enchentes em Santa Catarina, no fim do ano passado.

Em seu bairro, São Vicente, a água da chuva chegou até a altura do pescoço. Destruiu móveis, aparelhos eletrônicos, sobrou só a "casca" da casa que ele dividia com a mãe Rosélia e o irmão Leandro. "Por sorte conseguimos sair antes, mas tivemos que ir morar com a minha avó", relembra o jogador.

Com o futuro em seus pés, o episódio permanece somente como uma triste lembrança. "Quero ver se eu compro um apartamento em Curitiba e trago a minha mãe e o meu irmão para morar comigo". As tentações comuns aos boleiros, ele garante que não tem. "Penso só em comprar um carro popular. Sou evangélico".

Enquanto parte praticamente do zero no plano pessoal, Osmar ainda vai encarar mais duas missões da bola. Deslanchar na carreira profissional – ele foi revelado pelo Marcílio Dias-SC e passou pelo J. Malucelli – e contribuir para o retorno do Paraná à Primeira Divisão.

Considerando outro desafio, já superado e que aparentava ser tão complicado como os que estão por vir, fica a esperança de que tudo vai dar certo. Mesmo treinado pelo assessor de imprensa do clube, Greyson Assunção, ao se ver diante dos microfones e da câmera de tevê Osmar quase tremia. Passava a mão na cabeça, pedia para saber as perguntas, ensaiava as respostas e... ufa, até que foi bem.

"Foi a minha primeira entrevista, fiquei muito nervoso", comentou, depois de dar o recado que os paranistas queriam ouvir. "Podem esperar muita raça, força de vontade. Comigo não tem bola perdida. Gosto de partir para cima e também finalizar".

Características que o atacante mostrou frente ao Iguaçu, que impressionaram o técnico Paulo Comelli e lhe valeram a permanência na Vila. Porém, talvez ainda pouco para garantir uma vaga de titular. Frente ao J. Malucelli, no sábado, na estreia do Estadual, Osmar deve ficar no banco de reservas.

Contará mais a experiência e o currículo dos também recém-chegados Wellington Silva, Wando e Abuda, os três brigando por duas vagas no ataque tricolor. "Sei que a concorrência é forte. Mas eu vim para vencer", avisa.

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