Toyota Corolla Hybrid de test drive da concessionária Sulpar.| Foto: Rodolfo Buhrer
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Desde o fim de 2019 uma dúvida passou a pairar na cabeça do consumidor que procura sedã médio e enxerga na nova geração do Toyota Corolla a melhor opção do mercado: comprar o flex ou o híbrido flex?

A tecnologia que combina motor convencional (a combustão) ao elétrico já é uma realidade no Brasil e vem despertando o interesse e a curiosidade do motorista. Mas, qual das duas versões se encaixa melhor às suas necessidades. É o que vamos responder nas próximas linhas.

Para nos ajudar nessa tarefa, ouvimos profissionais da concessionária Sulpar, em Curitiba, a loja mais antiga da Toyota ainda em atividade no país e uma das mais premiadas em atendimento e prestação de serviço.

Versões flex e híbrida do Toyota Corolla no pátio da Sulpar, em Curitiba.| Foto: Rodolfo Buhrer

De acordo com Priscilla Polli Cardoso, gerente Comercial do Grupo Sulpar, a procura nas lojas da rede fica em torno de 70% pela flex e de 30% pela híbrida.

“É muito importante o conhecimento da equipe de vendas e em oferecer o test drive. Assim cliente vai entender as vantagens de cada um, conhecer a tecnologia híbrida, fazer a comparação e decidir pelo que ele acha ser a melhor opção”, enfatiza.

Toyota Corolla é o primeiro híbrido flex do mundo

Toyota Corolla Hybrid de test drive da concessionária Sulpar.| Foto: RODOLFO BUHRER

Antes de falarmos de cada opção, vale destacar que o Corolla é o líder da categoria há cinco anos no Brasil e abocanha quase metade dos emplacamentos de sedãs médios.

E também o único carro fabricado em solo nacional a oferecer as duas motorizações.

O Corolla é pioneiro no mundo a vir equipado com propulsão híbrida flex - aceita gasolina, etanol, ambos os combustíveis ao mesmo tempo e ainda roda somente no modo elétrico.

Vale ressaltar que o modelo não adota a tecnologia plug-in, ou seja, não há a necessidade de usar uma tomada de energia para recarregar.

A versão tem função regenerativa para a recarga da bateria, que ocorre durante a frenagem e na desaceleração. O próprio motor também contribui na alimentação. Não a necessidade da tomada”, salienta Polli.

Quanto mais progressiva for a aceleração e o número de paradas em semáforos e engarrafamento, mais econômico o carro é.

Toyota Corolla XEI de test drive da Sulpar, em Curitiba.| Foto: RODOLFO BUHRER

Diferenças na motorização do Corolla

Vamos começar, obviamente, pela principal diferença entre as versões: a motorização. De um lado temos o 2.0 flex, de quatro cilindros e aspirado. Ele entrega até 177 cv e 21,4 kgfm de torque.

Do outro, a tecnologia híbrida: um motor 1.8, também flex, quatro cilindros e aspirado. Gera até 101 cv e 14,5 kgfm de torque. Ele é combinado com dois elétricos de 72 cv. O trio despeja um total de 122 cv e 16,6 kgfm de torque.

A partir dos números acima fica claro a proposta de cada um. O puramente flex preza pelo desempenho, enquanto o híbrido valoriza o consumo.

Novo motor 2.0 Flex, mais forte e eficiente

Corolla XEi de test drive da Sulpar ao lado do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.| Foto: RODOLFO BUHRER

O motor 2.0 é novo, e não uma evolução do antigo. Batizado de Dynamic Force, é moderno, tem injeção de combustível direta (na câmara de combustão) e indireta (no coletor de admissão) - no anterior era só indireta -, além de uma série de inovações técnicas voltada à eficiência.

“O 2.0 da geração atual é mais potente. Entrega excelente retomada e resposta rápida e é bastante econômico em sua categoria”, ressalta Priscilla.

Como comparação, o 2.0 antecessor rende 154 cv e 20,7 kgfm e cumpre o zero a 100 km/h em 10,2 segundos, contra 9,73 s do novo.

Ou seja, o Corolla 2.0 Flex é indicado para quem busca maior desempenho, especialmente em ultrapassagens e retomadas na estrada.

Corolla 2.0 Flex vem com o novo câmbio CVT de 10 marchas, sendo 9 simuladas.| Foto: Rodolfo Buhrer

Há até as borboletas atrás do volante para trocas manuais das 10 marchas do também novíssimo câmbio CVT - 9 são simuladas e a primeira é real, feita por engrenagem. O CVT anterior é com 7 posições simuladas.

