Ratinho Júnior: “Não sou comentarista político”| Foto: Modificado de Marina Ramos / Câmara dos Deputados
Ouça este conteúdo

“A experiência que ele tem na vida pública é muito grande. Só não é maior que ele” – Dias Toffoli, ministro do STF, fazendo piada com o peso do ministro Flávio Dino. Entre os amigos, pode.

CARREGANDO :)

“Partiu meu coração em dois (...), o cheiro dos lençóis e o brilho do olhar se apagou, (...) quando você de mim fugiu” – Dado Dolabella, ator, em música que ele compôs para lamentar o término do relacionamento com a cantora Wanessa Camargo, mostrando que existe tragédia ainda maior que seu amor malfadado.

“Minas grita pelo leite” – ato promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais para tirar importadores de leite em pó do regime especial de tributação.

Publicidade

“Existe vida inteligente entre os extremos” – Aécio Neves, deputado, em vídeo ultraproduzido em que seu partido PSDB se vende como terceira via. Gilmar Mendes disse que a Lava Jato foi longe demais quando atingiu o PSDB. Em áudio capturado pela Lava Jato em 2017, numa conversa com o empresário Joesley Batista, Aécio disse “tem que ser um que a gente mata ele [sic] antes de fazer delação”.

“Não teve golpe porque pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram, mas também porque o presidente é um covardão” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, aquele que supostamente voltou para restaurar a liturgia do cargo.

“Adivinha quem pegou o recurso de Bolsonaro no STF? Flávio Dino! Não tem pra onde Bolsonaro correr! Sem anistia!” – Lindbergh Farias, namorado de Gleisi Hoffmann, feliz com a imparcialidade da justiça brasileira.

“Absolutamente insatisfeito com o indiciamento ali proposto. É inadequado, é impróprio, não foi o que a gente combinou” – Cezar Bittencourt, advogado de Mauro Cid, reclamando que Alexandre de Moraes não cumpriu acordos com o delator. É como na fábula do escorpião e do sapo. Depois não adianta reclamar.

“Tem manifestações que eu diria que beiram um aspecto criminal, flertam com a criminalidade” – Rodrigo de Melo Teixeira, diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal, tentando explicar no Senado por que a PF deteve o jornalista português Sérgio Tavares quando ele veio cobrir a manifestação pró-Bolsonaro.  Se a Stasi ainda existisse, estaria morrendo de inveja.

Publicidade

“Ninguém quer trocar tiro com bandido. O cara quer tocar ação que dê mídia, que não tenha resistência e que não faça força” – Arthur Lira, presidente da Câmara, criticando a PF.

“Ele usa o FBI para perseguir seu adversário político, que sou eu, e elevou meus números às alturas. Que tal mais algumas acusações, Joe, seu burro filho de uma...” – Donald Trump, candidato à presidência dos EUA, falando do atual presidente Joe Biden. Ele não completou o insulto.

“Trump diz que imigrantes não são ‘gente’ e afirma que haverá ‘banho de sangue’ se não for eleito em novembro” – manchete de O Globo. O Estadão publicou uma quase idêntica. Ambas as afirmações estão fora de contexto: “banho de sangue” foi metáfora para invasão de produtos chineses no mercado automobilístico, “não são gente” foi para criminosos, e Trump especificou “em alguns casos”.

“Vejo a Taylor Swift endossando Joe Biden para presidente. Faz sentido, já que 95% das músicas dela são sobre ela escolher o cara errado” – George Santos, filho de brasileiros que teve seu mandato de deputado cassado nos Estados Unidos.

“Oito anos depois, o argumento ‘foi tudo ressentimento racial’ não parece meramente questionável. Parece errado. O apoio de Biden entre eleitores negros, hispânicos e asiáticos despencou” – New York Times, finalmente reconhecendo que a narrativa do Trump racista era só isso, uma narrativa.

Publicidade

“O objetivo do Hamas é criar tantas vítimas palestinas quanto possível, pois isso faz pessoas como o presidente Lula dizerem coisas idiotas. Pessoas como o presidente Lula são, infelizmente, idiotas úteis para o Hamas” – Jake Wallis Simons, jornalista britânico e autor do livro “Israelophobia”.

“O meu partido hoje se posiciona com clareza em relação à ditadura da Venezuela, da Nicarágua, com o que aconteceu na invasão da Rússia na Ucrânia, (...) o que significou o ataque do Hamas, que foi um ataque terrorista” – Tabata Amaral, deputada e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, contando por que ela é melhor que seu adversário Guilherme Boulos.

