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Ricardo Zonta termina 2006 dividido entre a frustração e o sentimento de dever cumprido. O paranaense de 29 anos conseguiu algo improvável na temporada da Fórmula 1: se destacar como terceiro piloto da Toyota. Como prêmio, esperava uma oportunidade de disputar a competição no próximo ano como titular. Ficou apenas no desejo.

Mesmo ganhando o apelido de "rei da sexta-feira", por estar sempre entre os melhores tempos nos treinos livres dos fins de semana de corrida, não conseguiu passar do flerte com três outras equipes. Tentou Jordan, BMW e Red Bull.

"Minha primeira opção era competir. Negociei, mas não deu certo. Já tinha proposta para renovar o contrato e aceitei", explicou, sem dar muitos detalhes. "Eu não queria só ocupar lugar no grid, tinha que ter condições de brigar por pontos", complementou.

O motivo para o insucesso nas negociações, segundo ele, foram os interesses de bastidores. "Politicagem", resumiu. Imposição de patrocinadores, pilotos protegidos por contrato e até a nacionalidade são os "critérios" que pesam no momento de escolher quem vai guiar os bólidos a cada temporada. Qualidade não é o suficiente.

"Só não entendo por que não dão chances para quem se destaca. E não falo de mim apenas, mas de outros como o Pedro de la Rosa, por exemplo", deixou escapar o paranaense. Para fazer a mesma função que exerce na Toyota, recebeu convites de Williams e Honda. Optou pelo bom ambiente que já conquistou dentro do time japonês. Lamentou apenas estar impedido de repetir a façanha de 2005 no próximo ano.

Pela boa posição no Mundial de Construtores – quarta colocada com 88 pontos –, a Toyota não poderá mais usar um terceiro carro nos treinos livres de sexta-feira. Vai perder visibilidade. "O retorno de mídia era bastante positivo com os bons resultados nas sextas-feiras. Certamente isso vai me prejudicar", afirmou, aparentemente resignado. A expectativa fica pela oportunidade de substituir algum dos titulares – Jarno Trulli ou Ralf Schumacher.

Frustração? Zonta tenta não falar disso. "Ficaria frustrado se perdesse o emprego. Mas tenho muito respeito na equipe", contou. Mesmo sem conseguir traçar os obscuros caminhos até uma vaga de destaque na F-1, deixou claro a intenção de se manter no centro do automobilismo mundial. Mesmo como codjuvante.

"Poderia ir para outras categorias. Minha cabeça, porém, está na Fórmula 1. A diferença é muito grande para outros tipos de carros", comentou. O que fazer, então? "Vou testar muito neste ano".

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