Os americanos não querem que seus filhos pequenos sejam excessivamente sexualizados| Foto: Pixabay

As feministas radicais querem revolucionar a sociedade de três maneiras. 

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Em primeiro lugar, procuram eliminar as diferenças no modo como meninos e meninas são socializados, para que eles acabem tendo caráter e temperamento muito semelhante. 

Em segundo lugar, procuram promover a independência financeira e emocional das mulheres e crianças em relação à família. 

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Por último, esperam derrubar tabus sexuais, abraçando novas maneiras de as pessoas obterem satisfação sexual fora do casamento monógamo e procriador. 

Conquistar o aval público do casamento homossexual foi a última grande vitória feminista. O casamento entre pessoas do mesmo sexo solapou os papéis sexuais dentro do casamento. Colocou os filhos cada vez mais fora dos objetivos do casamento. Reforçou a ideia de que todos os meios de obter satisfação sexual têm valor igual. 

Para onde vai a revolução feminista radical agora? 

A nova área que abre as maiores possibilidades para essa revolução rolante é a dos direitos dos transgêneros, especialmente no que diz respeito às crianças. 

Apesar das conquistas do feminismo radical, o Estado vem protegendo o direito dos pais de educar seus filhos. Afinal, parece justo que os filhos fiquem sob o controle de seus pais, que cuidam de seu desenvolvimento de modo personalizado. 

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O pátrio poder está ligado à idade do consentimento, que os Estados protegem para dar às crianças o tempo e espaço necessário para se converterem em adultos maduros e independentes. Os americanos não querem que seus filhos pequenos sejam excessivamente sexualizados e eles respeitam os direitos dos pais de educar seus próprios filhos. 

Os ativistas dos direitos de transgêneros querem reduzir o pátrio poder, aumentando as escolhas independentes que podem ser feitas por crianças pequenas. Respeitar as “escolhas” sexuais e de gênero feitas por crianças cada vez menores erode os direitos dos pais e compromete a integridade da família como unidade independente. 

Isso pode ser verificado na província canadense de Ontário, que aprovou uma lei autorizando agências do Estado a impedir famílias que se negam a afirmar a “identidade de gênero” escolhida por uma criança de adotar filhos ou receber crianças em acolhimento familiar. 

As crianças em Ontário hoje podem tomar decisões que transformam suas vidas e que contrariam o desejo de seus pais, e antes de chegarem à idade de consentimento. 

Mas o princípio contido na lei de Ontário tem um alcance ainda maior. 

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O defensor principal da lei considera que negar a identidade de gênero escolhida por uma criança é “abuso infantil”. Se a lei se pautar por esse princípio, o Canadá acabará por negar algo que todas as comunidades políticas tradicionalmente aceitaram: que os pais orientam a educação de seus filhos. 

Isso já pode ser visto na Noruega, onde uma nova lei permite que o Estado decida sobre a redesignação de gênero de crianças de mesmo apenas 6 anos, quando os pais não conseguem concordar quanto ao gênero de seu filho. 

Estados americanos como o Minnesota vêm promovendo a ideologia transgênero em escolas primárias, contrariando o desejo dos pais. Eles disponibilizaram pacotes de “identidade de gênero” para professores da pré-escola, para que crianças de 5 anos possam aprender a explorar sua identidade. 

Essas leis e outras como elas têm por objetivo tornar as crianças independentes de seus pais e facilitar seu processo de efetuar descobertas sexuais, mesmo em idade precoce. Elas solapam os fundamentos da criação dos filhos voltada ao futuro casamento e vida familiar. 

Sob ambos esses cenários, a linha que separa família e Estado é traçada e modificada pelo Estado. 

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A partir do momento em que o Estado assume esse papel, toda a sociedade civil, incluindo as igrejas e as empresas privadas, passam a ser vulneráveis à sua ingerência. A família terá mais dificuldade em funcionar quando sua integridade for comprometida. 

Cerca de metade das mulheres americanas em idade reprodutiva não tem filhos. Assim, o pátrio poder não poderá contar com a garantia de ser respeitado no futuro que teria se a maioria dos americanos fossem pais ou mães. 

Os interessados em garantir a preservação dos direitos dos pais precisam assegurar que esses direitos sejam protegidos por lei e promovidos na opinião pública. Mais e mais pessoas precisam entender que, mesmo elas próprias não tendo filhos, o respeito pelos direitos dos pais é do interesse público. 

O respeito pelo pátrio poder e o respeito dado à inocência das crianças são baluartes na resistência ao avanço da ideologia transgênero. 

*Scott Yenor é professor de ciência política na universidade Boise State. Ele foi pesquisador visitante de Pensamento Político Americano no Centro Simon de Princípios e Política da Fundação Heritage (2015-2016).

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Tradução de Clara Allain

Conteúdo publicado originalmente no Daily Signal