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Maurício Neves adota corrida estratégica

Lençóis (BA) – "Matando um leão por dia", a dupla Maurício Neves e Clécio Maestrelli continua na ponta entre os carros do 15.º Rally dos Sertões. Contudo, ontem a diferença para os segundos colocados caiu um pouco mais. Fazendo uma corrida estratégica, eles seguem contornando os problemas e administrando a boa vantagem conquistada nos primeiros dias de rali.

Os paranaenses fizeram o quarto melhor tempo na etapa especial desta terça-feira, que ligava as cidades de Barra e Lençóis, no interior da Bahia, e agora estão com 20 min30s10 à frente dos paulistas Reinaldo Varela e Marcos Macedo. Com o carro avariado após a etapa de segunda-feira, que era de maratona, ou seja, sem a permissão de apoio mecânico após a prova, Neves precisou pôr em prática o conhecimento que, por acaso, o levou à pilotagem: a mecânica.

Como apenas os pilotos poderiam fazer algum reparo nos carros durante os 20 minutos que antecediam a especial de ontem, Neves precisou se apressar para mexer no câmbio, no diferencial traseiro e na suspensão dianteira direita da sua Mitsubishi L200 Evo Pro. Na correria, queimou um dedo da mão esquerda, mas conseguiu terminar a etapa sem grandes complicações. (FM)

Lençóis (BA) – Quem juntar o espírito de aventura, a curiosidade para conhecer lugares novos, o desejo de rever velhos amigos – além da oportunidade de ajudar a construir um evento esportivo singular – vai encontrar a fórmula de um sentimento que há 15 anos contamina dezenas de pessoas.

São os voluntários do Rally Internacional dos Sertões, pessoas de diversas partes do país que compartilham uma experiência que, à primeira vista, desafia a lógica. Durante duas semanas eles viajam várias horas por dia, dormem pouco e às vezes não têm tempo nem de se alimentar direito.

E fazem tudo de graça. Tudo o que ganham é o mínimo necessário para realizar o seu trabalho, como comida e hospedagem. Mesmo assim, pedem para voltar no ano seguinte.

O comerciante Luiz Palladino Filho, de Jundiaí (SP), é um deles. Há 12 anos trabalhando nos bastidores do Sertões, ele atualmente supervisiona uma equipe de 35 motoristas responsáveis por transportar equipes médicas, organizadores e jornalistas, entre outros.

Não bastasse o trabalho não remunerado, que é cansativo e exige muita responsabilidade, quem quiser uma vaga no time do "seu Luiz" ainda tem de se submeter a uma disputa digna dos concursos mais concorridos.

Segundo o comerciante, cerca de cinco mil pessoas tentaram uma vaga de motorista voluntário do rali este ano. "Fazemos uma seleção dos melhores, considerando a experiência daqueles que já conhecemos, avaliando quem se adapta melhor às condições de trabalho e procurando, ano a ano, renovar um pouco a lista", explica. Sob a sua batuta estão empresários e profissionais liberais das mais diversas áreas, como advogados, médicos e engenheiros.

Pessoas que dão um tempo na sua rotina e, ao volante, ajudam a orquestrar o maior rali das Américas. "Além da aventura, o que nos traz aqui é a amizade e o companheirismo. Formamos uma família", diz Palladino Filho.

"O desgaste é tanto que às vezes digo que não voltarei no próximo ano. Mas antes mesmo de o rali acabar já quero voltar e fazer tudo de novo", revela Albertino Manoel, o "Keke", outro comerciante, de Itapetininga (SP), presente nas últimas 11 edições do Rally dos Sertões.

Além dos motoristas, há voluntários também em diversos setores que, juntos, formam o alicerce do rali. Um deles é movido pela consciência ecológica. É o grupo Canastras (em uma referência à Serra da Canastra, onde o trabalho se originou), formado por sete pessoas que têm a missão de limpar as trilhas após a passagem dos competidores, entre outros.

Para Gonzaga Antônio, empresário de Goiânia e um dos coordenadores dos Canastras, é a oportunidade de ajudar a desenvolver o turismo e a promover a preservação ambiental o que o faz embarcar nesse trabalho não remunerado longe de casa. "É muito bom participar disso", ressalta Antônio.

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