“O câmbio de 10 marchas trouxe maior equalização das condições ideais de uso entre rotações (rpm) x velocidade e, consequentemente, maior autonomia de combustível”, destaca Luiz Carlos Júnior, gerente de Pós-Venda da Sulpar.

O Inmetro aferiu consumo de até 11,9 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada.

Híbrido passa dos 20 km/l na cidade

Híbrido mais acessível no Brasil, a versão é voltada para o condutor que gosta de rodar sem pressa e privilegia um ambiente mais silencioso na cidade.

De acordo com a Toyota, no ciclo urbano o carro roda mais de 50% do tempo em modo elétrico, registrando valores até superiores a 20 km/l (o oficial de fábrica é 16,3 km/l). A média é muito acima à de qualquer rival direto.

Corolla Hybrid vem com quadro de instrumentos digital.| Foto: Rodolfo Buhrer

O que chama a atenção é a ausência de barulho. Ao apertar o botão de partida da versão Altis Hybrid - a única disponível com essa tecnologia híbrida -, só percebemos que o motor está ligado quando a palavra “ready (pronto)” surge em letras verdes no quadro de instrumentos.

Pouco se ouve dos sons vindos do lado externo. A sensação é de que realmente o veículo está desligado.

Mesmo quando todo o conjunto entra em operação, o ótimo isolamento acústico filtra bem os sons de fora, garantindo o bem-estar na cabine.

O sistema de ar-condicionado automático melhora ainda mais essa experiência e impressiona pela rapidez (em segundos) para gelar o interior do veículo.

A versão tem função regenerativa para a recarga da bateria, que ocorre durante a frenagem e na desaceleração. O próprio motor também contribui na alimentação. O Corolla híbrido não recarrega na tomada.”

Priscilla Polli, gerente Comercial do Grupo Sulpar.

Superando o próprio desempenho

O dono de um híbrido com o tempo muda a sua percepção de conduzir um carro. Com as várias informações de consumo e do sistema elétrico atuando, exibidos no painel e na tela da central multimídia, o condutor vai querer sempre registrar bons números de desempenho.

Multimídia exibe o sistema regenerativo da bateria nas desacelerações e frenagem.| Foto: Rodolfo Buhrer

Logo abandonará o pé mais pesado, rodando sempre numa faixa econômica. Inclusive na estrada, onde o motor a combustão trabalha a maior parte do tempo.

A potência menor, de 101 cv no propulsor convencional, também deixa o sedã médio com um comportamento mais manso. Pelo Inmetro, o consumo em rodovia é de 12,7 km/l - obtivemos números melhores, na casa os 14 km/l, similar ao do flex.

Vale frisar que no híbrido não há simulação das marchas na transmissão CVT.

“O cliente do flex é arrojado, que busca um veículo potente com resposta rápida. Já o cliente do híbrido prefere tecnologia, status, novidades, preocupa-se mais com o meio ambiente e está focado na economia de combustível.”

Priscilla Polli.

Conjunto de suspensão vai agradar os dois estilos

O conforto é uma das marcas registradas da 12ª geração do Corolla. A plataforma modular dentro do conceito TNGA - presente no Camry, Prius e RAV4 - trouxe o esquema da suspensão independente por braços duplos na traseira - no lugar do eixo de torção.

Ela filtra bem as irregularidades do asfalto, mesmo com um chassi mais rígido, que lhe confere maior estabilidade em velocidades altas e em curvas.

Toyota Corolla XEI de test drive da Sulpar, em Curitiba.| Foto: Rodolfo Buhrer

Em resumo, quem procura conforto vai se satisfazer com as duas opções de propulsão. A diferença é que no híbrido, devido à presença da bateria sob o assento, o centro de gravidade baixa, deixando o modelo mais grudado ao chão, melhorando ainda mais o comportamento dinâmico.

Visual e espaço para todas os perfis

Outros pontos em comum na hora avaliar as duas versões são visual e espaço.

As linhas da nova geração estão mais ousadas que as anteriores e faz sucesso por onde passa. Antes consumido por clientes mais velhos, o Corolla passou a ser também uma preferência entre os jovens.

Toyota Corolla Hybrid no showroom da concessionária Sulpar.| Foto: Rodolfo Buhrer

No híbrido, o logotipo frontal e traseiro traz detalhe em azul que identifica esse tipo de propulsão. Ele também pode vir com o conjunto de iluminação full led (faróis, lanternas e luz de neblina) - na versão convencional, esse recurso está disponível na Altis.

As dimensões são as mesmas, com 2,70 metros de entre-eixos, o que garante espaço de sobra para as pernas, especialmente as de quem vai no banco traseiro.

