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Wallace foi chamado de macaco por uma torcedora durante partida da Superliga | Alexandre Arruda / CBV
Wallace foi chamado de macaco por uma torcedora durante partida da Superliga| Foto: Alexandre Arruda / CBV

CBV divulga nota e afirma que repudia racismo

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) divulgou nota oficial no início da tarde desta quinta-feira, na qual afirma que "lamenta e repudia qualquer tipo de preconceito durante todos os jogos de todas as competições do voleibol brasileiro", em referência ao caso de racismo no clássico mineiro entre Vivo/Minas e Sada Cruzeiro.

De acordo com a CBV, o relatório do delegado da partida relata que, ao ser comunicado da agressão verbal direta a Wallace, o delegado acionou a segurança para identificar o agressor. A ofensa foi proferida no segundo set, mas, até o fim da partida, o agressor não foi identificado.

A entidade afirma que está reunindo toda a documentação do caso para avaliar e, se necessário, encaminhá-lo para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O duelo entre Minas e Cruzeiro, realizado na noite da última quarta-feira, em Belo Horizonte, pela Superliga Masculina de Vôlei, foi marcado por um ato racista contra o oposto Wallace, da equipe cruzeirense. O jogador foi chamado de "macaco" por uma torcedora durante o segundo set do confronto, que terminou com vitória do Minas, de virada, por 3 sets a 2, com parciais de 20/25, 25/27, 25/23, 25/19 e 15/12.

Após o duelo, realizado no ginásio do Minas, Wallace mostrou indignação com o fato e admitiu que pensou até em agredir a torcedora que o xingou em mais de uma oportunidade durante o duelo. Ele foi vítima do ato racista pela primeira vez no segundo set e depois em outras partes do confronto.

"Não dá para aceitar, essa 'fase' de você ser agredido racialmente. É lamentável. Sinceramente, fiquei extremamente chateado. Sinceramente, nunca gostei da torcida daqui, acho que eles (torcedores) não têm respeito nenhum. Mas fazer o quê, né? No momento do jogo, acho que foi Deus que não deixou eu ver a pessoa. Se eu visse, acho que pularia o alambrado e iria fazer uma loucura", afirmou Wallace, em entrevista ao SporTV.

Wallace vem sendo convocado pelo técnico Bernardinho para defender a seleção brasileira e admitiu que o ato racista atrapalhou o seu desempenho dentro de quadra na última quarta. Embora admita que isso não sirva como motivo para justificar a derrota de sua equipe, ele disse que ficou abalado emocionalmente durante o jogo.

Essa não é a primeira vez que a Superliga tem um jogador vítima de uma atitude preconceituosa por parte de um ou mais torcedores. Na edição passada da competição, torcedores do próprio Cruzeiro, defendido por Wallace, ofenderam o central Michael, do Vôlei Futuro, com xingamentos homofóbicos durante uma partida em Minas.

O confronto em questão, realizado em Contagem, foi válido pelas semifinais da competição. Na ocasião, parte dos torcedores presentes xingou Michael, em coro, de "bicha". Por ser considerado réu primário pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Cruzeiro foi apenas multado em R$ 50 mil pela atitude da sua torcida.

Derrotado na partida da noite desta quarta-feira, o Cruzeiro acabou deixando a liderança desta Superliga. O time estava invicto há oito rodadas e ficou com 41 pontos, enquanto o Vôlei Futuro assumiu a ponta ao chegar aos 43. Já o Minas agora soma 37 e figura na quinta colocação.

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