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Gralak quase abandonou o Couto Pereira no intervalo do jogo com o Santo André (29/9). O ex-zagueiro, capitão do Coritiba vice-campeão da Série B em 1995, não acreditava no que estava vendo. Apesar da superioridade técnica, a intranqüilidade e a falta de confiança de alguns jogadores não deixavam o time jogar.

"Muita gente pegava a bola e não tinha coragem de ir para cima do adversário. Rodava, rodava e voltava para trás", disse ele, que aos 37 anos divide seu tempo entre a administração de um apart hotel no Juvevê e a empresa de assessoria esportiva que criou.

Apesar da decepção com o 0 a 0, Gralak se apega ao histórico acesso de 11 anos atrás para continuar esperançoso na classificação. O último retorno alviverde à elite começou com a renúncia do presidente Evangelino da Costa Neves – o triunvirato formado pelos empresários Joel Malucelli, Edson Mauad e Sérgio Prosdócimo assumiu o futebol, colocando os salários em dia – e terminou com a intervenção divina que permitiu ao clube chegar ao quadrangular final. Na ocasião, ao bater o Ceará em Fortaleza (2 a 0), os jogadores se reuniram no meio do campo para esperar a confirmação do empate por 0 a 0 entre Remo e Mogi Mirim, em Belém. O milagre deu o pontapé no retorno à Série A.

"Aquele pessoal queria subir, não tinha jeito. Por termos perdido muitos pontos em casa, vivíamos uma situação complicada. Mas o destino se encarregou de nos botar na fase final", relembrou o zagueiro. "E é isso que o Coxa precisa agora. Com confiança e um pouco de sorte, o time vence o CRB (sexta-feira), fica entre os quatro, e não sai mais."

Ademir Alcântara era outro líder daquele vitorioso Coritiba. Assim como o goleiro reserva Kléber faz atualmente, o experiente meia abusava da psicologia para não deixar que os problemas extracampo atrapalhassem os mais jovens do elenco, jogadores essenciais como Alex, Daniel e Jétson. "Pedíamos para deixarem o salário de lado, que se a equipe subisse tudo iria melhorar. Um jogador precisava do outro", afirmou.

"Com o tempo começamos a embalar, o que deu confiança, tranqüilidade e a torcida veio junto", comentou o técnico Lori Sandri, que substituiu Dirceu Krüger na fase final. "No momento em que os torcedores agridem a equipe, a confiança diminui, o time joga acuado, nervoso", finalizou.

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