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Usain Bolt passa o bastão para o compatriota Asafa Powel na vitória jamaicana no 4x100. Trinidad e Tobago ficou em segundo lugar, cerca de 10 metros atrás de seus vizinhos caribenhos. | Olivier Morin/ AFP
Usain Bolt passa o bastão para o compatriota Asafa Powel na vitória jamaicana no 4x100. Trinidad e Tobago ficou em segundo lugar, cerca de 10 metros atrás de seus vizinhos caribenhos.| Foto: Olivier Morin/ AFP

O homem mais rápido do mundo, Usain Bolt, conquistou sua terceira medalha de ouro nos Jogos de Pequim e ajudou a Jamaica a destruir o recorde mundial do revezamento 4x100 metros masculino. A façanha desestabilizou o time dos Estados Unidos. E o estilo do herói olímpico não vem agradando ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Bolt, que venceu os 100 e os 200 metros rasos com tempos recordes, juntou-se ontem a Nesta Carter, Michael Frater e Asafa Powell para fechar a prova em 37s10, ou 0s30 abaixo da marca estabelecida pelos EUA no Mundial de 1993.

"A gente não consegue explicar o que a gente está sentindo na maior Olimpíada de todas. Isso é ma-ra-vi-lho-so", afirmou Bolt. Trinidad e Tobago ficou em segundo lugar, com 38s06, cerca de 10 metros atrás de seus vizinhos caribenhos, e o Japão garantiu a terceira colocação, com 38s15.

A vitória deu à Jamaica sua quinta medalha de ouro nas provas rápidas de Pequim, depois de o país ter perdido a chance de ficar com todas as seis porque a equipe feminina errou no revezamento 4x100m e permitiu que a Rússia conquistasse um ouro inesperado.

Ofuscados por Bolt, os EUA já prometem uma grande reformulação na modalidade. A equipe americana conquistou "apenas" uma prata e dois bronzes nos 100 e 200 metros. Essa é a primeira vez, desde 1976, que os EUA não conseguem um título em uma prova de velocidade olímpica.

"Assim que os Jogos acabarem realizaremos uma revisão generalizada de todos os nossos programas", disse o chefe-executivo da federação norte-americana, Doug Logan.

Logan também lamentou a atuação dos revezamentos 4x100 m masculino e feminino, que foram desclassificados logo nas eliminatórias após deixarem o bastão cair. "Eu, como todos os torcedores, estou extremamente decepcionado com a performance", disse.

Mas o desempenho e estilo do campeão jamaicano também incomoda. O presidente da Comissão de Atletas do COI, o namíbio Frank Fredericks, precisou defender ontem Usain Bolt das críticas feitas pelo presidente do COI, Jacques Rogge, após a vitória do atleta na final dos 100 metros rasos.

Na ocasião, Bolt estabeleceu 9s69, novo recorde mundial e, segundo Rogge, desrespeitou os adversários quando abriu mão de realizar a prova completa no seu ritmo máximo e começou a comemorar a medalha de ouro antes mesmo de cruzar a linha de chegada.

"Um atleta que faz 9s69 não tem que ouvir alguém dizer como precisa reagir. É um momento único, pelo qual [Bolt] se sacrificou e treinou durante muito tempo, e além disso ele fez história", avaliou Fredericks.

"Não é algo planejado. Não se pode prever como atuar se você registra 9s69 em uma final. Você acaba reagindo sem pensar", completou o ex-atleta africano, ganhador de quatro medalhas de prata em Jogos Olímpicos – duas nos 100 m rasos e duas dos 200 m rasos, em Barcelona-1992 e Atlanta-1996, as únicas medalhas da Namíbia na história dos Jogos Olímpicos.

Fredericks disse também que Bolt tentou, com sua atitude ao cruzar a linha de chegada, "dizer ao mundo que fez algo que ninguém havia feito antes".

Para o presidente do COI, no entanto, Bolt desrespeitou os adversários. "Essa não é a imagem de um campeão. Ele precisa amadurecer. É jovem, mas deveria mostrar mais respeito com seus adversários. Adoraria vê-lo demonstrando mais respeito para os outros competidores. Ele deveria aprender que ele pode apertar as mãos dos outros participantes. Essa postura estaria mais de acordo com o espírito do ideal olímpico", afirmou o presidente do COI.

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