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Obrigado a abandonar a vida acadêmica por causa da Grande Praga que matou 25% da população londrina, Newton aproveitou o tempo para trabalhar.
Obrigado a abandonar a vida acadêmica por causa da Grande Praga que matou 25% da população londrina, Newton aproveitou o tempo para trabalhar.| Foto: Reprodução/ Wikipedia

Universitários de todo o mundo deixaram seus campi neste mês, sem saber direito como será a vida quando voltarem. Obrigados a deixar os amigos e colegas de turma para trás e voltar para seus quartos de criança, os jovens, que em média são os menos impactos pela Covid-19, compreensivelmente talvez estejam com raiva dessa situação.

Livres e independentes, com um futuro cheio de possibilidades, esses alunos hoje estão em casa, isolados. Parece injusto e deprimente. Mas a história de outro universitário numa situação parecida talvez sirva de inspiração e esperança.

A experiência de Isaac Newton na quarentena

Em 1665, decretos de “distanciamento social” esvaziaram os campi em toda a Inglaterra depois que um surto de peste bubônica matou 100 mil pessoas (aproximadamente 25% da população londrina) em apena 18 meses. Um aluno de 24 anos do Trinity College, em Cambridge, estava entre os que foram obrigados a deixar o campus e voltar para a casa onde passara a infância.

O nome dele era Isaac Newton e seu tempo em casa durante a epidemia seria mais tarde chamado de “o ano das grandes descobertas”.

Fora da vida acadêmica e sem se preocupar com as limitações do currículo e com os caprichos dos professores, Newton mergulhou nas pesquisas. De acordo com o jornal Washington Post, “sem os professores para orientá-lo, Newton aparentemente desabrochou”. Em casa, ele montou estantes e criou um escritoriozinho para si mesmo, enchendo todo um caderno com suas ideias e cálculos. Sem as distrações da vida cotidiana, a criatividade de Newton floresceu.

Neste tempo, ele descobriu o cálculo diferencial e integral, formulou a teoria universal da gravidade e explorou a ótica, fazendo experiências com prismas e pesquisando a luz.

O biógrafo de Newton, James Gleick, escreve: “O ano da peste marcou a transformação dele. Solitário e quase sem se comunicar com ninguém, Newton se tornou o maior matemático do mundo”. O próprio Newton falou sobre esse período em que foi obrigado a se afastar da vida acadêmica: “Naquela época eu estava no meu auge como inventor & matemático & filósofo”.

A Grande Praga por fim terminou e Newton retornou ao Trinity College para concluir seus estudos, se tornando pesquisador e, depois, professor. As descobertas que ele fez durante seu tempo longe do campus, porém, serviria como base para sua histórica carreira e se revelariam as maiores descobertas científicas de todos os tempos.

Este é um tempo difícil para todos os nós, já que nossas vidas estão suspensas e nossas rotinas foram interrompidas por causa da pandemia. Há muito desespero em torno disso. Mas este também pode ser um tempo de reflexão e descoberta. A mudança repentina no ritmo dos dias e o isolamento podem dar vazão à nossa imaginação e criatividade de um jeito que seria impossível em outras circunstâncias.

Em vez de ser o ponto mais baixo de nossa vida, esse “distanciamento social” talvez seja o auge da nossa criatividade e produtividade. Este pode ser um tempo de formular suas ideias e realizar seu melhor trabalho. Este pode ser seu ano das grandes descobertas.

Kerry McDonald é pesquisadora de educação na FEE, pesquisadora-adjunta no Cato Institute e colaboradora regular da Forbes.

© 2020 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês
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