Se você está se perguntando quem governa a Califórnia hoje, eu respondo: são crianças de oito anos. Por isso é que o deputado Evan Low teve a ideia ridícula de multar lojas de departamento que não criem espaços neutros para roupas e brinquedos.
“Inspirei-me para apresentar esse projeto”, disse ele, depois que a filha de 9 anos de um de seus assessores perguntou “por que uma loja pode me dizer o que é uma camiseta ou brinquedo de menina?”
Se o projeto Low virar lei, as lojas que não se adequarem poderão sofrer uma multa de US$1 mil. Planejado para entrar em vigência em 2023, o projeto prevê que as empresas com mais de 500 funcionários abandonem o rosa e o azul.
“O projeto de lei ajudará as crianças a se expressarem livremente, sem preconceito”, argumentou Low. Infelizmente para ele, não são muitos os pais californianos que concordam.
“Queremos criar nossa filha para que ela saiba que é menina. Foi assim que ela nasceu e é assim que ela viverá”, disse Candice Miller à KSBY News. O mesmo, de acordo com ela, serve para seus filhos. “Quero que minha filha se vista como menina e quero que meus filhos se vistam como meninos – e quero que as seções sejam separadas”.
Para Low, “manter itens semelhantes que são tradicionalmente vendidos para meninos e meninas em áreas separadas impede que o consumidor compare os produtos e expressa incorretamente que o uso do produto por um dos gêneros é inapropriado”.
Outros pais discordam. Cumprir os deveres domésticos já é difícil o bastante. É desnecessário que eles tenham que ficar procurando as coisas em departamentos politicamente corretos. Além do mais, querem saber os cidadãos, a Califórnia não tem nada melhor para fazer do que ficar regulamentando a organização das lojas?
Trans em abrigos
Na semana passada, no Congresso norte-americano, a questão não era manter os produtos para meninas e meninos separados, e sim as próprias meninas e meninos.
Durante um debate público, o secretário de Moradia e Desenvolvimento Urbano, Ben Carson, discutiu acaloradamente com um debutado sobre as políticas do órgão relativas aos abrigos para moradores de rua. O deputado democrata Mike Quigley estava prestes a ter um ataque de fúria porque Carson disse que não vai permitir homens biológicos em abrigos femininos.
Durante meses, o secretário tem explicado que o apego do órgão à definição jurídica de “sexo” não tem nada a ver com o respeito às pessoas ou com tratá-las de uma forma igualitária.
Obviamente acreditamos em direitos iguais para todos, incluindo a comunidade LGBT. Mas também acreditamos em direitos iguais para as mulheres nos abrigos (...). Queremos analisar as coisas que realmente fazem bem a todos e não prejudicam os direitos de uns e beneficiam outros (...) Havia mulheres que diziam que não se sentiam à vontade com a ideia de estarem no abrigo, no banho, com alguém com uma anatomia diferente.
Durante a audiência, Quigley tentou torcer essa justificativa e transformá-la num ataque às pessoas que se identificam como transgêneros.
O que você está querendo dizer é que, se alguém não gosta da presença de outra pessoa no abrigo, seja lá qual for o motivo, então é permitido discriminar essas pessoas”, argumentou ele.
“Não”, reagiu Carson. “O que estou dizendo é que temos de levar os sentimentos de todos em consideração. Não dá para selecionar um grupo e dizer que os sentimentos deles são mais importantes”.
Bandeira
Infelizmente, nessa era de confusão cultural é justamente isso o que muitas pessoas dizem – incluindo, por sinal, uma escolinha de Minnesota.
As crianças que comem no refeitório da Marshall Middle School estão envoltas numa controvérsia por causa de uma bandeira com o arco-íris que ainda tremula desafiadoramente ao lado da bandeira norte-americana.
Apesar de uma petição para que os administradores tirem a bandeira, a escola teima em mantê-la ali – se recusando até a permitir o uso de outras bandeiras como a do “NÃO PISEM EM MIM”.
Depois de algumas reuniões animadas do conselho escolar, os pais pediram ajuda à Thomas More Society. O conselheiro especial Erick Kaardal enviou uma carta enfática à escola, lembrando que a instituição é mantida com o dinheiro dos contribuintes.
“Não importa se é uma decisão equivocada da escola ou uma violação proposital dos direitos dos alunos. É um assunto sério. Cabe às autoridades redigirem e aplicarem regras para evitar que as escolas públicas sejam transformadas num fórum de exibição de uma única ideologia. Como membros da comunidade acadêmica, esses administradores deveriam entender que eles não podem se sobrepor ao direito à liberdade de expressão”.
“[A decisão] é no mínimo conflitante e insensata”, argumentou ele. “Parece que a escola apoia as crenças de um grupo à custa de outro”.
Para Kaardal, já é hora de “uma política de neutralidade”. “Se for preciso uma ação na justiça federal para que isso aconteça, estamos preparados para isso”.
Tony Perkins é presidente do Family Research Council.
© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
Dívidas, calote, queda nas vendas: como o vício em bets virou ameaça à economia do país
Moraes exige arrependimento e predição de “condutas futuras” para soltar Daniel Silveira
Grau de investimento, o novo sonho de Lula e Haddad
Brasil e China falham em obter consenso em reunião sobre plano de paz pró-Rússia
Deixe sua opinião