Estes são tempos difíceis para aqueles que apoiam o capitalismo de livre mercado. Por todos os lados, keynesianos, marxistas e viciados em Estado de bem-estar social estão pedindo déficit público, aumento de impostos, comércio “justo” e super-regulamentação em nome da igualdade e pureza ambiental. Enquanto a farra de gastos conhecida como “Bidenconomia” está perdendo seu brilho para os eleitores em geral, aqueles entre 18 e 34 anos estão cada vez mais favoráveis à intervenção do governo. Uma pesquisa do Instituto Fraser descobriu que 43% dos menores de 35 anos acreditam que o socialismo — isto é, governo inchado e redistribuição de riqueza — é o melhor sistema, contra 40% que discordam.
Isso tudo reforça nossos motivos para celebrar o 300º aniversário de Adam Smith nesta sexta-feira, 16 de junho. Em 1776, o ano da Declaração de Independência americana, o pensador iluminista escocês reforçou os argumentos em prol da liberdade da Declaração ao publicar “A Riqueza das Nações”. Seu livro estabeleceu a base intelectual do capitalismo, dos mercados livres e da escolha individual. É essa base que ajudou os EUA e muitas outras nações que a seguiram a alcançar a prosperidade, marcada pela criação de uma vibrante classe média e, em quase todos os casos, um espectro completo de liberdades políticas.
Desde o declínio do comunismo, houve uma redução na pobreza que não tem paralelo em nenhum período anterior da história humana. Em 1981, a taxa absoluta de pobreza no mundo era de 42,7%; em 2000, caiu para 27,8%. Hoje, é inferior a 9%. Mesmo na China, que mantém um Partido Comunista que monopoliza o poder, o economista Weiying Zhang da Universidade de Pequim disse ao economista alemão Rainer Zittlemann que “o rápido crescimento da China nas últimas quatro décadas foi impulsionado pelo poder do mercado e dos setores não estatais, e não pelo poder do governo e do setor estatal como afirmado pelos teóricos do modelo chinês”. Zittleman me disse que Zhang chamou a vitalidade da China de “uma vitória do conceito de mercado de Adam Smith”.
A tese de Smith, que ainda ressoa hoje, é que liberar as pessoas para buscarem seu próprio interesse pessoal produz um resultado coletivo muito superior ao que se obtém quando se tenta impor camisas de força regulatórias. Pessoas livres, autorizadas a fazer escolhas livres em mercados livres, satisfarão suas necessidades (e as da sociedade) muito melhor do que qualquer governo pode. Finalmente, Smith foi o primeiro grande expoente do livre comércio. Ele sentiu que permitir que pessoas e países se especializassem e negociassem livremente produziria uma enorme riqueza, porque liberar pessoas e nações para fazerem o que fazem melhor produzirá muito mais riqueza do que um sistema de autarquia em que um país tenta produzir tudo por si mesmo. Em suma, Smith escreveu: “Pouco mais é necessário para levar um Estado ao mais alto grau de opulência, mas paz, impostos leves e uma administração tolerável de justiça”.
Como lar de Adam Smith, a Grã-Bretanha estava repleta de comemorações a Adam Smith nesta semana, levando ao seu 300º aniversário. Participei de várias delas.
Em um almoço do Instituto de Assuntos Econômicos (IEA) em Londres, o economista Mark Skousen, da Chapman University, disse aos presentes que era difícil superestimar a contribuição de Smith para a economia moderna: “Adam Smith fez pela economia o que Sir Isaac Newton fez pela física, Charles Darwin pela biologia e Thomas Jefferson pela política”.
Apesar de tais elogios, Smith é frequentemente acusado de ignorar os pobres e desafortunados em sua explicação de como uma economia funciona. Mas, como o economista vencedor do Prêmio Nobel, Vernon Smith, apontou na National Review, “A Riqueza das Nações” discutiu não apenas como as pessoas são impulsionadas pelo interesse próprio para maximizar suas próprias vantagens, mas também como são compelidas pela experiência de viver em uma sociedade livre a serem empáticas e considerarem os sentimentos de seus familiares, amigos e vizinhos.
Mesmo comemorando o presente de Smith ao mundo por ocasião de seu 300º aniversário, seríamos tolos se ignorássemos os muitos ataques contra ele e as tentativas de minar suas ideias. Mas o próprio Smith era um otimista quando se tratava de progresso humano: “O esforço uniforme, constante e ininterrupto de cada homem para melhorar sua condição(...) é frequentemente poderoso o suficiente para manter o progresso natural das coisas em direção à melhoria, apesar tanto da extravagância do governo, como dos maiores erros de administração.”
Pelo bem de todo o mundo, esperemos que ele esteja certo.
©2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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