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“A melhor comunicação é dentro de campo, e aos pouquinhos a gente vai se entendendo.” Bruno Mineiro | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
“A melhor comunicação é dentro de campo, e aos pouquinhos a gente vai se entendendo.” Bruno Mineiro| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Personagem

Promessa frustrada do Coritiba, Castorzinho é ídolo no Sampaio

Angelo Binder

Promessa frustrada do Coritiba nos anos 90, Castorzinho aboliu o diminutivo do nome e entra em campo hoje, na Arena, como esperança do Sampaio Corrêa para surpreender o Atlético. Em São Luiz, Castor, 30 anos, confirmou o status de ídolo local ao fazer o gol de empate no jogo de ida. "Ele é um ídolo da torcida boliviana (apelido do Sampaio, que usa as mesmas cores da bandeira do país sul-americano). O Castor tem muita qualidade. É um jogador completo", garante o médico Adélson Lopes.

Natural de Curitiba, Castor recebeu a visita de vários familiares, ontem, no hotel em que o time está hospedado. Com uma virose, é dúvida para o jogo. Em campo, espera mostrar que merecia mais oportunidades de brilhar no futebol local.

"Tive um início muito bom, mas só que não tive uma sequência de jogos no Coritiba. De 1996 a 2002, em duas partidas eu entrei jogando e sempre fui bem. Nas outras partidas, eu entrava 15 minutos e se você é um jogador que sempre entra no finalzinho, não tem oportunidade de render aquilo que é esperado. Mas, em outras equipes eu tive uma sequência de jogos e sempre me destaquei", justifica Castorzinho, que teve uma passagem pelo Atlético-PR em 2004, também sem sucesso.

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Três goleadas em uma semana azeitaram de vez a dupla de ataque Javier To­­le­­do e Bru­­no Mi­­neiro no Fu­­racão. O argentino se destacando pelas assistências, enquanto o companheiro, vi­­zinho de prédio e caroneiro, man­­da para a rede. Com tanto entrosamento, não é de estranhar a expectativa da torcida rubro-negra por mais uma goleada no jogo de hoje contra o Sampaio Corrêa, às 21 horas, na Arena, valendo vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil – apesar de o 0 a 0 classificar o Atlético.

"Ajuda um montão morar no mesmo edifício (no bairro Água Verde) que o companheiro de ataque. Já temos uma relação fora do es­­porte, nossas mulheres são amigas. Hoje viemos no meu carro, outros dias com o de­­le", diz To­­ledo.

Nas caronas, ele aproveita para exercitar o português, assim como Bruno tenta aprender algo em espanhol. "O Javier chegou faz pouco e, por ser gringo, temos de estar sempre conversando. A melhor comunicação é dentro de campo, e aos pouquinhos a gente vai se entendendo", afirma o artilheiro do time na temporada, com 11 gols.

Eles só não se entendem quando o as­­sunto é um polêmico jantar. "Ainda não tivemos tempo de sair. Algum dia vamos", projeta Toledo. A versão do companheiro é diferente. "Ele está me devendo. Paguei para ele e agora tem de pagar", responde Bruno, entrando na brincadeira dos repórteres e soltando um "argentino mão de vaca".

Com jantar ou sem, Toledo marcou o seu primeiro gol nos 5 a 0 sobre o Cascavel, sábado. Porém tem se notabilizado pelas assistências. "Quando o Javier chegou, o professor (Antônio) Lopes, pela estatura, preferiu que eu saísse para ele fazer a parede", lembra Bruno, de 1,76 m, contra 1,90 m do argentino. "Depois ele falou para o professor Leandro (Niehues) que era a característica dele buscar a bola. Isso está dando certo, então temos de manter", acrescenta.

Mais à vontade, o grandalhão aceita abertamente a expectativa da torcida por uma nova goleada, fugindo um pouco do discurso insosso dos jogadores brasileiros. "Sa­­be­­mos que é um rival difícil. Te­­mos de estar tranquilos, a torcida estará a nosso fa­­vor e há que fazer o melhor no jogo para conseguirmos um gol, para poder fazer uma goleada como na última partida."

Já o treinador, pensando em evitar as batidas técnicas de motivação no adversário, prefere reforçar o politicamente correto. "Eles vão chegar em Curitiba, olhar os periódicos e escutar os programas esportivos. Vão procurar alguma matéria com alguém do Atlético falando que já pensa no Palmeiras. Então é importante ficar gravado aqui que de maneira alguma nós menosprezamos ou desrespeitamos o Sampaio Corrêa."

Mas Niehues não esconde a vontade de resolver as coisas logo de cara, como na última partida, quando aos sete minutos o time já vencia por 2 a 0. "Temos a responsabilidade e não vamos fugir. O ideal é pressionar no princípio, fazer o gol e trazer a torcida para junto de nós", pede. Se tudo der certo, é um bom motivo para aquele jantar entre vizinhos.

Ao vivo

Atlético x Sampaio Corrêa, às 21h, no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).

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Veja a ficha técnica do jogo Atlético X Sampaio Corrêa:

Em Curitiba

Atlético

Neto; Manoel, Rhodolfo e Chico; Raul, Valencia, Netinho, Paulo Baier e Márcio Azevedo; Javier Toledo e Bruno Mineiro.

Técnico: Leandro Niehues.

Sampaio Corrêa

Rodrigo Ramos; Mauro, Mímica e Johildo; Fernandinho, André Ramos, Tica, Castorzinho e Samuel; Célio Codó e Selmir.

Técnico: Valter Ferreira.

Estádio: Arena. Horário: 21 h. Árbitro: Leonar­­do Gaciba da Silva (RS). Auxs.: Júlio César Ro­­d­­­­rigues Santos (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS).

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