• Carregando...

Imbituba, SC – A estréia da Praia da Vila como sede da 10.ª etapa do WCT de surfe só não foi completa pela ausência do octocampeão Kelly Slater, que trocou as ondas brasileiras pelo casamento de sua mãe, que ocorrerá nesta semana, nos Estados Unidos. Com a conquista do título por antecipação na etapa anterior, na Espanha, Slater avisou à organização do Nova Schin Festival que, se vier, será só para o fim de semana, para dar entrevista e participar do concurso de melhor onda, uma apresentação meramente simbólica.

Fora o rei das ondas, a confirmação de Imbituba como base da etapa mundial brasileira fez com que a famosa Praia da Joaquina, em Florianópolis, a sua antecessora, não deixasse saudades. Os dois picos (locais com ondas propícias ao surfe) estão distantes por cerca de 1h30 de carro, e por incrível que pareça foi a estrada, e não as ondas, o motivo de alívio da maioria dos surfistas. Nos últimos três anos, a BR-101 foi o pesadelo dos atletas, que na falta de ondas na capital tinham de colocar as pranchas no carro e correr para a Praia da Vila pela "mad road" (estrada maluca), como a rodovia é chamada pelos surfistas estrangeiros.

"Era muito perigoso. Uma BR sem pista dupla, e ainda com um dos maiores índices de acidentes do país. Numa competição dessas, a gente pode ganhar até US$ 30 mil, mas não troco a minha vida por isso", afirma o potiguar Marcelo Nunes, há cinco anos no WCT.

"Confesso que gostava mais das ondas da Joaquina, mas só por se ter um lugar fixo é melhor. Ficamos mais tranqüilos e concentrados. Não se corre o risco de perder a bateria. Isso sem falar do perigo da estrada, ainda mais para os gringos", completa o pernambucano Paulo Moura.

A "pressão" dos atletas estrangeiros teria sido um dos motivos para a mudança definitiva. A maioria não estava acostumada a dirigir em rodovias não duplicadas nas quais carros passam vindo de outra direção a apenas um metro de distância de você. A versão oficial, no entanto, é baseada nas ondas.

Nas últimas três edições, mesmo a competição tendo começado na Joaquina, pela falta de ondas grandes a decisão acabou na Vila.

"É uma experiência que estamos fazendo nesse ano. Tivemos o apoio da prefeitura e tudo indica que vai continuar sendo aqui daqui para frente. Nessa época do ano as ondas são mais constantes em Imbituba do que na ilha (Florianópolis)", afirma Teco Padaratz, ex-surfista profissional, hoje o empresário que tem a licença para a realização da etapa brasileira do WCT.

Quem não escondia o contentamento pela mudança era o paranaense Jihad Kohdr. Com uma direita quebrando muito parecida com Matinhos, no litoral paranaense, o surfista que obteve a vaga por ser o atual campeão brasileiro não teve dificuldades para deixar para trás os australianos Dean Morrison (10.º do ranking) e Jake Paterson (30.º).

"Parecia que eu estava em casa", brincou logo depois de passar direto ao terceiro round.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]