“Parabenizamos o Partido Rússia Unida pelo resultado expressivo que garantiu a vitória do presidente Putin com mais de 87% dos votos” – Romênio Pereira, secretário de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores, em nota oficial do PT. Um partido viciado em elogiar ditadores.

“Creio que foi uma eleição que transcorreu num clima de tranquilidade doméstica” – Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, sobre a “reeleição” de Putin na Rússia. De fato, o opositor Alexei Navalny, por exemplo, está descansando em paz.

“Ninguém os elegeu!” – Cidadão cubano, em protesto que cercou oficiais do regime comunista que pareciam empoleirados no teto de uma casa em Santiago de Cuba, segundo a página “Rompiendo Cadenas”. Lembra uma cena de um filme do Monty Python, em que uma personagem vê o rei e diz “eu não votei nele!”

Publicidade

“Ninguém fica feliz de não favorecer o segurado. Todos nós gostaríamos de dar o máximo possível a todas as pessoas, mas nós também temos que zelar pela integridade do sistema” – Luís Roberto Barroso, presidente do STF, na sessão em que sete dos ministros derrubaram a revisão da vida toda dos aposentados. Recentemente, ele escreveu um artigo defendendo que é justa a quantidade de dinheiro de impostos que o Judiciário toma. Este princípio é conhecido em Direito como jus farinhandi: farinha pouca, meu pirão primeiro.

“Este post explica, a partir da neurociência, o medo que bolsonaristas têm do ‘comunismo’, que não entendem, não conhecem, não sabem o que é, nunca foi vigente no Brasil, não faz parte do governo atual e que, mesmo assim, os aterroriza” – Rosana Hermann, colunista, recomendando uma publicação própria em que ela interpreta a ciência como quer. Quem responde é Lula: “não ficamos ofendidos por sermos chamados de comunistas” (junho de 2023) e “conseguimos colocar no Supremo um ministro comunista” (dezembro de 2023).

“Além de deliciosa, suculenta e refrescante, a ciência política acaba de descobrir outras propriedades da melancia: é indigesta para candidatos a ditadores, impede golpes de Estado e faz bem à democracia” – Eliane Cantanhêde, jornalista, provocando quem não aderiu à tese da “tentativa de golpe” e os bolsonaristas que reclamam de quem é “verde e amarelo por fora, mas vermelho por dentro”, como a melancia.

“Não sou comentarista político”

- Carlos Massa Ratinho Júnior, governador do Paraná, sobre um escândalo de corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná envolvendo um político do mesmo partido, o PSD. É preciso ser comentarista político para condenar a corrupção?

“Desculpa, mas meu laboratório fez exatamente a mesma coisa há 25 anos. E tem quem acredite que ele é super revolucionário” – Miguel Nicolelis, neurocientista petista, reagindo mal à notícia do primeiro paciente da Neuralink de Elon Musk que já está movendo um cursor de computador com o cérebro. Será que existe chip cerebral para remover a inveja?

Publicidade

“Gazeta do Povo é um veículo de desinformação que cultua a extrema-direita” – Felipe Neto, youtuber. Não vamos responder com opinião, só com fatos: Felipe Neto publicou um livro que alcançou o público infanto-juvenil que continha o jogo “casa, mata ou trepa”, furou o lockdown que ele próprio apoiava para jogar pelada, e trapaceou num jogo de xadrez online para parecer inteligente. Tudo isso é true news.

“O discurso de ódio e a desinformação em plataformas online têm implicações sérias para os direitos humanos. Temos que implementar soluções regulatórias” – UNESCO, braço cultural e educacional da ONU, em tweet mais tarde apagado. O direito humano da liberdade de expressão fica para depois.

“Minha maior preocupação é a Primeira Emenda atravancando o governo de maneiras significativas nas horas mais importantes” – Ketanji Brown Jackson, ministra da Suprema Corte americana, sobre o principal dispositivo constitucional do país que garante a liberdade de expressão. A censura está na moda nas supremas cortes do mundo ocidental.

“Há um estereótipo de autoridade na nossa sociedade com padrão agressivo” – Nísia Trindade, ministra da Saúde, em declaração em que alegou ser alvo de “machismo”. Será o machismo o responsável pelo recorde de casos de dengue no Brasil?

Memória

“No primeiro dia de governo nós vamos fazer um decreto para acabar com o sigilo de 100 anos. O povo deve ver o que estão escondendo” – Lula, quando em campanha em setembro de 2022. Agora, ele impôs sigilo de 100 anos contra 1.339 pedidos de informação.

Publicidade

Imagem da semana

Agora que não precisa mais correr da Justiça, Lula convida os cidadãos para correr e caminhar pela saúde. Reprodução/X