O porta-malas do Corolla tem capacidade para 470 litros de bagagem.| Foto: Rodolfo Buhrer

O porta-malas tem iguais 470 litros de capacidade. O que difere é capacidade do tanque de combustível: 43 litros para o híbrido diante dos 50 l no convencional.

Toyota Corolla híbrido tem painel digital

A nova geração do Corolla vem de série com 7 airbags e multimídia com tela de 8", câmera de ré e conexão Apple CarPlay e Android Auto. Mas é a versão Altis que se destaca pelo nível de tecnologia.

E neste quesito o híbrido está um degrau acima por vir com o painel de instrumentos todo digital, enquanto no 2.0 mescla mostradores analógicos e digital (que exibe também o velocímetro e outras funções do carro).

Corolla Hybrid vem com o quadro de instrumentos 100% digital.| Foto: Rodolfo Buhrer
Corolla 2.0 Flex vem com o quadro de instrumentos com mostradores analógicos e digital.| Foto: Rodolfo Buhrer

No restante, a linha Altis entrega o interessante pacote de segurança Toyota Safety Sense (piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa, farol alto automático e frenagem automática de emergência).

Revisão programada iguala valor de revisão

Na hora da manutenção há quem acredite que o híbrido demanda um custo bem maior  devido à tecnologia empregada.

Pois a diferença para o 2.0 é de apenas R$ 158,73 nas seis primeiras revisões de fábrica, o que dá uma média de R$ 26,45 por revisão, informa Luís Carlos Júnior, do Pós-Venda da Sulpar.

Um dos motivos é a ausência de filtros e óleos no motor elétrico, itens comuns de serem trocados no serviço anual da concessionária.

“O sistema elétrico no híbrido se diferencia em escala de revisão, uma vez que o desgaste é bem menor em relação ao motor a combustão. Por isso, os valores praticamente se igualam”, observa o gerente.

Toyota Corolla Hybrid com iluminação full led e logotipo azul.| Foto: Rodolfo Buhrer

No entanto, Luis Carlos salienta que a manutenção do híbrido é simples desde que seja feita com equipamentos adequados e com técnicos treinados. No caso, a Sulpar é reconhecida pela Toyota mundial com a certificação A nos serviços de pós-venda, frisa o gerente.

REVISÕES ATÉ 60 MIL KM (out/20)

<strong>Revisão</strong><strong>Corolla Flex</strong><strong>Corolla Hybrid</strong>
R$ 350,83R$ 347,56
R$ 660R$ 699
R$ 522R$ 621
R$ 990R$ 960
R$ 522R$ 600
R$ 930R$ 906
<strong>Total</strong>R$ 3.974,83R$ 4.133,56

Ótima opção nas duas motorizações

Em resumo, o Corolla vai agradar em cheio seja qual for o perfil do comprador. Seja pela economia de combustível no híbrido, ou pelo bom desempenho do motor flex a combustão.

O que pode pesar na escolha é o preço: as versões flex custam entre R$ R$ 110.190 e R$ 140.690. Este último valor é a mesma etiqueta de partida da Hybrid, que conta ainda com o Altis Hybrid Premium por R$ 148.390.

Toyota Corolla Hybrid é o primeiro híbrido flex do mundo.| Foto: Rodolfo Buhrer

E como cereja do bolo, a Toyota ampliou a garantia de fábrica de 3 para 5 anos a partir dos modelos 2020, além de oferecer 8 anos de garantia para a bateria no híbrido.

Principais itens de série de cada versão

Corolla GLi 2.0

  • Direção elétrica, rodas de liga aro 16", ar-condicionado analógico, computador de bordo com tela de 4,2", 7 airbags (frontais, laterais, cortina e joelho do motorista), controle de estabilidade, Isofix, multimídia de 8" com Apple CarPlay e Android Auto, câmera de ré.

Corolla XEi 2.0

  • Adiciona rodas de liga aro 17", ar-condicionado digital automático, piloto automático, modo Sport de condução, chave presencial, botão de partida, retrovisor eletrocrômico, faróis de neblina em led e borboletas no volante para trocas de marcha manuais.

Corolla Altis 2.0

  • Agrega faróis e lanternas em led, ar digital de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, teto solar elétrico, sensor de chuva e Toyota Safety Sense (piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa, farol alto automático e frenagem automática de emergência).     
Toyota Corolla Hybrid com detalhes em azul no logotipo.| Foto: Rodolfo Buhrer

Corolla Altis 1.8 Hybrid 2020

  • Os mesmos equipamentos do XEi + faróis em led e Toyota Safety Sense, além de trocar o motor 2.0 pelo sistema híbrido.

Corolla Altis Premium 1.8 Hybrid

  • Soma lanternas em led, ar digital de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, teto solar elétrico e sensor de chuva.