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Hunter Biden segura seu filho Beau durante o Natal oficial da Casa Branca em Washington, DC, EUA, 22 de novembro de 2021.
Hunter Biden segura seu filho Beau durante o Natal oficial da Casa Branca em Washington, DC, EUA, 22 de novembro de 2021.| Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO

As mais poderosas instituições de elite dos Estados Unidos estão cooperando para desinformar o público e suprimir o dissenso.

É difícil não pensar assim diante do desenvolvimento do caso do laptop de Hunter Biden, que se revelou verdadeira.

Semana passada, repórteres do New York Times noticiaram ter autenticado um e-mail “obtido pelo New York Times de um cache de arquivos que parecem ter vindo de um laptop abandonado pelo sr. [Hunter] Biden em uma loja de assistência técnica de Delaware”.

Isso faz referência a uma notícia publicada pelo New York Post em 2020, logo antes da eleição presidencial, a respeito de e-mails enviados a partir do laptop de Hunter, filho do presidente. Os e-mails sugerem que Hunter estava usando o nome e o cargo do pai para enriquecer. Levantaram dúvidas sérias a respeito de o atual presidente Joe Biden estar envolvido de alguma forma.

Mas não nos apressemos a celebrar o compromisso repentino do New York Times com a verdade e a correção dos fatos. O jornal enterrou o gancho e só reconheceu a autenticidade dos e-mails do 24º parágrafo da notícia.

Não faz nenhum mea culpa, só um pequeno reconhecimento de que errou, tarde demais.

Quando o caso explodiu, o Times e a maior parte da imprensa tradicional decidiram ignorá-la totalmente. Disseram que não era notícia e promoveram a ideia de que era provavelmente desinformação russa.

A NPR [Rádio Pública Nacional] explicou que não podia cobrir o caso porque “as asserções não representam muita coisa”.

Ela é a mesma rede de mídia com financiamento público que teve tempo para publicar uma matéria sobre “descolonizar o preparo físico” e que exercícios são supremacia branca ou algo do tipo.

Não foi só a imprensa tradicional que ficou em silêncio a respeito do caso, recusando-se até a investigar a questão. A Big Tech pôs-se em ação para suprimir de forma implacável a disseminação do que foi investigado pelo Post. O Twitter impediu diretamente as pessoas de publicar a notícia e o Facebook usou seu algoritmo interno para impedir as pessoas de vê-la.

Jack Dorsey, CEO do Twitter quando o caso do laptop do Hunter foi suprimido, disse que o bloqueio da notícia foi “completamente errado”, mas nunca explicou de que modo o erro foi cometido, e ele foi logo substituído por um homem que gosta ainda menos da liberdade de expressão.

Como sugeriu a minha colega Katrina Trinko, o caso Hunter Biden na certa demonstra a fraude da guerra da Big Tech contra a “desinformação”.

A Big Tech está fazendo um esforço autêntico de parar a desinformação ou isso é só uma cortina de fumaça para justificar a supressão de informação ou ideias que interfiram no projeto do Partido Democrata?

Para completar essa bagunça, quando o Post publicou a notícia do laptop do Hunter, um grupo de ex-agentes “especialistas em inteligência” assinaram uma declaração que o caso Hunter Biden teria todos os “sinais clássicos de uma operação russa de desinformação”.

Eles não tinham nenhuma evidência para apoiá-la além do apelo à sua expertise.

Confiemos nos especialistas! Não é isso o que nos dizem o tempo todo ultimamente?

“Se estivermos certos, isso é a Rússia tentando influenciar o voto dos americanos nessa eleição, e acreditamos com firmeza que os americanos precisam estar cientes disso”, disseram os ex-agentes de inteligência.

Biden chegou a usar essa carta em um debate com o ex-presidente Donald Trump na campanha presidencial de 2020 para provar que tudo era desinformação dos Republicanos.

Ora, estavam errados. Parece que na verdade eram ex-agentes de inteligência politizados que estavam tentando influenciar as nossas eleições. Os americanos precisam estar cientes disso.

Todas essas pessoas e instituições que erraram tiveram de responder por isso? Claro que não.

