• Carregando...
Com Alex à frente, jogadores do Coritiba entram em campo com faixa denunciando atrasos salariais e promessas não cumpridas por Vilson Ribeiro. Na foto principal, Helder festeja gol no clássico | Geraldo Bubniak/ Folhapress
Com Alex à frente, jogadores do Coritiba entram em campo com faixa denunciando atrasos salariais e promessas não cumpridas por Vilson Ribeiro. Na foto principal, Helder festeja gol no clássico| Foto: Geraldo Bubniak/ Folhapress

A briga para manter o Coritiba na Série A do Campeonato Brasileiro será uma caminhada de time e torcida. Sem diretoria. O pacto foi proposto na subida dos jogadores alviverdes ao gramado do Couto Pereira, ontem, para o Atletiba 361. Juntos, titulares e reservas carregavam uma faixa reclamando dos salários atrasados e de promessas não cumpridas pelo presidente Vilson Ribeiro de Andrade. Foram aplaudidos em pé, gesto repetido imediatamente após o clássico. Uma vitória por 1 a 0 sobre o rival Atlético, insuficiente para tirar o time da lanterna, mas perfeita para selar a união contra o terceiro rebaixamento em dez anos.

O primeiro contato entre o elenco alviverde e os torcedores aconteceu na Rua Mauá, na chegada ao estádio. Cerca de 2 mil torcedores se aglomeravam na calçada e na via, com bandeiras, rojões, sinalizadores e papel picado para, aos gritos, receber a delegação. De dentro do ônibus, jogadores acenavam e até registravam com seus telefones celulares a manifestação.

Quando o time entrou em campo, eram os celulares dos torcedores que buscavam registrar a mais dura cobrança dos jogadores contra a diretoria alviverde. Uma faixa que, de tão extensa, precisou dos 23 jogadores relacionados para ser carregada aberta, era direta na cobrança e na proposta: "Torcedor coxa-branca: você é a nossa única motivação – 3 meses com salário atrasado e promessas do presidente em vão. Lutaremos juntos até o fim".

O torcedor entendeu. Aplaudiu e lutou com o time desde o início. O segundo maior público do ano no Couto Pereira (18.327 pagantes, contra 21.296 do 0 a 0 com o Corinthians) jogou junto o jogo todo e foi premiado com um ótimo Atletiba. Com mais atacantes do que defensores, Coritiba e Atlético buscaram o gol desde o início. Marcelo e Joel perderam as melhores chances antes do intervalo. Hélder decidiu o clássico na primeiro após dele. Um petardo da entrada da área, no ângulo, aos 20 segundos do segundo tempo.

"A maioria dos gols sofridos pelo Weverton foi do lado direito. Pedi ao Hélder que quando entrasse no último terço do campo, finalizasse. Buscasse o lado direito do Weverton", disse Marquinhos Santos, sobre uma conversa com o volante na porta do vestiário.

O treinador não se sentiu tão à vontade para falar da cobrança de seus jogadores. Admitiu ter sido surpreendido pela atitude, disse que sua missão é evitar o rebaixamento e que cabe à diretoria explicar a situação. Não explicou. Nem Vilson nem o diretor de futebol remunerado Anderson Barros desceram à sala de imprensa. Durante a semana o presidente esteve no Rio de Janeiro e voltou com a expectativa de quitar ao menos parte do problema essa semana.

"É complicado. A gente sabe que todo mundo depende do seu salário. Mas a gente evitou falar sobre isso. Vamos focar mesmo é na vitória e já pensar na próxima partida", disse o zagueiro Leandro Almeida, um dos líderes do elenco.

A próxima partida é outra decisão, quarta-feira, em casa, contra o Criciúma. Último colocado com 26 pontos, o Coritiba pode deixar a zona de rebaixamento neste confronto direto (o Tigre está um ponto e duas posições acima). A fórmula para conseguir a vitória ficou evidente ontem: a união entre time e torcida.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]