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O ano ainda não acabou, mas chega ao seu final cheio de momentos definidores. A Coreia do Norte trouxe de volta a ameaça de uma guerra nuclear, com ameaças explícitas contra a maior potência militar do planeta, os Estados Unidos. O quanto das demonstrações de força do regime ditatorial de Kim Jong Un são verdadeiras ou apenas uma jogada no xadrez geopolítico internacional para se manter no poder ainda é a grande questão a ser decifrada.

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Nos Estados Unidos, o ano foi dos Harvey. Dois furacões se abateram sobre o país. Um arrasou o Texas, matando pessoas, alagando cidades e deixando milhares desalojadas. Outro furacão Harvey deixou Hollywood de pernas para o ar. Acusações e mais acusações de assédio sexual contra o produtor Harvey Weinstein mudaram o jogo no mundo do cinema. Dezenas de mulheres o denunciaram por crimes que incluem até estupro, mudando o ambiente em todo o país. A partir do momento em que atrizes poderosas como Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie se pronunciaram contra Harvey, mais e mais mulheres criaram coragem para denunciar outros medalhões da indústria, numa onda que acabou chegando às praias do mundo político. Ao que parece, os papéis se inverteram e nenhum assediador mais está à salvo.

Ainda nos Estados Unidos, usando uma arma modificada, um atirador abriu fogo do alto de um hotel contra o público de um show de música country e fez 58 vítimas em Las Vegas. O massacre, o maior da história dos Estados Unidos, levantou debates sobre desarmamentoarmassaúde mental, mas nada indica que não possa ocorrer novamente. 

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Outra tragédia se abate - e também sem solução à vista - sobre a população rohingya - em Myanmar, na Ásia. Esta minoria muçulmana está sendo perseguida e expulsa do país onde vive e tendo que se refugiar aos milhares na vizinha Bangladesh. No caminho, crianças e adultos morrem assassinados pelas milícias budistas ou afogadas ao naufragar em embarcações precárias na tentativa de deixar o país.

Na Venezuela, a perseguição não é de uma maioria contra uma minoria. Vem de uma minoria que ainda é protegida pelo dinheiro fácil do petróleo, mesmo que seja cada vez mais escasso, contra a maioria da população, que passa fome, convive com violência e foi jogada à miséria. O governo proto-ditatorial de Nicolas Maduro não se envergonha mais de fraudar eleições, perseguir adversário políticos e deixar o povo à míngua, sem poder satisfazer sequer suas necessidades básicas.

Quem viu a miséria crescer ao seu redor em níveis terceiro-mundistas foi a riquíssima França. Uma das maiores e principais economias do mundo, hoje tem 16 mil pessoas vivendo em cerca de 500 favelas. É pouco perto dos mais de 11 milhões de brasileiros que vivem em condições semelhantes. Mas não deixa de ser preocupante o ressurgimento desse tipo de moradia onde se imaginava já ter eliminado este problema. 

Surfando na prosperidade e consequentemente gozando de uma popularidade inaudita, o mandatário chinês Xi Jinping aproveitou o Congresso do Partido Comunista Chinês para ampliar seus poderes a níveis estratosféricos. Como um novo Mao, introduziu sua própria doutrina e não dá sinais de que pretende deixar o poder tão cedo. 

Ameça vermelha: o foguete balístico estratégico de classe intermediária Hwasong-12 levantando-se da plataforma de lançamento em um local não revelado perto de Pyongyang, Coreia do Norte, no dia 30 de agosto de 2017. Questão de tempo para os coreanos criarem um míssil que atinja o território americano? 
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Cena de guerra? Não. É o Texas depois da passagem do Furacão Harvey. Na imagem, um bombeiro procura sobreviventes em um condomínio de Rockport. 

Antes da queda: Foto realizada em 23 de maio de 2017 mostra o produtor Harvey Weinstein, cheio de si, chegando para participar de festa no 70º Festival de Cinema de Cannes, no hotel Cap-Eden-Roc de Antibes, sudeste da França 

Uma das vítimas do massacre de Las Vegas jaz ao lado de uma ambulância. O maior massacre da história dos EUA ainda deixou várias perguntas sem resposta 

Shamsu Nahar, refugiada rohingya, cai de exaustão e dores no peito depois de atravessar a fronteira ilegalmente perto de Amtoli, Bangladesh. Os rohingyas são uma minoria étnica muçulmana que vive no estado de Rakhine, no extremo oeste de Myanmar. A maioria foi destituída de sua cidadania pela junta militar que costumava governar Myanmar e sofreu décadas de repressão sob a maioria budista do país, incluindo assassinatos e estupros em massa, de acordo com as Nações Unidas. O êxodo de civis em meio ao conflito, já atingiu quase 76 mil pesosas. 
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Esta foto, feita no dia 03 de maio, mostra o manifestante anti-Maduro Victor Salazar em chamas depois que o tanque de gasolina de uma motocicleta da polícia explodiu durante os protestos em Caracas. Do hospital, com 70% do corpo queimado, Salazar mandou uma mensagem aos venezuelanos em vídeo: “Vão para as ruas, não por mim, mas pela Venezuela." 

A França hoje tem 16 mil pessoas vivendo em mais de 500 favelas em todo o país 

O líder chinês, Xi Jinping, discursa durante o Congresso do Partido Comunista Chinês: Xi foi alçado à condição de ditador mais poderoso do país desde Mao – e já não parece disposto a esconder brilho algum. A inclusão da sua doutrina na Constituição do PCC marca um afastamento das ideias de Deng Xiaoping e a promessa de assumir, cada vez mais, a posição de um país ocupando aquilo que Xi denominou “o centro do cenário mundial”.