Dos 51 ex-agentes, até agora nenhum pediu desculpas ou demonstrou qualquer tipo de responsabilidade pelo que fizeram. Alguns até dobraram a aposta.

James Clapper, ex-Diretor Nacional de Inteligência, disse somente que ainda defende a declaração que fizeram “na época”. Sem explicação a respeito de ter sido falsa ou arrependimento por ter conduzido o povo americano ao erro.

Andy Liepman, ex-diretor adjunto do Centro Nacional de Combate ao Terrorismo, disse em declaração ao Post que “Até onde sei, eu de fato [defendo a declaração], mas estou meio ocupado agora”.

Parece que algumas pessoas dos nossos serviços de inteligência se esqueceram que elas servem a nós e não o contrário.

Os ex-agentes de inteligência não apenas interpretaram mal os fatos, como indicou o New York Post. Eles tentaram ativamente transformar uma notícia sobre potencial corrupção da família Biden em uma notícia sobre os Bidens serem vítimas de interferência russa nas eleições.

Usaram suas posições, ou antigas posições, como um pedestal de autoridade de onde se engajaram no que agora parece ser politicagem.

Quando se junta tudo isso, o caso do laptop do Hunter Biden diz respeito a muito mais que negligência midiática ou politicagem nos serviços de inteligência.

É até mais que censura da Big Tech.

O panorama maior diz respeito a como todos esses fatores acima, em uníssono, trabalham juntos para suprimir informações que ferem a causa ideológica e política que eles mais valorizam e para amplificar suas narrativas favoritas, não importa o seu mérito.

Agora marcham juntos para promover a “narrativa” acima da verdade.

As instituições de elite que eram consideradas apartidárias, bipartidárias ou ao menos em alguma medida objetivas estão se tornando flagrantemente ideológicas e inexoravelmente dispostas a usar o seu poder para esmagar o dissenso.

No caso Hunter Biden há implicações claras para a eleição presidencial decidida aparentemente por uma margem muito estreita.

Uma pesquisa do Media Research Center com eleitores do Biden nos principais estados indecisos em 2020 descobriu que não só muitos não sabiam do caso Hunter Biden, mas que cerca de 10% também disseram que se soubessem do caso teriam mudado seu voto.

Pensemos nisso um pouco. Por anos, esse mesmo nexo de instituições promoveu o caso sobre a Rússia estar mancomunada com Trump. O New York Times e o Washington Post ganharam o prêmio Pulitzer por essa cobertura, que levou indiretamente a um processo de impeachment contra Trump.

Conforme o caso da conspiração com a Rússia foi perdendo o fôlego, a reportagem sobre o laptop veio à tona e foi brutalmente suprimida às vésperas da eleição presidencial. O caso foi rejeitado por se basear em nada além de desinformação russa ridícula e perniciosa. E era verdade.

Se erraram de forma tão crassa e estavam dispostos a usar todo o seu poder para promover informação em última análise falsa para o público, onde mais erraram e o que mais estão dispostos a suprimir para produzir resultados políticos que favorecem?

Mais uma vez, não houve reconhecimento de falha das próprias instituições, não houve explicação para o que aconteceu.

O editor do Wall Street Journal Gerard Baker chamou a questão de crise de responsabilidade dos Estados Unidos. Ele disse que é nas urnas que as pessoas no poder respondem pelo que fazem.

“Mas como isso pode funcionar quando as pessoas que queremos responsabilizar decidem que informações os eleitores podem ver?”, pergunta Baker.

É uma pergunta justa e aterradora. É por isso que o caso Hunter Biden é tão importante.

A possibilidade de que o filho do presidente usou a posição oficial do pai para ficar rico é ruim o bastante. Mas não chega a ser tão ameaçadora à nossa sociedade livre que a corrupção institucional que suprimiu e manipulou o caso para seus próprios fins políticos desde o começo.

Esse caso, em seu cerne, diz respeito à distorção voluntária e supressão da verdade e da realidade por aqueles que acreditam que nunca serão responsabilizados.

Jarrett Stepman é colaborador do Daily Signal e coapresentador do podcast The Right Side of History.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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